Consciência: relação entre consciência divina e consciência humana
Atualizado dia 10/28/2007 10:20:39 PM em Autoconhecimentopor Marcos Spagnuolo Souza
A consciência divina é onisciente e onipresente sendo a criadora do toda existência. Deus é uma consciência subsistente e todo ser subsistente não é mais que um, logo, as consciências diversificadas foram causadas pelo ser subsistente que é perfeito. As consciências diversificadas são eternas e também criadas por Deus. A relação entre as consciências individuais e a consciência suprema se funda em seis abordagens diferenciadas.
Primeira abordagem: para o homem pensar (abstrair) são necessários dois níveis de consciência: consciência agente e consciência passiva. A consciência agente se baseia nos dados sensíveis produzindo idéias; a consciência passiva possui a função de receber os dados sensitivos e conservá-los. Recolhe os dados através das sensações, as sensações são recolhidas através da consciência passiva. A consciência agente, com base nos dados sensitivos recolhidos pela consciência passiva, elabora os significados ou conceitos universais. A consciência humana é possível através do recebimento de informações através dos sentidos, constituindo um círculo de constante elaboração de idéias. Diante do conhecimento elaborado pela consciência passiva e consciência agente a consciência humana não consegue conceitos verdadeiros, pois os sentidos dependem, em última análise, do sistema orgânico que se altera de indivíduo para indivíduo. A característica predominante da primeira abordagem é que a consciência do mensurável e temporal é uma percepção limitada e condicionante.
Segunda abordagem: são três os níveis de consciência humana. Existem homens que possuem consciência do divino, outros percebem suas próprias consciências e outros percebem apenas as manifestações materiais. Os homens que apenas possuem a consciência material devem ser dirigidos pelos homens que possuem a consciência do divino. A possibilidade de salvação está em seguirem as indicações dos eleitos que estão de posse da consciência divina. A característica predominante da segunda abordagem é a indicação da existência de consciências que atingiram a percepção de Deus e estão no mundo material para dirigir as pessoas no caminho da iluminação.
Terceira abordagem: o homem é, antes de tudo, consciência. O homem é consciência que está essencialmente à escuta da possível percepção de Deus. O homem é consciência, vive a sua vida em contínua tensão na direção do absoluto, em abertura para Deus. O homem se configura como ouvinte da palavra. A verdade é atingida através da abertura para a conscientização de Deus. A passagem da consciência de potência a ato somente ocorre devido à elevação da consciência individual ao supremo intelecto agente. A consciência em sua elevação não perde a sua individualidade e sua personalidade singular. A característica predominante da terceira abordagem é a consciência individual se elevar ao nível da consciência divina.
Quarta abordagem: no universo existem dois princípios: a matéria e a forma. A matéria é inerte e passiva e a forma é ativa sendo a consciência divina. A consciência divina penetra na matéria fecundando-a dando origem ao universo visível. A forma é inseparável da matéria, assim sendo, Deus está em tudo e tudo é Deus, não existindo nada que não seja devido à fecundação do divino na matéria. Deus ou o Logos é a origem e é toda atividade e toda consciência. Assim sendo, tudo é divino e a consciência humana é também uma consciência divina, porque Deus é a única fonte irradiante de todo o universo. A característica predominante da quarta abordagem é que tudo é Deus, não existe nada fora de Deus, impossível existir alguma coisa que não seja emanação direta do absoluto.
Quinta abordagem: a consciência humana, elaborada por Deus, possui condições de conhecer tudo o que existe, tanto no campo material como no campo metafísico: não há nada que lhe seja interdito. A consciência humana possui condições de abarcar o universo, no entanto, esta abrangência de consciência humana somente é possível pelo querer divino, ou seja, pela graça ou revelação divina. Quando Deus se revela à consciência humana o homem pode alcançar uma perfeição que transcende as nossas atuais forças naturais. A consciência humana, por si, não é capaz de elaborar verdades. Somente Deus pode iluminar a consciência humana com a verdade. A característica predominante da quinta abordagem é que a consciência humana para ter acesso à verdade necessita da iluminação divina. O próprio Deus doa uma percepção transcendental à consciência humana.
Sexta abordagem: a consciência humana somente percebe a verdade buscando-a em seu próprio interior. A verdade está no interior da própria consciência. A consciência humana deve perceber as idéias divinas, não no exterior e sim no seu interior. As verdades divinas estão impressas no interior da própria consciência e a anamnese é o ato da consciência trazer para o nível consciente o conhecimento divino que está no nível inconsciente. A característica predominante da sexta abordagem é a consciência penetrar dentro de si mesma para perceber a imagem eterna de Deus, objetivando o encontro com a verdade eterna.
A consciência é criada por Deus e seu objetivo é ter percepção de Deus sendo que a percepção do finito, transitório e mutável é um nível de consciência marginal, superficial e inferior.
Texto revisado por Cris
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