Consciência Somática
Atualizado dia 10/29/2007 12:16:47 AM em Autoconhecimentopor Marcos Spagnuolo Souza
Primeira abordagem: a consciência ampliada possui relação com a mutação genética. O desenvolvimento da consciência depende de processos cerebrais e que esses processos são mantidos e transmitidos a cada geração por genes. Os genes são indispensáveis ao desenvolvimento da consciência. Quando alguns genes sofrem alguma mutação no óvulo fecundado a criança corre o risco de ter uma percepção do mundo que o cerca totalmente distorcida. A combinação favorável de genes num único cromossomo X do homem pode conferir uma percepção e inteligência superior. O gene que participa da neurotransmissão e codificador do receptor da dopamina DRD4 possui dois alelos, longo e curto, sendo que o gene da versão longa apresenta pontuação alta com relação à percepção ou conscientização ampliada e principalmente na busca de novidades. A característica predominante da primeira abordagem é que a nossa consciência é apenas um instrumento de sobrevivência a serviço dos genes que nos criaram.
Segunda abordagem: a circulação de informações entre os neurônios depende de vários fatores: o número de neurônios no cérebro, o número de dentritos, o número de sinapses e a velocidade de propagação das sinapses ao longo dos axônios, sendo que a velocidade dos sinais depende da camada isolante que envolve os axônios, a mielina. Quando todos esses fatores estão sincronizados e ampliados a consciência ou percepção pode ser estimulada. Os neurônios produzem e liberam a molécula neurotransmissora chamada dopamina e esta liberação está relacionada com a expectativa de êxito nas atividades provocando o estímulo da consciência. Quanto mais ligações sinápticas existirem numa rede neuronial maior é a percepção ou conscientização do mundo que cerca o indivíduo devido a uma melhor transmissão de informações. As conexões neuroniais não são fixas e quando mudam as conexões mudam também a percepção e a capacidade de conscientização. A característica predominante da segunda abordagem é que a consciência é elaborada pela rede neuronial e todos os fenômenos de nossa faculdade mental, emoção, personalidade, afetividade, sentimento, conhecimento, passam primeiro pelas vias neuroniais do nosso sistema nervoso antes de se atualizarem em nossa consciência.
Terceira abordagem: o cérebro elabora a consciência. A percepção ou consciência encontra-se na mesma relação com o cérebro que a bílis com o fígado ou a urina com os rins. A consciência é elaborada em algum lugar do cérebro, de modo que é possível localizá-la nos sulcos, nas circunvoluções e no peso do órgão. Assim sendo, todas as atividades psíquicas são funções do cérebro. A elaboração da percepção, níveis de conscientização e elaboração do conhecimento é um processo que emerge do cérebro. O cérebro faz de nós o que somos. Ele determina as peculiaridades de nossa capacidade individual de desempenho, nossos sentimentos, nossas convicções e nossas percepções. O cérebro cria soluções para novas situações geradas num ambiente em constante mutação. Justamente no hemisfério cerebral direito é onde ocorre o processamento de imagens, melodias, entonações, modelos complexos, informações sobre o espaço e a posição do próprio corpo, aptidões criativas e os vários níveis de conscientização. A característica predominante da terceira abordagem é que o cérebro é o criador da consciência, da visão e de todos os outros sentidos, como respiração, pensamento, intelecto, linguagem, memória, aprendizado, faculdades mentais, controle de todos os órgãos e hormônios, isso sem falar na capacidade de pensar abstratamente, de calcular, de filosofar, de fazer ciência, de meditar, de elaborar o novo. O cérebro é o único instrumento biológico e universal que constitui o alicerce para o comportamento humano, sede de todos os sentimentos, pensamentos, emoções, percepções e níveis de conscientização.
Quarta abordagem: o homem só pode ter consciência daquilo que está sob os seus olhos, assim sendo, a sensação sensorial é o fundamento de toda percepção e da vida moral e social. A ação que as coisas exercem sobre os nossos sentidos provoca percepção e idéias, portanto, a única realidade é a consciência provocada pelas sensações sensoriais que são cópias dos objetos. A conscientização só é possível por intermédio das sensações sensoriais. Os sentidos oferecem a primeira conscientização de uma verdade contingente e pela conscientização oferecida pelos sentidos podemos julgar se uma coisa existe ou não existe. A conscientização ou percepção formada pelos sentidos é o conhecimento fundamental sem o qual os outros tipos de conhecimento não são possíveis. Os fenômenos naturais representam a base de toda consciência e tomamos consciência dos fenômenos através dos sentidos. O princípio da consciência é a sensação e toda ciência deriva da sensação. A característica predominante da quarta abordagem é que a consciência é criada pelas sensações e não existe percepção ou consciência fora das sensações sensoriais. Fica evidente que o critério para dizer se uma coisa existe é que ela seja percebida pelos sentidos. A nossa consciência não pode ir além das sensações sensoriais.
Observamos que a consciência, no viés somático, é criada pelos próprios componentes corporais.
Texto revisado por Cris
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