Contando os passos? Em tempo de quarentena...
Atualizado dia 6/29/2020 3:12:57 PM em Autoconhecimentopor Adriana Garibaldi
Olhei para o calendário e reparei que já se foram quarenta dias e nada disso tudo acabar...
E agora?... Serão mais quarenta dias?
Quarenta dias ou semanas?
Que loucura isso! Quarenta o quê?
Tentei me acalmar e não pensar...
Ouvi que temos de nos manter positivos, determinados, focados na nossa conhecida Matrix que já concebemos como real, para sermos capazes de fugirmos do pessimismo.
Limpar a caverna! Continuar a depositar o lixo nos dois grandes sacos que o condomínio onde moro optou por deixar pendurados por uma hora em cada andar do prédio.
O saco preto para lixo comum, o amarelo para recicláveis.
Será que o funcionário encarregado de pendurá-los estaria contaminado?
É bom limpar minhas mãos com álcool gel, mais uma vez!
Decidi começar a monitorar meus passos dentro de casa, utilizando-me de um dispositivo de pulso que ganhei de Natal.
Andei 450 passos até agora...
Não é grande coisa se comparado com minha caminhada habitual pelo bairro.
Como pode! Um minúsculo ser, se podermos assim chamar esse nosso inimigo comum, colocar de castigo uma multidão de seres humanos, no mundo todo por quarenta, oitenta, sei lá quanto tempo.
Será que uma Força Superior está querendo nos ensinar alguma coisa? Talvez, enfatizar nossa fragilidade, que nossos egos, inflados ou não, tentam resistir?
De repente, este é o momento de nos rendermos às forças incomensuráveis do universo.
Tentando localizar-me no tempo e no espaço, viajo do passado ao futuro percorrendo um caminho de memórias, ou tento planejar o amanhã na tentativa de me manter lúcida nos lugares da mente que já aprendi a administrar, mas, que afinal, tem se mostrado inúteis em função de um amanhã que se desvanece por trás de uma montanha de incertezas.
Está difícil meditar, me aquietar! Minha mente habitualmente irrequieta não está me permitindo. um macaquinho insubmisso, quase impossível de se domesticar.
Preciso continuar a ficar no presente, focar em cada gesto do meu corpo. Na água do banho, na espuma do detergente que escorrega pela louça e pelas mãos.
Dou uma espiada na despensa e na geladeira...
Quantos dias ainda tenho e depois? Serão mais quarenta dias, ou meses?
Danou-se! Vou ter de sair de casa para reabastecer...
E agora? E o vírus? E o álcool? E a máscara?
Jesus! Estou pirando com todo isso! Como pode?
Será que tudo não passa de um grande teste, ou pegadinha do universo?
Um tipo de prova de habilidade, ou de resistência para definir quais dos seres humanos seriam mais capazes de driblar um minúsculo vírus que, paradoxalmente, tem o nome de Corona, e reina soberano sobre nossa pretensa superioridade.
Será que tudo isso é para aprendermos a ser um pouco mais humildes, afinal de contas?
Mais uns passos dados, hoje foi quase uma maratona, entre a cozinha e o quarto!
Se eu pudesse contar os passos dados pela minha mente, provavelmente meu macaquinho seria o grande vencedor!
Milhares e milhares de considerações, algumas vazias, algumas sábias.
Quem sabe essa quarentena possa nos ensinar a ver a vida do avesso, de cabeça para baixo, como “O enforcado” na carta do Tarô.
Será que essa seria a posição correta?
Consciência iluminada?
Fim dos tempos?
Joio e trigo?
Fake news?
Vírus de laboratório?
Extermínio em massa?
Hoje meu primo que mora em Argentina me mandou uma imagem curiosa.
Um amigo dele, de Junín dos Andes, compartilhou um fato estranho: milhares de cervos estão descendo das montanhas e invadindo as ruas desertas da cidade...
No rodapé da foto uma frase bem sugestiva:
“Junín de los Andes... Definitivamente, nós somos o problema!”
Pois é! No mínimo algo para se pensar!
Texto Revisado
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