Conto: ANIS ESTRELADO
Atualizado dia 08/08/2006 15:46:53 em Autoconhecimentopor Alberto Carlos Gomes Lomba
A dor da perda é avassaladora, dorida e deixa marcas indeléveis que muitas vezes marcam nosso perispírito por várias encarnações. O amor de Donato havia sido ferido, massacrado, uma vez que a data do casamento estava marcada. Quando foi levado até a porta do motel por Eustáquio, seu sócio na lanchonete, quis desaparecer quando viu sua noiva ao lado de outro homem saindo do local da traição. Sua dor se misturou a soluços, gritos e até um súbito mal-estar. Quis seguir a noiva, mas, a conselho do amigo, esperou até o outro dia quando, então, desabafaria e terminaria o noivado.
Eram seis horas da manhã quando invadiu o apartamento da noiva aos berros. Ela ficou estática. Nunca imaginou que algum dia fosse flagrada, pois já mantinha aquele caso há seis meses com um colega de trabalho. Assim como Donato, Marcella viu seu mundo desabar e, pega de surpresa, nem teve tempo de se defender. Soluçando, gritou: “Acabou... acabou faz tempo. Só você não percebia, só você fazia questão deste casamento... Agora saia da minha vida...”.
Atônito, Donato nada respondeu. Um último olhar, um adeus sufocado no desespero do abandono.
Donato acordou suado, com o coração batendo a mil. “Nossa, que pesadelo...”, pensou. Seu celular tocou, ele atendeu. Era Marcella: “Amor da minha vida, hoje é dia no nosso casamento. Se estiver nervoso toma aquele chazinho de Anis Estrelado...”
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 9
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