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Contos: UM AMOR PROMETIDO

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Autor Alberto Carlos Gomes Lomba

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 4/22/2005 3:07:30 PM


A condessa russa Katherina Androva lia, com muito amor e emoção, a carta do barão Rudolf Azinovich. O conteúdo se compunha de um envelope azul claro com o brasão dos Azinovich e a carta propriamente dita numa folha branca que nestes longos anos se tornara amarelada. A ex-condessa voltou ao passado.

Estamos em 1917, em plena Primeira Guerra Mundial. A Rússia vivia dias infames de miséria e lutas, pois o bolchevismo abria seus tentáculos por todos os lugares. E na madrugada de sete de novembro o proletariado tomava conta do poder. A Rússia saía da guerra e estava formado o primeiro Estado socialista.

Nessa ocasião a condessa contava com 18 anos e, a exemplo de boa parte da nobreza russa , teve que fugir para não ser executada. O palácio da família de Katherina ficava em Kiev, quase às margens do rio Dnieper. O palácio fora invadido por membros do partido e seus pais foram fuzilados como traidores do Estado.

Agora, aos 46 anos, Katherina vivia com as brumas do condado de Norfolk, na Inglaterra, cidade próxima ao Mar do Norte, onde mantinha uma propriedade agrícola a duras penas e tinha por cenário a Segunda Grande Guerra.

“Meu doce amor. Sonho da minha vida. Tanta dor e sofrimento!“, estava escrito na carta e as lágrimas não se calavam no rosto dessa mulher que durante todos esses anos aguardava notícias do paradeiro de seu único e grande amor.

Diariamente realizava esse ritual. Trancada em sua sala íntima, lia e relia o que seria a última jura de amor, talvez uma despedida daquele que capturou seu amor, numa deliciosa noite de verão, nos salões iluminados da baronesa Teodora Rostoff, na cidade de São Petersburgo - também chamada de A Paris Russa - onde o brilho e a riqueza da nobreza contracenava com a miséria dos bairros pobres.

A Inglaterra também estava arrasada. Nesses tempos difíceis faltava tudo. Como Norfolk não era ponto estratégico, militarmente falando, a vida se resumia ao quase-nada dos poucos proprietários rurais.

Mais quatro anos se passaram. A guerra acabara e a Europa se reconstruía.
Katherina fora convidada para o grande baile da Coroa Inglesa, idealizado para reunir os nobres europeus que durante as duas guerras haviam se espalhado pelo mundo.

Sua ida a Londres foi melancólica. A cidade fremia de alegria e luzes, o que a levou a recordar São Petersburgo. O salão era um exemplo dos novos tempos.
A família real inglesa abrira as portas do palácio. A orquestra executava peças dos maiores compositores europeus. Katherina deslizou suavemente pelo salão, ainda com toda nobreza e beleza de trinta anos atrás.

Chegando ao buffet solicitou uma taça de champagne e se virou lentamente para o salão. Lágrimas rolaram de sua face. “Aceitas esta dança, senhora condessa?”

Nos braços de Rudolf, Katherina curava as chagas de seu coração num soluço sufocado por um beijo de um amor prometido, que vencera a maior das guerras: a do coração.

Texto revisado por Cris

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