Coronavírus - Vírus da Limpeza
Atualizado dia 18/04/2020 18:11:30 em Autoconhecimentopor Renata Kindle
Não tem jardineiro? Capine! O contato com a natureza, ainda que nos encha os dedos de calos, que nos quebre as unhas e nos faça suar um pouquinho, nos reabastece, alinha nossos pensamentos... A faxineira não vem? Limpe você (afinal, é pra você mesmo)!
Não tem restaurante? Cozinhe seu próprio alimento! O Google tem receitas deliciosas e fáceis de fazer!
Não tem aula, não vai ao trabalho? Leia, alimente seu espírito com coisas boas, arrume armários, tire pesos...
O Pai Nosso é sempre bom e este é um excelente momento para voltarmos nossos olhos para o Céu, já há tanto tempo esquecido!
Dores passam, curas chegam e o futuro é o que virá, mas depende apenas do nosso hoje. Somente hoje teremos a chance de vivermos o hoje e é nele, no momento presente, que nós vamos preparar o amanhã dos nossos sonhos!
Por favor, não se descabele, o vírus da limpeza mandou limpar e é mundial! É uma energia que liga todo Planeta Terra, então semeie! Nunca foi tão certo o ditado: “o que plantares hoje, colherás amanhã”. Já sabendo disso, semeie coisas boas, semeie amor, girassóis, perdão, respeito, fé...
Às mães está sendo dada a grande oportunidade de olharem seus filhos antes que eles cresçam. Aos pais, a possibilidade de estarem em casa e, de repente, todos descobrem que dá tempo de tudo!
Já sabemos o que fazer. Mãos à obra! Desligue a TV, deixe o celular pra depois, pare de se contaminar por dentro!
Honremos com todo nosso respeito cada indivíduo que vier a se infectar com o tal vírus, sim, essa coisinha invisível, que não está preocupado com a limpeza no estilo TOC (mas agora ela é também fundamental), mas que apenas pôs as pessoas onde elas devem estar: em casa, com os seus, do lado de dentro de si mesmas. O vírus apenas faz um convite a um mergulho em nosso íntimo. É hora de limpar, de jogar fora as tranqueiras que vamos acumulando nos armários, gavetas e na alma.
Processos de cura podem ser dolorosos e é exatamente isso que esse vírus vem nos pedir: cura! A cura de todo um planeta e, como costumo dizer “por aí”, vamos ter que enfrentar isso juntos, como humanidade. Assim sendo, a depender do tamanho do nosso apego, a cura pode vir de maneira mais suave, com menos sofrimento.
Nunca se desejou tanto caminhar na praça que tem na esquina, mas que só passamos de carro, apressados... Nunca se desejou tanto trocar figurinha com o vizinho, saber seu nome... Nunca se quis tanto sair por aí, sentir o vento balançando as tranças. Um sorvete na casquinha no fim da tarde de outono nunca foi um programa tão divertido entre as famílias da era digital.
Jogos de tabuleiro, quebra-cabeças, apreciar uma boa música... há quanto tempo não fazemos isso?
Bem, é a hora! E, no fim de tudo isso, não caiamos novamente na tentação dos consumos, do estresse, da falta de tempo.
Consequências virão, claro! Nem poderia ser diferente. Porém, se nós nos permitirmos aprender, se realinharmos nossos valores como seres humanos, vamos passar por elas também!
Que venham os novos tempos!
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Conteúdo desenvolvido por: Renata Kindle Psicóloga clínica e hospitalar (crianças, adolescentes, adultos, casais e família); autora de alguns textos e artigos. Desenvolvedora de um trabalho piloto sobre a atuação das emoções no corpo físico, que se realiza com grupos de oficinas terapêuticas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |