Crer para ver...
Atualizado dia 3/19/2008 5:11:01 PM em Autoconhecimentopor Nelson Sganzerla
Na verdade, esse é mais um paradigma que precisamos urgentemente quebrar; caso contrário, ficaremos sempre esperando algo que não conseguimos acreditar nesta vida, pela necessidade de primeiro ver, e nunca iremos alcançar o que queremos pelo fato de pensar dessa maneira errada.
Nós, em geral, sabemos o que queremos, mas não sabemos pedir. Pergunt-lhe de pronto:
O que você quer da sua vida? Você, no mínimo, vai pensar um minuto pra responder.
Queremos tudo mas não sabemos definir exatamente esse tudo, pois a nossa mente sempre tenta interagir e nos confundir sobre o que realmente queremos. Nós vivemos em função do que o outro pensa.
Procuramos sempre nos apegar ao certo que achamos ser. Nossa mente está tão programada para não arriscarmos; afinal, aquilo que não conhecemos sempre é perigoso e jamais nos arriscamos ao desconhecido. Damos ouvidos demais aos outros, vivemos em função do que os outros pensam a nosso respeito, não vivemos seguros se não temos alguém para interceder em nossos pensamentos.
Como podemos nos dedicar ao que é incerto, ao que as pessoas à nossa volta dizem, que é arriscado e que é um caminho perigoso. Óbvio que toda vez que consultamos as pessoas sobre o que acham de determinado assunto que não seja e não esteja dentro de uma convenção social, a tendência é a de ouvirmos que tudo o que pensamos é uma loucura, que tudo o que sonhamos não dará certo.
Meus amigos! Pessoas que em geral vivem em um padrão de conduta velho, rançoso e ultrapassado, nunca irão jamais admitir que estejamos certos em nossos pensamentos.
Pergunte ao seu pai, mãe, avô e avó, o que eles acham de vocês deixarem a sua profissão de engenheiro, advogado, médico, professor ou seja lá qual for, para irem em busca do sonho de vocês, talvez abrir um negócio em Jericoacoara, em Londres ou na Jamaica?
Jamais irão dar alguma força nesse sonho, pois na mente deles, com relativa exceção, foram criados e programados para o que se chama de bem viver, ser INFELIZ, mas seguros com a casinha que conseguiram pagar com muito custo em anos de trabalho, e com o carrinho simples para irem visitar os netos e a aposentadoria que permite os almoços de domingo com todos à mesa.
Queridos, longe de mim querer colocar lenha nessa fogueira, mas quero perguntar a vocês: É isso que vocês realmente querem? É isso que esperam de vocês? Ou seja, morreram para a vida? Ou a vida é mais do que isso?
Enquanto nós não nos decidirmos mergulhar nesse maravilhoso e incerto mundo dos nossos sonhos, seremos sempre infelizes e iremos nos contentar com a carga de levarmos o mundo e os nossos problemas nas costas, porque existem pessoas - e são muitas - que se vangloriam em levar a família e o mundo nas costas, gostam de ser infelizes e gostam de ser reconhecidas como mártires, não admitem sorrir, ser felizes e vestem a postura das pessoas cansadas e cheias de problemas de saúde, com dores na coluna, bico de papagaio, reumatismo, diabetes, pressão alta, colesterol, etc. e tal, com um monte de gente reverenciando e acalentando essa cena infeliz.
O mundo está cheio de pessoas assim. Certamente vocês conhecem muitas. Pare pra pensar: são pessoas que quando olhamos de primeira, vemos no olhar toda aquela carga que querem que notemos; é verdade! Fazem questão que notemos a postura arcada, pelas cruzes que gostam de carregar nas costas, sempre reclamando de uma doença, explicando uma operação ou uma dieta forçada.
Pessoas que não suportam nos ver bem, com um sorriso largo no rosto, uma roupa bonita e um ar saudável. Reparem: vocês irão identificá-las facilmente em toda e qualquer reunião de família da qual você participe. Em geral sentadas na mesma cadeira, naquele mesmo lugar em um canto da sala, pois fazem toda a questão de serem vistas por todos e sugar o que cada um tem de bom.
Pessoas assim foram educadas para primeiro ver e depois crer; pessoas assim não acreditam nos seus sonhos, acham que a vida passou e já não dá mais tempo para uma reação; pessoas assim se entregaram ao fardo de cuidarem e de conviverem com pessoas tão fracas quanto elas e ali preferem existir num limbo de derrotas e infelicidades. E o pior é que gostam e se acham satisfeitas com a vida que criaram para si.
Não falo aqui de pessoas com certa idade, acima dos setenta; afinal, temos que dar um certo desconto a quem chegou a certa idade com brio e com dignidade e merecem o nosso respeito. Falo de pessoas com vinte, trinta, quarenta e até cinqüenta anos pois, por incrível que pareça, essa é a faixa etária mais grave de depressão e problemas psicológicos e de baixa auto-estima.
Essas pessoas acham que não podem jamais abandonar um porto que seja seguro, mesmo sem nenhum movimento de navios, por um novo porto onde a perspectiva não traga uma certa segurança; pessoas que são capazes de viver uma vida no mesmo emprego, infelizes ao extremo, sem a coragem de se arriscarem ao novo. Pessoas que vivem presas a certos valores e carregam pela vida a fora orgulho, arrogância, pessoas dissimuladas, hipócritas que procuram encobrir suas fraquezas perante a vida.
A vida, meus amigos, não pára e nunca nos dará a certeza de mudarmos do seguro para o inseguro e nos darmos bem. Fosse assim todos seriam vencedores, mas a vida nos coloca o livre arbítrio de optarmos. Portanto nunca queira achar que vai ter uma certeza de primeiro ver para depois crer, pois isso nunca irá acontecer. Você tem um interior que na certa irá lhe dizer o que é bom e o que não é bom; caberá a você discernir e escolher e acima de tudo escutar o seu coração.
Nossa mente foi programada de uma maneira errada, para isso precisamos desprograma-la e criar uma nova configuração para o novo. Sei que a maioria pensa: "Assim que eu ganhar na loteria irei mudar a minha vida radicalmente, irei ajudar todos os meus amigos, irei morar no lugar dos meus sonhos, comprar o carro que desejo, mandar meus filhos estudarem na Europa e coisa e tal..." "Assim que eu ganhar o aumento que quero vou poder trocar de carro, comprar aquela TV de LCD que tanto desejo; tão logo eu junte ou economize o que eu quero irei fazer aquela viagem dos meus sonhos."
Amigos, queiram primeiro, acreditem primeiro, que tudo irá conspirar para aquilo que vocês desejam. Vocês são do tamanho dos seus sonhos, portanto nunca sonhem pequeno, nunca queiram pouco. Isso é balela (inclusive escreverei algo a respeito do novo mandamento que a igreja católica criou a respeito da riqueza).
Mas a maioria está querendo primeiro ver para depois crer. E não funciona assim. Creia primeiro, acredite que vai mudar, abra espaço para essa mudança em sua vida, não desista do seu sonho por mais que com sua racionalidade pense que não irá dar certo. Acima de tudo, discordem de São Tomé.
Texto revisado por Cris
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