Criando o próprio problema!
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/13/2014 12:09:55 PM
Domingo, quase 14 horas, em frente à elegante Cantina Italiana em S. Paulo. Enquanto aguardamos o manobrista, observo um senhor de aproximadamente quarenta anos, muito bem trajado e com a porta de seu carro “novo e importado”, sorrindo feliz e vendo seu filho de no máximo dois anos com a calcinha abaixada até os joelhos e urinando na calçada, há menos de três metros da porta de entrada da cantina.
O pequenino terminou e puxou a calça, batendo depois uma mão na outra, como se estivesse limpando-a e olhou sorrindo para seu papai, que acarinhou seus cabelos e o ajudou a entrar no banco de trás do veículo. Quando foi entrar no carro, antes olhou ao redor, como se estivesse buscando os olhares de quem pudesse estar observando o motivo de tanto orgulho: seu filho.
O garotinho realmente era muito bonito, seu sorriso formava covinhas que aumentavam seu encanto. A referência à roupa e ao carro apenas para expressar ser este senhor possuidor de um bom nível financeiro e por seu porte, ser alguém com boa posição social. Mas como “formador” de um novo ser para o mundo, completamente despreparado.
Enquanto o menino fazia xixi, fazia “rabiscos” na calçada e olhava para o pai rindo e buscando sua aprovação, o que sem deixar duvidas, seu pai estava dando. Mesmo quando um casal precisou descer da calçada, dar a volta no veículo parado e então sim, entrar na cantina. Nada disso foi observado pelo pai, a não ser o “grande feito” de seu pequeno.
Este senhor havia acabado de sair do estabelecimento. Se o menino pediu para ir ao banheiro, eles estavam em frente à porta de entrada e a menos de 15 metros dos banheiros. Nada disso foi levado em conta. “Quer fazer xixi? Então abaixe a calcinha e faça aqui mesmo”.
Como se formam os valores nas pessoas? Como são transmitidos? Como saber o que é certo ou errado? O que pode e o que não pode, o que se deve e o que não se deve? Alguém precisa passar isso para as crianças.
Esse acontecimento descrito apenas ilustra as tantas situações onde os adultos deixam de cumprir com suas responsabilidades, gerando assim futuros distúrbios de comportamento, que inevitavelmente retornarão a eles mesmos, em forma de problemas. A mensagem que este pai passou a seu filho é que ele pode fazer onde estiver o que tiver necessidade. Isso se estenderá depois não só às necessidades, mas também ao que quiser fazer e pronto: um dia fará algo que seu pai ficará revoltado e cobrará dele um comportamento diferente. O filho não vai entender nada e ficará revoltado, Sentir-se-á injustiçado e está estabelecido o conflito. Futuramente seus pais se perguntarão onde foi que erraram.
Muitas pessoas possuem sérios problemas relacionados à sexualidade, pois quando pequeninos foram intensamente estimulado pelos pais a mostrarem seus “pingulins” quando perguntado “o que você tem para as mulheres”, acompanhado por grandes gargalhadas. Com quatro ou cinco anos, um dia quando seus pais receberam visitas e entre elas havia uma mulher, a criança automaticamente segurou seu “pintinho” por cima da roupa e sacudiu. Grande explosão de raiva e até surras para aprender que aquilo não pode.
O que é que queremos de nossas crianças? Será que não sabemos que irão crescer e que o que parece tão gracioso será um grande gesto de mau gosto e de falta de educação? Será que não sabemos que iniciamos a formação da personalidade de um ser desde seus primeiros dias, que ele estará registrando tudo da forma como passamos a eles e que, de repente, ao termos uma mudança brusca de comportamento, o que podia antes e era até incentivado hoje não pode e ainda se é punido? Como queremos que fiquem suas cabecinhas?
Pleno século XXI, terceiro milênio. Milhões e milhões de conhecimentos registrados para não valerem de nada e não serem utilizados.
Pais, tomem cuidado com suas inseguranças, pois elas geram a necessidade da auto-afirmação e isso os levará a ignorarem o que deveria ser sabido e praticado. Lembrem-se: Nós criamos nossos próprios problemas!
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