Crise e Transformação
Atualizado dia 09/04/2020 12:34:09 em Autoconhecimentopor KATIA LEONI DA COSTA NUNES
No afã de confortar a pessoa, muitas vezes me via no papel do religioso que tenta catequizar, convencer e isso não me agradava nenhum pouco. Sempre fui esquiva a esse processo de convencimento que algumas religiões usam. Acredito que a pessoa deve sentir-se confortável e se permitir ouvir, questionar, enfim, dialogar com a crença num jogo de sedução e conquista. Assim, também, entendo que deve ser o discurso do terapeuta. Quanto mais rígido, mais duro, menor a possibilidade de adesão do paciente, enquanto uma conversa suave, leve, tranquila, favorece em muito a continuidade do tratamento.
Mas, a verdade, é que gostaríamos muito que tudo fluísse sem desafios, sem obstáculos ou, que quando eles aparecessem, fossem transpostos. Gostamos muito do sabor da vitória e não nos sentimos confortáveis com a possibilidade da perda.
A vida, porém, não se apresenta dessa forma e não é à toa que sempre buscamos ter para qualquer projeto, um plano B. Na possibilidade da primeira alternativa não funcionar, seguirmos com uma segunda opção. Esse plano B, em algumas vezes, para algumas pessoas, não minimiza a situação de perda, trazendo um desconforto tão grande que gera angústia, tristeza, medo. Esses sentimentos, quando muito exacerbados, irão se converter em patologias como Depressão, Ansiedade, Pânico e outras.
Digo aos meus pacientes que os desafios nos impulsionam para a frente desde pequenos. É o desafio que faz uma criança andar para pegar o brinquedo que está fora do alcance do seu braço. Desafios nos tiram da nossa zona de conforto, e nos fazem buscar um novo caminho, desbravar trilhas que nos pareciam impossíveis.
Atualmente vivemos um grande desafio e estamos tendo que nos reinventar. É necessário um plano B, C, talvez o alfabeto inteiro. Fomos intimados a ficar em nossa intimidade, reclusos nos nossos castelos ou nossos casebres, conviver diuturnamente com as pessoas que são mais difíceis, uma vez que as relações familiares são as mais complexas.
Muitos de nós necessitarão reinventar formas de trabalho, e vamos conviver com o desapego material de maneira intensa e dolorosa. Nosso poder de compra vai cair, nossos entes queridos estarão partindo sem que possamos nos despedir...
O que aprenderemos com isso tudo? E é necessário que cada um de nós busque olhar para dentro de si e reflita.
Preciso cuidar de mim e de cada um irmão. A crise financeira de um, causa impacto na vida de todos. A fragilidade do saneamento que um sofre, vai impactar em uma multiplicação viral que pode atingir a todos.
Bom seria que os governantes e as nações tivessem esse entendimento, mas, talvez essa transformação fosse um MILAGRE...
Todos precisam comer com qualidade, todos precisam de morar com qualidade, educação de qualidade, assistência médica de qualidade.
A Natureza já deu respostas positivas revitalizando fauna e flora, melhorando qualidade de água e ar.
Enfim, a crise veio nos mostrar que somos unidos por um grande elo chamado amor e que somos todos um.
Texto Revisado
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Sou médica por graduação e Terapeuta por afinidade. Trabalho com Terapia Floral, Reiki e Tarot Cigano. Orientadora espiritual. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |