Culpa II.



Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 10/17/2011 9:11:12 AM
Culpa II.
Para saber se há como evitar o sentimento de culpa, precisamos lembrar que a culpa é gerada por desencontros entre o que se faz e o conceito que se usa. Avaliamos todos os nossos atos pelos conceitos que temos e usamos os parâmetros fornecidos por esses conceitos para julgar algo ou alguém.
Quando nos deparamos com situações em que se faz necessário um posicionamento e ele é discordante dos demais envolvidos, o mal-estar que se estabelece já é um gerador de culpas.
Os pais proíbem a filha menor de idade de ir a uma danceteria noturna, porque ela ainda não tem nem quinze anos. Ela "fecha a cara" e durante dias mal retorna os cumprimentos dos pais. Ela continua a levar sua vida normalmente na escola, nos deveres, com as amiguinhas, mas com os pais, nem uma palavra ou um sorriso. Nos dois primeiros dias os pais ainda se lembram que tomaram a decisão que deveria ser tomada, mas após algum tempo mais, começam um questionamento, pois estão se sentindo penalizados. O questionamento os leva, na maioria das vezes, a achar que deveriam ter agido de forma diferente, que talvez fosse melhor terem sucumbido à vontade da filha. Começam a buscar, a partir daí, uma aproximação, tentando fazer com que a filha deixe de se comportar daquela maneira, enchendo-a de mimos e cuidados que só farão dela uma manipuladora ainda maior nas próximas situações, e o que é ainda pior, os pais serão vistos por ela como "uns fracos". Se isso se repetir muitas vezes, esses pais não só não terão mais a condição de orientação sobre o comportamento de sua filha, como serão usados por ela para conquistar todos os seus caprichos.
É o momento de parar com a história da culpa e olhar onde se errou. O que se tem que fazer. Como corrigir ou redirecionar. Há um ditado que diz que "errar é humano". Não conheço nenhum que diga que "culpar ou ser culpado é humano".
Vejamos qual é o conceito de transgredir: "Ir além dos termos ou limites; atravessar: Transgredir fronteiras; Não observar, não respeitar (as leis ou regulamentos); infringir". Pois bem, se as crianças não transgredissem, não ousassem, não ultrapassassem os limites impostos, os adultos não buscariam a criação, a superação do que existe. Sempre que isso ocorre, em qualquer das áreas, mesmo das ciências, existe a "condenação", motivo suficiente para se gerar a culpa. Quantas conquistas aconteceram porque as pessoas ousaram e ultrapassaram limites. Então, devemos rever nossa postura cômoda de julgar e condenar, apenas porque fugiu do esperado, do padrão estabelecido, do comum. Muitos transgrediram e erraram, mas por não se sentirem culpados continuaram em suas buscas e hoje estamos usufruindo de suas descobertas.
No artigo "A ressaca após a tomada de decisão" dissemos: "Rever uma decisão e mudar, quando identificado seu erro, é sábio. Voltar atrás apenas porque está sendo chantageado e estão usando de manipulações é enfraquecer-se. Você só pode ser feliz se contribuir positivamente para isso. Não seja dono da verdade, mas distinga o que é importante. As pessoas lhe agradecerão depois por isso, mesmo que agora o condenem.".









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