DAKINIS um aspecto do feminino no Budismo Tibetano
Autor Júlia Signer
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 13/06/2007 20:40:41
As dakinis são seres femininos com formato humano, ou não, que se manifestam para trilhar o caminho do despertar; quando despertas (iluminadas), trabalham para o despertar de todos os seres.
Há uma dakini muito especial chamada EKAJATI. Ela tem o corpo marron escuro, é adornada por pele humana e possui um colar de cabeças; pisa (num movimento de dança) em cima de um cadáver de um tipo de demônio; há fogo ao redor de tudo e escorpiões voam por todos os lados. Ela própria, em uma das mãos, segura um escorpião e na outra um tridente, mas em vez do formato trino, tem o símbolo dos quatro elementos (a suástica ao contrário) que também giram. Sua forma seria semelhante à humana se não fosse seu único olho no rosto, único dente na boca e único seio.
Ela é portadora dos ensinamentos da unidade, por isso é simbolizada dessa forma. Também tem esse formato demoníaco por ter encarnado no pior reino de demônios existentes, assumindo uma forma semelhante para ser a rainha deles e dominá-los. Esta foi a sua ação gloriosa e por isso tem a habilidade de trazer a iluminação.
Há outras dakinis menos terríficas em formato também, mas a característica energética da destruição é integral em todas. A energia da dakini possui duas qualidades supremas: a destruição e a unificação. Dependendo das atitudes e humores delas, uma das faces é revelada. Como diz Francesca Fremantle em "o Vazio Luminoso": "O aspecto feroz, apaixonado, da energia que elas personificam é reconhecido como um elemento vital no caminho do despertar e uma expressão da realização iluminada... São ao mesmo tempo criativas e destrutivas... São as guardiãs dos ensinamentos secretos, cujo real significado é auto-secreto."
As dakinis, então, são criaturas magníficas e ao mesmo tempo perigosíssimas porque têm a capacidade de nos virar do avesso, de ponta-cabeça e nos pôr para girar de uma só vez. Porém, uma vez entregues, ela nos leva para o ensinamento último. São vistas como criaturas existentes; no meu parecer, são um aspecto da psique feminina.
Texto revisado por Cris
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