De como Cinderela se casou com Peter Pan e se desentenderam para sempre!
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Autor Heloisa Aragão
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 4/22/2009 3:40:17 PM
Era uma vez uma linda mocinha chamada Cinderela. Filha única, cedo perdeu a mãe, que rapidamente foi substituída por uma madrasta com duas filhas imperfeitas e chatas. Pouco tempo depois seu pai também morreu e a jovem foi relegada ao segundo plano, trabalhando como serviçal. Sofria sozinha no seu trabalho, sempre suja e resignada até que um convite para o baile no palácio do príncipe abrisse uma porta de esperança. Naquele momento Cinderela, uma vítima das circunstâncias, viu no perfeito príncipe a figura do homem protetor e provedor que a resgataria de seu destino cruel e com ele seriam felizes para sempre (?).
Apesar de linda, Cinderela carece de auto-estima, sofre de inércia, sente-se só, sem poder, incompleta. Precisa ser encontrada pela sua metade para poder ser feliz e inteira. Já dizia Collete Dowling, psicóloga e autora de Complexo de Cinderela.
O príncipe, chamado Peter Pan, é um menino que nunca cresce e vive em seu Castelo que chama de "Terra do Nunca". É o líder de seus amigos, sempre em busca de brincadeiras e diversão. É bonito e falastrão, sempre brandido sua espada e vencendo o inimigo mau. Representa também o aventureiro, o mosqueteiro, que desbrava horizontes desconhecidos. Em seu mundo, todos os sonhos se concretizam, menos a realidade. É um perfeito herói para uma mocinha em apuros.
Peter carece de estrutura, precisa de um chão, precisa de um elemento de aterramento para lidar com a realidade, é egóico e tem medo de crescer. Também estudado e analisado no livro a Síndrome de Peter Pan, do Dr. Dan Kiley.
Então eis que a mão do destino se encarrega de fazer uma festa no Palácio, onde Cinderela, por literalmente um passo de mágica, adentra o Castelo vestida na melhor alta-costura, maquiagem de cinema e calçando um sapatinho de inveja a qualquer estilista. Todos os olhares femininos são dirigidos a ela e os de Peter também. Dançam ao som de hip hop a noite toda e não conversam, mas sabem que são um casal perfeito e lindo, e que foram feitos um para o outro. O sapatinho comprova isso, pois não cabe em nenhum outro pé da região. E assim, depois de uma noite apenas, Cinderela e Peter Pan resolvem se casar. Belo casamento onde um herói carente e narcisista se casa com uma moça impotente e escrava de sua aparência. Cada um criando no outro o personagem perfeito para viverem juntos e se desentenderem para TODO O SEMPRE!
A história de Cinderela já foi reescrita e repaginada tantas vezes, que só a identificamos mesmo pelo seu mote principal. Moça linda que jovem perde os pais e é escravizada por sua madrasta, aguardando o dia em que seu belo príncipe a encontre e concerte toda a história. Ou seja, não interessa se chama Cinderela, Aurora ou Fiona. O que fica no inconsciente coletivo feminino é que a mulher tem quer ser bela, escrava de sua aparência e esperar pelo lindo príncipe - que é sua cara metade - e que a salvará de uma vida horrível (que pode ser desde lavar louça até ficar solteira), para serem juntos uma coisa inteira, que os fará assim, felizes para sempre.
Já Peter Pan, também modificado diversas vezes, não usa mais aquele traje verde, mas continua sonhando com aventuras e quer sempre brincar. Gosta de viver cercado de seus amigos e tem medo da velhice. Precisa ser admirado e aprovado, mas para ser um homem sério e de sucesso precisa de uma Wendy, digo uma Cinderela (qualquer mulher responsável) para garantir-lhe o contato com a realidade e assim poder ganhar o pão nosso de cada dia. E por isso, precisa de uma cara metade que o complete e o torne feliz para sempre.
Esses famosos arquétipos do nosso imaginário infantil representam as nossas expectativas com relação aos relacionamentos que temos com nossos pares. Digo expectativas porque nós mulheres procuramos um homem lindo e perfeito que será provedor e protetor de nossas almas indefesas, que jamais falhará, seja lá o que isso for. E por outro lado, os homens procuram uma mulher que seja maternal, responsável, carinhosa e sempre disposta a admirá-lo, seja lá o que isso for. Tanto um quanto o outro acreditam que para serem completos tem que encontrar a sua única metade. Como será que foi a semana seguinte de Cinderela e Peter Pan, depois de dormirem e acordarem juntos tantos dias seguidos? Será que ela achou que os amigos interferiam muito no relacionamento? Será que as irmãs apareciam sem serem convidadas e sempre davam alfinetadas?
Como é o dia seguinte na nossa memória? O que realmente aprendemos com isso? As etapas do namoro; que são atração, sedução e conquista. Além das informações subliminares de que homens são companheiros (herói dos amigos) e mulheres, inimigas (irmãs e madrasta), pois estão sempre competindo. O dia seguinte da conquista - que é "o felizes para sempre" - ninguém na verdade sabe como é, porque ali o livro acabou, no filme sobem os letreiros. Ninguém teve um exemplo, então resta apenas a expectativa de que o outro complete a metade que está faltando. E é nesse momento onde deveríamos começar um relacionamento, com seus altos e baixos, que começamos o embate, as cobranças de posturas de personagens que não existem. A luta por quem tem razão. Aquilo a que chamamos Dramas de Controle que desencadeiam uma gama de outros personagens numa história sem fim, de dor, de sofrimento, de incompreensão.
Daí vem os desentendimentos. Como entrar em um relacionamento vestindo algo que não somos realmente? Mostrando para o outro aquilo que temos de mais bonito e o que temos de menos real? Estamos sempre projetando no outro a expectativa de que ele ou ela nos complete aquilo que nos falta. Esperamos muito do outro, sem contudo, falar o que esperamos. O desentendimento não é conseqüência das diferenças. É fruto da falta de conhecimento de nós mesmos que cria essa idéia de que precisamos estar no controle. Então controlamos as situações através de Dramas para que o outro corresponda às nossas expectativas. Mas como o outro não escreveu a história que redigimos acabamos frustrados, lutando corpo a corpo num eterno cabo de guerra, que nada mais é do que puro desentendimento. Lidamos com o outro, sem nos conhecermos realmente e por isso projetamos no companheiro ou na companheira aquela idéia de que nos completarão, e de que juntos, uma coisa só e amorfa, seremos felizes para sempre. E pior, que se estivermos sós, seremos infelizes para sempre também, pois algo nos falta.
E não nos falta nada. Somos seres completos capazes de sonhar, de conquistar, de arrumar, de organizar, de amar, de prover, de liderar sejamos nós homens ou mulheres. Isso não quer dizer que não devamos nos relacionar. Devemos sim, mesmo porque temos que aprender a nos relacionar, a nos conhecer, a saber a hora de ir em busca, a hora de ceder, e o mais importante, a hora de aprender a trocar. O que nos torna realmente felizes e completos é a troca nos relacionamentos, é através dela que crescemos como ser humano e evoluímos em espírito. O resto é apenas sapatinhos e espadas que vão mesmo se desentender para sempre!
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Heloisa Aragão é jornalista, ministra cursos de Meditação Ráshuah, dá palestras sobre Frequencias Cerebrais, Os perigos da ilusão, Dramas de Controle, entre outros. Aplica Testes Vocacionais Ráshuah, maiores informações pelo telefone (21) 2484-1571 ou pelo site www.rashuah.com.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |