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Deficiência?

Atualizado dia 05/02/2016 10:06:55 em Autoconhecimento
por Patricia M. Barros


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É muito comum que tenhamos uma impressão negativa a respeito das deficiências humanas. Isto é compreensível. Porém, costumamos não perceber as qualidades das pessoas chamadas “especiais”. Normalmente, eu não gosto deste tipo de eufemismo, mas acho que o termo “pessoas especiais” é muito adequado quando se trata de pessoas que têm alguma deficiência, no sentido literal.

Há algum tempo, li um belo texto que procura explicar porque existem crianças especiais. Deus criou pessoas muito diferentes para que aprendessem umas com as outras e para que juntas formassem o seu corpo, tornando-se então “a sua imagem e semelhança”. Neste texto, mencionou-se uma doença chamada mielomelingocelle (o nome da enfermidade significa “mel que veio do céu”, consistindo em uma deformação da coluna). Decidi pesquisar um pouco sobre a doença na Internet, o que me levou a ler a história de Barbara. O simples fato de escrever o seu nome fez com que lágrimas aflorassem aos meus olhos. Ela é uma linda menina americana, que sofre daquele mal e de hidroencefalia.

Lembro-me nitidamente da sua foto. Como não amá-la? É difícil expressar em palavras o que senti. Olhar para a foto daquela menina é o suficiente para sentir a energia amorosa, comovente que emana dela. A sua mãe a considera uma criança como qualquer outra. Ela conta que Barbara é ao mesmo tempo inocente e manipuladora, que está indo bem nas suas aulas de natação especial e que a menina tem muitos admiradores. E a garota tem apenas 6 anos! Ler este depoimento me tocou, pois a mãe de Barbara não a considera “anormal”. Por que pessoas que não têm os problemas daquela menina são consideradas “estranhas” por muitos? Isto não faz sentido. É claro que não faz sentido, mas a nossa sociedade é realmente louca, difícil de se entender.

Escrever sobre Barbara fez com que eu me lembrasse da afetividade das pessoas portadoras da Síndrome de Down. De fato, são pessoas carinhosas, amorosas. Isto sem falar das histórias de superação de várias pessoas que têm esta Síndrome.

Eu comentei que me enterneci ao ler sobre a história de Barbara e ao ver a sua foto. Muitas vezes nós nos esquecemos do que é essencial: o amor. Este sentimento pode nos levar a enxergar as pessoas especiais de uma maneira diferente. Inclusive quem disse que todos nós temos que ter um papel ativo na sociedade? E as crianças e idosos? Inclusive estas pessoas são desvalorizadas. Lembrei-me de um pequeno livro, “O Caminho da Paz”, de Henri J. M. Nouwen. Nesta obra, o autor, um sacerdote holandês, conta a história de Adam, um rapaz com sérios problemas físicos e cognitivos, que transmitia uma paz que não é deste mundo. Eu acredito que tudo no Universo tem um sentido, inclusive os mais sérios problemas. A nossa compreensão é que é limitada.

Também são maravilhosas as pessoas portadoras da Síndrome de Williams. Estas pessoas têm sérias dificuldades para executar tarefas do cotidiano, tais como comprar algo e conferir o troco. Mas elas são muito sociáveis, afetuosas e geralmente têm um talento excepcional para a música.

E quanto a nós, mulheres portadoras da Síndrome de Turner? Muitas de nós não têm outras características da síndrome além da infertilidade e da baixa estatura. Outras têm problemas de saúde leves, que podem ser tratados. Então em muitos casos a Síndrome de Turner não pode ser considerada uma deficiência. Somos lutadoras. Com o tempo acabamos aprendendo que a aparência não é o que realmente importa na vida, não discriminamos ninguém. O que dá sentido à vida é o bem que fazemos e evoluir como pessoa, não é verdade? Então nós, mulheres com Turner, nos esforçamos para desenvolver várias qualidades, para nos tornarmos seres humanos melhores. Já conheci várias mulheres como eu e elas são realmente pessoas maravilhosas.

Enxergar o próximo de uma outra maneira pode ser maravilhoso! Podemos abrir os olhos para ver Deus em nossos semelhantes... Namastê!

“O Deus que habita no meu coração, saúda o Deus que habita no seu coração”.



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Conteúdo desenvolvido por: Patricia M. Barros   
Sou jornalista e advogada. Atualmente sou funcionária pública e estudante de psicologia e psicanálise. Sempre me interessei por questões que envolvem comportamento e o desenvolvimento pessoal. Espero contribuir um pouco para o bem-estar e felicidade de algumas pessoas!
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