Deixe a criatividade te levar...
Atualizado dia 12/12/2006 17:34:39 em Autoconhecimentopor Júlia Signer
E assim fazemos pose para andar e para sentar e para falar e a nossa alegria espontânea se perde no meio de tantas máscaras que criamos. Hoje, andando na rua, cruzei com uma menina muito bonita; ela devia ter lá seus 20 anos, estava de salto alto, saia, uma blusa muito elegante e com o rosto maquiado; falava ao celular. Ela fazia pose de gente bonita caminhando pela rua Oscar Freire e reparei em um senhor, muito elegante de terno que estava atrás; ele também fazia pose, este de preocupado, e seguia este desfile de poses e personalidades me cruzando. A minha reação foi abrir o peito e estampar um sorriso na cara. Sabe, não precisamos fazer pose, isto nos deixa meio feios...
Um dia resolvi testar o que realmente atrai as pessoas; no primeiro dia saí de casa toda bonita, arrumada e andava na rua fazendo pose de bonita. Sim, recebi alguns olhares e eu ia me sentindo orgulhosa; como sou bonita, pensava. No outro dia, saí de bermudão, camisetinha e tênis, mas com toda a alegria do mundo em meu coração e eu emanava amor a todos à minha volta, aos cachorros, às árvores, aos velhos, adultos, jovens e crianças, e quanto mais eu andava, mais atenção eu chamava; era uma coisa de alegria que crescia, crescia dentro de mim, e recebi comentários do tipo "você iluminou o meu dia", "que bom ver alguém feliz".
Nestes dois dias compreendi, mais uma vez, que o que você irradia é o que as pessoas absorvem, e não sei de você, mas eu gosto muito de sentir alegria, de sentir amor; isso de orgulho me fecha, me deixa afastada dos outros e de minha fonte também. Natural, há de ser natural para a espontaneidade aparecer. Não adianta buscar sua criatividade se enchendo de novos aparatos; há que se tirar, tirá-los todos e ir ficando nu, com a alma nua e deixar ela brilhar, porque ela é um SOL tão radiante e feliz que quando você permitir brilhar vai se surpreender com tamanha luz que verá.
É muito simples e este que é o grande problema: por ser simples não nos permitirmos provar, apreciar a simplicidade do conhecimento; queremos estruturas elaboradas, cheias de etapas e passos para aí, sim, valorizarmos e engrandecermos e reconhecermos; sim, isto é uma técnica verdadeira que me leva ao âmago de meu ser! Balela! Não é assim, as técnicas elaboradas são importantes ao nosso desenvolvimento, mas o seu olhar e o seu coração para a vida, para as elaborações e para o que quer que seja, hão de ser simples e diretos. Se você utiliza uma lente de elaboração não verá o que realmente é, verá a sua lente e assim com tudo.
Abre um espacinho aí no seu coração e na sua visão pra que possa vir de dentro, borbulhar da fonte todo o amor do mundo. Não precisa jogar nada fora, mudar nenhuma coisa, só abre espaço, abre espaço, muito espaço no seu centro para que espontaneamente tudo aconteça.
Você pode pensar agora: tá, falar é fácil mas como é que eu faço isto? Comece dançando, põe uma música e dance livremente, expandidamente, sem julgar seus movimentos; daí, vá tomar sorvete, faça caretas no espelho, vai conversar com um amigo e rir bastante; cante, cante, invente uma canção enquanto a canta. Deixe que o seu corpo comande seus atos sem que você julgue o que está fazendo; quanto mais bobo melhor; invente uma língua e fale nela com você mesmo, depois esquece tudo e sente para meditar e, nesta meditação, escute aquelas palavras que ainda não foram ditas dentro de si. Aí está, a sua criatividade pura, auto-surgida e legítima!
Seja feliz!
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 28
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