DESATANDO OS NÓS DA ALMA
Autor Círculo de estudos - Academia de Cabalá
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/2/2008 4:47:29 PM
O estudo clássico da Cabalá aborda duas áreas de conhecimento Ma’assé Bereshit (Obra da Origem) e Ma’assé Mercavah (Obra da Carruagem).
Ma’asé Bereshit é a investigação da origem de “tudo”. Os sábios da Cabalá Yunit (Contemplativa) nos ensinam que a compreensão da semente promove o entendimento do fruto. Através do conhecimento da origem do ser humano e das leis metafísicas que regem o universo compreendemos o propósito de nossa existência e a retificação (ticun) necessária para restabelecermos uma ligação plena com o estado de Plenitude original.
Ma’assé Mercavah significa a Obra da Carruagem e diz respeito à possibilidade de sair de um estado de consciência para outro. É a Cabalá na prática: trazer a Sabedoria espiritual para experiência diária. Esta Mercavah (carruagem) é um veículo espiritual, um método de meditação que possibilita a transformação de consciência.
Cabalá Yunit - A Escola Contemplativa
A Escola Contemplativa se baseia nos ensinamentos de Rav Avraham bem Samuel Abuláfia (Espanha - século XIII) e traduz a experiência de Ma’assé Mercavah, fazendo desta Sabedoria espiritual um sistema de conhecimento prático e funcional que revela as grandes verdades ocultas do universo físico e metafísico. Todo o trabalho prático da Cabalá Yunit é centrado na Meditação Contemplativa com o objetivo de expandir a consciência do ser humano. A alma de todo ser humano tem a tendência a se escravizar em um padrão de comportamento robótico. Ela consegue romper com este padrão, desatando os nós que a prendem, nós da alma. Segundo Rav Abuláfia, o exercício da meditação liberta a alma e desata os nós que a prendem.
Quando falamos de meditação, ainda hoje, temos uma impressão de estarmos nos referindo apenas às técnicas orientais. Entretanto, por séculos, a meditação cabalista vem demonstrando que o indivíduo praticante de suas técnicas se torna capaz de eliminar todas as barreiras que o impedem de conquistar o máximo de suas potencialidades.
O alfabeto hebraico
A palavra OT está ligada ao conceito de letra, mas é a mesma palavra, em hebraico, para marca, símbolo ou selo. Um símbolo leva à associação de uma idéia ou mensagem, sendo assim, “transportadores” de conteúdos diversos, mesmo que não se tenha uma reflexão racional cognitiva sobre seu significado. O símbolo encerra uma mensagem além de sua aparência concreta. É o encontro do visível e invisível, do concreto e do abstrato, do consciente e do inconsciente – para um cabalista é o encontro entre o físico e o “extrafísico”.
O alfabeto hebraico e sua linguagem simbólica é a principal ferramenta da Cabalá Contemplativa. Através da ressonância mórfica (som e forma) recebida pela meditação nas letras, o ser humano tem acesso às chaves dos mais profundos arquivos da consciência.
Dentre os métodos apresentados por Abuláfia para meditação, deve-se dar um destaque especial ao Tzeruf – a arte combinatória das letras – que podem ser visualizadas e/ou vocalizadas, associando-se também, exercícios respiratórios e movimentos corporais.
Chay Ticun
Vivemos um tempo de mudanças de paradigmas sobre a relação entre ciência e espiritualidade. Mesmo a “medicina convencional”, que antes tendia a procurar a causa imediata de uma doença observando na prática seus sintomas, atualmente leva também em conta as origens psicológicas e espirituais das doenças, e nossa capacidade de nos recuperarmos delas. Aquilo que já foi uma predisposição médica de separar o corpo e seus sistemas físicos da pessoa interior (mente e alma) começou a mudar e conseqüentemente o conceito de cura também.
Para cabalá, a doença do ponto de vista espiritual, é uma deficiência no acesso a Energia Primordial. Quando nos desconectamos com a "LUZ ESPIRITUAL" o nosso espírito "adoece". Para corrigir esse desajuste, é necessário a "re-ligação" da alma com a Energia Primordial ( LUZ ).
Ao falarmos de cura na Cabalá, estamos falando de uma consciência espiritual que se refere a uma postura de vida. Não falamos das doenças do nosso corpo físico, mas de um complexo existencial saudável, envolvendo todos os aspectos de nossa vida: financeiro, emocional, espiritual e físico.
Chay Ticun é um método de meditação, utilizado pela Cabalá Contemplativa, que possibilita ao ser humano a "re-ligação" de sua alma com a Energia Primordial. Ao meditarmos nas combinações de letras hebraicas, projetando-as nas diversas partes do corpo, criamos uma onda de energia que desperta o modelo original de equilíbrio e plenitude do ser humano.
Cristina Tehilah
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