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Desconectados para bate-papo...

Atualizado dia 6/29/2008 11:18:40 AM em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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"O diálogo busca a verdade, uma vez que o diálogo é fruto do pensamento dialético e só pode ser obtido mediante uma constante cooperação dos sujeitos em mútua interrogação e resposta."
Platão


Interessante são alguma pessoas! Nesse mundo agitado em que vivemos, elas pouco ou quase nada falam de si mesmas. Parecem guardar em seu íntimo segredos trancafiados a sete chaves. Seriam essas pessoas fortalezas impenetráveis para a análise de seus psiquismos?

É claro que se em uma sessão de psicoterapia imperar a "lei do silêncio", onde um espera pelo outro para que se rompa a barreira da incomunicabilidade oral, a situação de "mudez" absoluta reinará por tempo indeterminado entre paciente e psicoterapeuta.

O psiquismo humano trabalha como uma "panela de pressão". A válvula da pressão interna deve estar sempre dando vasão ao conteúdo que precisa escapar ou se manifestar. Quando a válvula impede a saída dessas "impurezas", a tendência é o indivíduo acumular a pressão interna até o momento em que não mais suportar. A partir da situação limítrofe, a pessoa corre o risco de somatizar doenças de conteúdo emocional reprimido ou até de surtar.

Apesar do paciente na postura defensiva ter seus pontos vulneráveis, para a psicoterapia é sempre um desafio quando encontra pela frente a lei do silêncio. Nessa situação, se o psicoterapeuta não tomar a iniciativa do diálogo, a ruptura da comunicação verbal poderá se estender sem previsões de restabelecimento.

No entanto, a interação de uma dinâmica psicoterápica não significa exatamente um "bate-papo" informal entre as duas partes envolvidas no processo. Mas exige a comunicação, o diálogo, a palavra estrategicamente colocada para que o processo tenha andamento e não paralise por tempo indeterminado, ou seja, uma desconexão para a "papoterapia", mas nunca para a iniciativa do diálogo quando este for necessário.

A experiência tem demonstrado que o indivíduo que chega "silencioso" na primeira consulta é aquele que tem resistência de expor-se, porque inconscientemente encontra-se bloqueado por traumas psíquicos responsáveis pela percepção de desequilíbrio bio-psico-espiritual e pela sensação de impotência diante das exigências da vida.

Portanto, cabe ao psicoterapeuta preparar o clima de "acolhimento" do primeiro encontro para que o vínculo de transferência positiva entre paciente e profissional se estabeleça, pois sabemos que não é por acaso que o mesmo escolhe o sexo de seu terapeuta. Sempre haverá nessa escolha uma motivação inconsciente de extrema importância e significado para o processo terapêutico.

Se imperar a lei da desconexão para o uso da palavra falada, perde-se em riqueza, em qualidade, e perde-se tempo precioso em que o aspecto "humano" da relação psicoterápica inexiste ou fica relegado a segundo plano. Quantos pacientes considerados "silenciosos" tiveram pais distantes, não participativos e que por este motivo guardam traumas e desenvolvem somatizações justamente pelo bloqueio que se estabeleceu entre eles e a sociedade dos homens?

Na sociedade moderna em que as relações humanas encontram-se em crise devido à velocidade dos acontecimentos do cotidiano que impelem as pessoas para contatos pontuais, perdeu-se muito a originalidade do contato pessoal baseado no afeto e no genuíno interesse pelo bem-estar do outro. Atualmente, na relação paciente-terapeuta, observa-se o "resgate" da palavra falada e ouvida como "ferramenta" de (re)construção do equilíbrio interior.

Desconectados de sua real situação, muitos indivíduos que nos procuram já se encontram. Cabe ao profissional, ao fazer uso da palavra, conectar a pessoa pela natural aproximação de caráter humano, única forma viável de incentivá-la a interagir dentro da metodologia que o processo terapêutico exige para chegar aos resultados desejados.

Psicanalista Clínico e Interdimensional.
flaviobastos

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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