Desilusão é uma coisa boa!

Ninguém quer sofrer desilusões! Quem nunca ouviu essa afirmação? Esse é um equívoco ancestral que, infelizmente, tornou-se verdade, como se a desilusão fosse algo ruim.

As pessoas não percebem que desiludir-se é uma graça e que, na verdade, é a ilusão que deve ser evitada. Construímos cenários ilusórios em nossa mente e nos refugiamos neles. Enchemos a nossa mente de sonhos e desejos e perdemos completamente a conexão com a realidade. Em função dessa fuga, nos tornamos detentos de um mundo ilusório. Preferimos viver em um mundo imaginário do que aceitar a realidade.

O Universo - através dos seus mecanismos naturais - não aceita esse tipo de rebeldia e, com isso, cria meios de promover o nosso despertar.
Deus não nos quer entorpecidos e quando somos estapeados pela Vida, na verdade, estamos sofrendo ações necessárias para sair desse estado de torpor criado por construtos mentais ilusórios.

Desilusão é uma coisa boa, ilusão é uma coisa ruim, simples assim. Sem muitos recursos emocionais para encarar a realidade, nós lançamos mão de todo tipo de mecanismo de fuga, sejam eles quais forem. A realidade não corresponde às nossas expectativas e temos muita dificuldade em conviver com essa desconexão entre o que queremos e o que a Vida nos oferece.

Não entendemos ainda que a cada um é dado segundo suas obras, não aceitamos teses cármicas que possam justificar nossas decepções com a realidade, por isso, mergulhamos nessa instância ilusória, por isso escolhemos viver no mundo de Maya.

Desilusão é uma coisa boa, todas as vezes que nos desiludimos, somos trazidos novamente ao antigo terreno de lutas da realidade. Estamos aqui para aprender com as proposições da vida e não para fugir. Temos talentos que precisam ser multiplicados e não enterrados por insubordinação à Inteligência Universal.

Por que é que a gente gosta da corda que nos enforca? Por que lutamos para permanecer entorpecidos? Que dificuldade é essa que temos em aceitar a realidade e viver a vida como ela é, convivendo com as pessoas e aceitando-as como são? Que espécie de loucura é essa que nos faz mergulhar nesse abismo?

Enquanto não investigarmos as causas de nossas fraquezas, estaremos caindo na mesma toca de coelho, como Alice, vivendo em um mundo imaginário, totalmente cegos.

 

Texto Revisado