E A RELAÇÃO COM O OUTRO?
Autor fatima bittencourt
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/1/2014 11:22:12 PM
Em tempos que ouvimos tanto palavras como "desapegue", "viver sozinho é melhor", "não quero filhos", "a fila anda", "eu e eu"...e que também presenciamos uma sociedade viciada na tecnologia onde crianças, adolescentes e adultos, fazem de suas rotinas a companhia de um computador, seja ele de que tamanho, marca, mega, cor ou valor. O importante é que funcione para conduzir algum tipo de necessidade.
O que será dessas crianças e adolescentes viciadas em jogos, só o tempo dirá...fato que nada acontece por acaso e muitos ganhos terão, como o desenvolvimento da capacidade do cerebro. Porém, já percebemos jovens com doenças de velhos, como artrose, stress, pressão alta, alto nível de ansiedade entre outras.
Não se trata de julgar ou de responder com sim ou com não... talvez apenas refletir um "eu" aprisionado em seu corpo e sua mente, embora ainda regido pelo seu inconsciente, podendo fazer algumas pequenas escolhas. Porque recusar o contato com o outro? Isso é uma forma de contato contemporâneo?
Onde está a dinâmica e os ambientes de convivência humana? Como nos conhecer sem esta relação com o outro? Quem se importa que esta possibilidade é o espelho necessário para denunciar o eu, o corpo, o outro e o universo? Quem percebe os corpos desamparados pela insuficiência orgânica e pela imaturidade emocional e neurológica ? Em tempos acelerados aos processos artesanais na construção de vínculos é necessário tempo para planejar a arquitetura da intimidade. Não basta am
O mundo virtual é estonteante, magnífico e o sentimos de fato como real. Possui um movimento próprio, ofertando-nos palavras de poetas, arte, cultura, cura e até a dança dos bailarinos. Marcam passos, corpos, movimentos e vidas. Pulsam e transbordam energias em abundância. É fato que ninguém imaginava como nos filmes de ficção, termos agora num micro-chip, todo registro da humanidade, não é mesmo?
Inspirada sempre nas minhas antenas do que virá, faço esta pergunta: Como substituir um tempo tão necessário para se conhecer, através da relação com o outro? Onde estará este tempo, num tempo tão sem tempo?
Escrevo este texto refletindo sobre a importância do conviver, na constituição psíquica, na constituição do corpo e espírito que envolve o amor, no que se pode dar ao outro, no que o outro nos mostra como limites, nos enfrentamentos de frustações, na capacidade de perdão, até mesmo discursões...O outro é que aponta, onde precisamos nos polir mais, porque eles que sentem a dor de nossos excessos. Até que o tempo determine os degraus da mais elevada consciência, para acontecer o milagre do recolhimento de nossos espelhos. Então sim, fazemos o encontro com o SER e o EU SUPERIOR...
Os bailarinos desvelando suas almas com seu olhar atento e particularizado para cada um. O amor incondicional zelado pela função materna. As negociações e cumplicidades que acontecem apenas nos vínculos que levam tempos e tempos até para se sentr saudade...O mundo está tão carente disso! Parece ser tudo tão provisório! Elevo minhas mais profundas intenções, de coração para coração, que se faça tempo para resgatar nossa convivência humana, nosso resgate de valores genuínos, onde a ancestralidade e a tecnologia aprofundem os vínculos do presente, com presença, nos reconhecendo como semelhantes e importantes por demais na relação com o outro SER!
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Psicóloga há mais de 25 anos, Fundadora do Grupo Sanare, Casa Azul e Solar dos Budas. Sua base teórica e vivencial reúne a filosofia oriental, neurociência e psicologia integrada. Oferece consultoria e atendimento psicoterápico clínico. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
