É POSSÍVEL VIVER COM PRAZER?

   

Autor Maria Lúcia Pellizzaro Gregori

Costumamos negar a possibilidade de vivermos em plenitude, aqui, agora, pelo menos na maioria dos aspectos da nossa vida. 

Não estarmos sintonizados todo o tempo com estados superiores de energia não significa que eles não estejam disponíveis para nós, igualmente. Quanto mais solidificamos a crença de que o prazer não é uma condição humana mais nos aprisionamos em pequenos espaços de consciência e mais nos afastamos da originalidade da existência.

Pulsar em harmonia com as forças cósmicas é uma condição a ser alcançada, uma vez que somos espírito e matéria num só corpo. Nosso hábito constante de dividir o Todo em partes, multifacetando uma realidade única, nos mantém na crença de que não somos dignos dela, e assim ficamos algemados em pequenas fracões de felicidade e em grande quantidade de dor.

Muito do que aprendemos ou assimilamos como verdade no passado pode ser re-conscientizado agora. Ninguém precisa esperar a desintegração da matéria para ter direito a uma vida muito melhor do que a que possui.

O medo de ver o que não aceitamos como sendo algo nosso porque é feio, a vergonha de expor uma imperfeição porque seremos criticados, só acrescentam fermento às partes atrasadas que precisam exatamente vir à luz para que possam ser descascadas, dando a nós mesmos, o direito de identificar e exibir o brilho do diamante que se encontra dentro de toda essa distorção.

Os sentimentos antecedem a cristalização de formas estruturadas, sabemos disso, mas não conseguimos detê-los quando se manifestam destrutivos e cruéis. Conhecendo as limitações que nossa condição de humanos possui, podemos, pelo menos, nos esforçar mais intensamente para desbloquear as áreas de prazer que esses sentimentos obstruem.

O perfeccionismo introjetado pela cultura do “ser bonzinho para ganhar um brinquedo” é um grande impedimento para o prazer, pois cria a ilusão de que, enquanto não se é perfeito não se pode viver plenamente.

Um copo pequeno pode estar cheio de água, resolvendo uma certa sede. De copo em copo, de sede em sede você se satisfaz e avança. Mas se achar que deve esperar cada vez mais para saciar sua necessidade, você ficará desidratado e morrerá seco.

É preciso transcender nossas insignificâncias, pois o que elevarmos aqui na Terra será amplificado no mundo dos espíritos. Nossa evolução, mesmo encaixada dentro do grosseiro corpo físico não será perdida, será um novo ponto de partida no futuro.

E quem não quer ser um vencedor nessa corrida pela iluminação?

Lembre-se de que, cada vez que você se afunda na desesperança por causa de uma dor, você precisa de mais oxigênio para subir.

Você já pensou porque uma pessoa sofre mais e outra menos numa mesma circunstância?

Já reparou como alguns saem mais fortalecidos e outros ficam destruídos, tendo passado pelo mesmo sofrimento?

Então, o fato em si não determina a conseqüência para o ser humano.

Decida-se pelo prazer de viver.

Não se junte aos lamuriantes.
Fortaleça sua vontade de se sentir pleno, unindo-se àqueles que agradecem pela vida e ajude os que ainda não encontraram essa fonte de água pura e fresca.  

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