ECLIPSE
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Autor Hellen Katiuscia de Sá
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/13/2005 10:43:58 PM
Passados os dias, o Sol Vermelho ganhava os céus de espuma, tendo as estrelas como companhia. E um vento, de assalto, causou alvoroço no espaço; mal sabia que surpresa lhe vinha...
Era a Lua Branca, sua esposa e companheira, que viera ver seus filhos nascidos há mais de 25 bilhões de anos: as Estrelas. Fez-se silêncio no firmamento. E das constelações vieram as mais belas luzes e cores, misturando-se no espaço. Formavam cores dançantes, num voltear de braços.
As estrelas solitárias, todas paradas, contemplavam o espetáculo. Torciam, em paz, pela harmonia do momento. Era o nascimento de mais um irmão. Porém, à distância daquele minuto, vem uma estrelinha desgarrada separando o céu em dois instantes. Colocou-se entre o Sol e a Lua impedindo o encontro.
Fez-se silêncio no vácuo:
- Quem ai está?, gritou o Sol Vermelho.
- Eu sou Laya, o infinito correr da noite. Ninguém me governa. E o que eu quero, eu faço!, gritou o asteróide.
A Lua Branca meiga e paciente lançou-lhe os olhos:
- Meu jovem viajante, o presente momento é para o encontro com meu esposo. Nos vemos a cada quatro anos, somente. E hoje será especial, daremos a luz a um rebento cintilante. Irá ele encher os céus de paz e reinar no império das Vias-Lácteas, projetando sua luz aos seres viventes.
Compreendido o momento, falou o jovem retirante:
- Posso participar, senhora Lua, do sagrado encontro e deixar meu rastro brilhante para que o jovem astro tenha mais esse atributo no céu reinante?
A Lua Branca, sapiente, ponderou a rogativa:
- Aceitarei teu presente, ó luminar inclemente. Mas, que de hoje para sempre, todo cometa que cortar os espaços, será um solitário mensageiro. Sua remissão será alcançada levando o calor do abraço aos buracos-negros sufocantes.
E assim aconteceu! Foi-se o jovem astro, iludido e sorridente, pelo efeito de seu feito inclemente! E do momento sagrado entre Sol Vermelho e Branca Lua, nasceu seu mais novo rebento: os Olhos do Mundo, a consciência do espaço e do tempo.
Hellen Katiuscia de Sá
30 de abril de 2005
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 4
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