Educando e Liderando com Assertividade e Calma
Atualizado dia 24/05/2008 12:32:13 em Autoconhecimentopor Eunice Aboláfio
Não é nada fácil ensinar algo que não dominamos, mas julgamos muitas vezes estarmos fazendo um excelente trabalho; porém a Assertividade está profundamente relacionada ao exercício da VERDADE, um valor difícil de ser sempre apreciado em nossa sociedade.
Assertividade é a capacidade de se comunicar com justiça e objetividade, enquanto entendemos e relevamos as necessidades e sentimentos próprios e das outras demais pessoas envolvidas. Complemento o termo Assertividade enfatizando com as palavras: “com calma”, pois muitos de nós pensamos estar sendo assertivos, porém demonstramos a verdadeira emoção recolhida, com o uso da agressividade, mesmo que inconsciente.
A definição pode parecer algo muito simples, mas assim o é apenas na teoria. Na prática, oscilamos entre os extremos da passividade - valorizando mais o outro do que a nós mesmos -, e da agressividade, considerando unicamente os nossos desejos e sentimentos. É realmente um desafio trilharmos sempre o caminho do meio.
Quando uma pequena criança, acostumada a receber sempre um atraente chocolate de seu tio, percebe que o mesmo deixou de fazê-lo em um dia de extremo desejo, olha para ele e diz:
- Você é feio! Não gosto de você!
Seus pais indignados sentem o peso da responsabilidade de corrigir este comportamento inadequado e a repreendem dizendo algo como:
- Não fale assim com seu tio! Peça desculpas!
Quem de nós agiria de forma muito diferente?
Assim é que fomos educados, moldados para sermos passivos e hipócritas, assim como deixamos de nos conscientizar dos nossos próprios sentimentos e como manifestá-los adequadamente.
Como mães, criamos os homens que amanhã estarão deixando de falar de seus sentimentos, exatamente como nossos companheiros fazem conosco e tanto reclamamos.
Educar, ensinando a Assertividade com calma, também exige muita paciência para conduzir o entendimento antes de querer que a criança apenas repita suas palavras, como um excelente papagaio condicionado.
Algo mais efetivo poderia ter sido um diálogo como:
- Filho, por que você está achando seu tio feio e dizendo que não gosta dele somente hoje?
- Porque ele não trouxe o meu chocolate!
- Não seria melhor você dizer isso para ele? Creio que ele precisa saber exatamente o que você está sentindo e porque você ficou assim tão chateado, para que possa trazer o chocolate que você gosta da próxima vez. Será que você não gosta dele só por causa do chocolate que ele não te trouxe hoje? Falando assim ele poderá nunca mais trazer chocolate algum.
Com este exemplo, demonstramos o uso da assertividade sem procurar moldar a criança com os falsos comportamentos passivos e politicamente corretos, que tanto odiamos ver, principalmente dentro das organizações em que trabalhamos.
Uma criança mais inteligente ou hiperativa, se não for bem orientada a falar de seus sentimentos com respeito pelo outro, poderá até repetir as frases que seus pais impõem, mas além de fazê-lo apenas na frente dos mesmos, terá seus sentimentos represados, resultando em outros futuros comportamentos agressivos e destemperados.
Treine diariamente, com total autoconsciência, a comunicar-se com assertividade e calma com todas as pessoas com as quais você se relaciona, falando de seus verdadeiros sentimentos e desejos, sem usar o personagem de vítima, nem de algoz. Seja verdadeiramente você, respeitando os outros como pessoas exatamente iguais a você. Procure falar com a sua alma.
Faça isso e estimule as pessoas ao seu redor a fazerem o mesmo. Quem sabe, em pouco tempo, estaremos nos relacionando com pessoas completas e não com tantos falsos personagens.
Seremos, e também teremos ao nosso lado, pessoas com seus corpos e almas unidos para construírem um mundo melhor.
ok
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