Empatia, sentindo a partir do outro
Atualizado dia 21/08/2016 21:18:20 em Autoconhecimentopor Estrela da Manhã
Todas essas convocações nos remetem a um processo conhecido como empatia, muito importante para facilitar os nossos relacionamentos.
Empatia é exatamente essa condição de buscarmos nos colocar no lugar do outro, sentir como o outro, a fim de compreender a atitude e o comportamento do outro. Muitas vezes orientadores de todos os níveis e vínculos profissionais e afetivos nos fazem esse convite como proposta terapêutica, no sentido de compreendermos e aceitarmos a atitude e a reação daqueles que convivem conosco e que estão sendo causa de conflito. Resta saber se realmente sabemos como fazê-lo.
Em muitos atendimentos realizados no consultório entramos em contato com pacientes que sofrem muito por estarem insatisfeitos com o retorno, a resposta recebida de outrem diante do seu investimento afetivo, energético, emocional. Ou seja, a resposta não corresponde à expectativa. Mas... em que foi baseada essa expectativa?
Na grande maioria dos casos, criamos, construímos uma imagem mental das pessoas. Imaginamos e idealizamos seu comportamento, suas reações, suas atitudes. Dizemos para nós mesmos que certamente fulano vai receber com muita gratidão essa minha atitude e saberá retribuir, se em algum momento eu necessitar. Esquecemos, ou muitas vezes não temos consciência de que, ainda que as pessoas guardem afinidades em determinadas posturas, condutas, comportamentos éticos, em verdade, vivemos nossas próprias histórias, construindo através de nossas experiências pessoais, individuais e intransferíveis, a nossa própria personalidade.
Essas informações, esse olhar ampliado, buscando captar situações culturais e contextualizar o comportamento das pessoas, passa pela situação histórica vivida, pelo passado, inclusive dos nossos familiares e nos remetem a refletir sobre a construção da vida, do comportamento de nossos pais, tios, avós, e assim por diante. O papel de cuidador, provedor, orientador desempenhado pelos nossos pais ou substitutos, o papel de companheiro, parceiro desempenhado por amigos, cônjuges, amores e afetos em geral, é permeado por conceitos enraizados em nosso ser. Esses conceitos perpassam por questões de tradição cultural, muitas vezes radicais e inflexíveis, que amplificam a gravidade de determinadas ações.
Uma relação parental complicada entre mãe e filho, por exemplo, onde o filho se sinta rejeitado de alguma forma, para ser olhada empaticamente, necessita que o filho faça um movimento para se colocar no lugar da mãe. Deve ser observada a origem, a organização familiar, o ambiente social, os desafios e dificuldades por ela enfrentados. Nesse sentido nos distanciamos do estereótipo de mãe como ser infalível e construímos uma figura real de mulher que aprendeu a ser mãe com as ferramentas que a vida lhe ofereceu.
Esse exemplo vale para todas as relações de amizade, profissionais, parentes, cônjuges e assim por diante. Com esse processo desconstruímos os mitos e permitimos que as pessoas sejam normais e não ídolos.
Reconhecer a nossa imperfeição e a imperfeição dos outros nos aproxima e minimiza a nossa decepção, suavizando o nosso sofrimento.
Não quero dizer que devamos aceitar tudo de forma passiva e acomodada, mas que passemos a olhar os nossos erros e dos nossos companheiros de caminhada como um processo de evolução e crescimento individual e coletivo.
Caminhemos.
okss
Texto revisado
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Conteúdo desenvolvido por: Estrela da Manhã Musicoterapeuta, Arteterapeuta. Atendimento também com Reiki e Florais. Fone- 71-99411-0107 Contato [email protected] E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |