Encontros e desencontros do Caminho - Final do Capítulo 18 - Fim do Livro
Autor Fernando Tibiriçá
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/18/2006 1:28:47 AM
Ninguém ali conferia as bagagens. 6:30 da manhã do dia 12 de Outubro de 2004 e não tinha qualquer funcionário conferindo o que as pessoas estavam pegando e levando. Fui para a fila do nada a declarar e entreguei minha ficha a um agente da Polícia Federal, que não lia nada. Assim foi com quem estava na minha frente. Entregar e sumir. Quando vi, estava liberado e encontrando meu filho e a namorada dele. Beijos e abraços. Vamos embora.
Cheguei em casa, fiz minhas saudações às forças que me protegem e me aconselham diariamente. Tomei banho e fui cuidar dos pés com uma bacia de água morna e sal. Meus pés parecem dois salsichões gigantes. Não havia tornozelos. Das coxas aos pés, era tudo uma coisa só. Enquanto ia curtindo a bacia, começaram as primeiras avaliações sobre a viagem e o caminho. Uma experiência incrível – 43 dias fora da rotina. Tanta gente diferente. Tantos povos e idiomas. Tantas riquezas naturais. Tanta natureza. Tanta espiritualidade. Montanhas, rios, igrejas, castelos, trilhas, carreteras, aldeias, pequenos povoados, cidades, europeus, asiáticos, africanos, norte-americanos e sul-americanos, bicicletas, mochilas, hostais, hotéis, pousadas, albergues, bares, restaurantes, antipatia e simpatia das pessoas, cordialidade e amabilidade da maioria dos espanhóis, curativos, lesões, recuperações, saudades, alegrias e uma enorme felicidade.
Tudo pode fortalecer a energia de qualquer pessoa. Cada um deve descobrir o que lhe dá mais prazer. O caminho não é feito por heróis ou mártires. Ninguém vai ganhar nota dez de Deus. Não vai haver avaliação. O caminho é o caminho de cada um. A avaliação é uma apreciação pessoal. Eu aproveitei o que pude. E traduzi todo esse sentimento no que fotografei e escrevi. Fiz um balanço de 30 ou 40 anos da minha vida e do mundo nestes anos. Fiz uma projeção do futuro e espero poder realmente aproveitar e colocar em prática ao máximo tudo o que aprendi.
Estou com a minha Vieira e meu cajado junto a um dos pontos de religiosidade na minha casa. Lá também está a Tau ou La Tau. Na ordem monástica de Santo Antonio, em Castrojeriz, os monges, chamados Antonianos, levavam a Tau escondida em seus hábitos e a entregavam aos peregrinos. A Tau aparece na bíblia quando Ezequiel diz que não haverá dano para quem está com a Tau. A Tau de madeira é um símbolo de devoção cristã de muita tradição. Estas três peças estão prontas para me acompanhar em muitos caminhos da vida. Ou no mais importante caminho, que é o dia-a-dia.
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Leia neste Site os artigos: Epidemia incontrolável: Alerta Geral ! (04/02/2006) e O Futuro da Terra (18/02/2006)
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