Engenheiros de obras prontas.



Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/20/2012 8:40:51 AM
Engenheiros de obras prontas.
Vocês já ouviram essa expressão: "Fulano é engenheiro de obras prontas"? Ela expressa o que as pessoas querem dizer para manifestar suas opiniões depois que as coisas estão feitas, criticando negativamente o realizado, mesmo depois de terem passado pela oportunidade de contribuir para que a situação fosse outra. Só aparecem depois, com ares de "Dr(a). Sabe Tudo", apontando o que consideram falhas e erros de quem fez.
Há também o outro extremo que é o "fabricante de idéias". Verdadeiras avalanches de sugestões que, segundo eles, resolvem os problemas de todo mundo. Não cumprem o que propõem, pois não realizam nada, na verdade. E quando se vêem incumbidos de executarem algum projeto, aparecem com "mil desculpas" justificando o não realizado. Conheci um empresário que um dia, em reunião com seus vendedores, deu um basta neste "carrossel de fantasias" e disse que a partir daquele momento, só ficariam no quadro da empresa pessoas que fizessem, realizassem, pois idéias ele já tinha muitas e todas paradas. Ouve uma pequena revolta mas, nos meses seguintes, aconteceu uma melhora significativa nas vendas.
Estes dois tipos de comportamento têm muito em comum, nenhum dos dois faz nada de útil para a solução dos problemas ou das situações em questão. Ambos se apresentam como conhecedores profundos do assunto, colocam-se como se estivessem dando a maior colaboração possível e com o passar do tempo, mostram-se ressentidos. O "engenheiro de obras prontas" porque se diz não consultado e o "fabricante de idéias" se coloca como "desconsiderado", não ouvido. Ambos fazem o maior estardalhaço a respeito.
Estas pessoas estão em todos os lugares: nas empresas, nas famílias, nos clubes, enfim, caminham despejando críticas e "tecendo considerações" que nunca são de elogio para os que fazem.
Quem não conhece alguém que, diante de um problema conjugal e normalmente não faz nada, argumenta: "Você precisa ver isso". O outro busca alternativas, possibilidades e então, quando uma delas ocorre, realiza. É o melhor que se podia ter feito, foi o menos ruim, pois não aceito o que apareceu, a situação perduraria "ad infinitun". Justamente quem não fez absolutamente nada é o que mais ataca. As criticas caem como bombardeio intensivo para se destruir definitivamente o inimigo. Nenhuma explicação é aceita. Se perguntado a quem critica por que não fez, as respostas são evasivas ou grosseiras.
"Interessante. Ele sabe tudo, mas não faz nada"! Comum de se ouvir, não é mesmo? Filhos criticando pais, esposos se criticando, colegas de trabalho se indispondo, tudo porque um dos lados apenas critica, mas não se dispõe ao envolvimento necessário para contribuir com a solução do problema.
Existem situações cuja solução não é a que achamos que deveria ser, mas tal e qual o ditado que diz: "O que não tem solução, solucionado está", as que julgamos possíveis, são as reais e não as ideais. Mas só sabe disso e reconhece isso quem está fazendo e agindo. De fora, é muito fácil se "ter idéias" ou, após ocorrências, se dizer que poderia ter sido diferente.
As empresas estão lentamente identificando estes estilos e eliminando-os de seus quadros, o que lhes é extremamente salutar. Um custo a menos por alguém que só sabe falar e, diga-se de passagem, normalmente são muito eloqüentes. Mas nas relações afetivas, o problema não pode ser resolvido apenas com uma dispensa, pois há muitos elos em questão.
Buscar o entendimento, mostrar através de fatos como estas pessoas têm se comportado no decorrer do tempo pode, gradativamente, ir abrindo uma possibilidade para a mudança. Não é fácil e pode ser um processo longo. Mas é o único caminho. Enquanto isso não ocorre, saber que o que eles estão fazendo é apenas uma forma de auto-afirmação pode contribuir para que, quem realmente faz não se sinta diminuído frente às criticas.









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