Enquanto julgamos, não contemplamos!
Atualizado dia 5/30/2015 9:19:12 PM em Autoconhecimentopor Leandro José Severgnini
Sabendo que o Mestre era cego, o discípulo se surpreendeu com o fato de que o Mestre era capaz de perceber aquele gafanhoto e inquiriu: "Mestre, como você é capaz de perceber este gafanhoto?". E o Mestre encerrou a discussão sobre dizendo: "Meu filho, e eu me pergunto como você NÃO é capaz de percebê-lo?!".
Assim como as parábolas de Jesus, as histórias zen são riquíssimas em ensinamentos. Com uma única história, podemos tirar vários aprendizados. Um dos ensinamentos deste conto é que ele nos faz perceber como ainda estamos necessitando desenvolver as nossas percepções extra-sensoriais, pois que esta é uma riqueza que o levaremos por toda a eternidade. Mas como desenvolver? Aí é que entra um segundo ensinamento...
Cada tradição esotérica vai trazer uma determinada forma de desenvolvimento espiritual (meditação, cantos mântricos, orações devocionais etc). Mas existe um aspecto do desenvolvimento moral que é esquecido em algumas doutrinas, que é o não-julgamento! Aqui não me refiro apenas ao julgamento alheio, pois este é muito importante, mas não é só isso! O problema de qualquer julgamento é que sempre vai haver uma espécie de divisão; bonito/feio, positivo/negativo, bom/ruim, divino/diabólico, etc. Na história anterior, vimos que o discípulo cometeu o erro do julgar que apenas os pássaros e as flores eram belos e dignos de contemplação, excluindo o gafanhoto. Mas o Mestre que transcendeu o conceito dual sentenciou: "Como você não é capaz de enxergá-lo?!".
E é extremamente comum vermos pessoas com todos os tipos de problemas expressando seu sorriso de contentamento, enquanto outros questionam: "como você consegue sorrir o tempo todo?". Ao passo que aqueles poderiam dar a mesma resposta que o Mestre deu ao seu discípulo: "E eu me pergunto como você não consegue sorrir?!". Creio que antes de esbravejarmos perante as dificuldades, seria mais sábio apenas contemplar, aprender tudo o que temos para aprender e simplesmente agradecer! Entenda que o fato de você não se agradar com as coisas que acontecem não significa que elas estejam erradas, mas que você ainda não desenvolveu o discernimento suficiente para entender que tudo está em seu devido lugar. E por favor, aconteça o que acontecer, jamais perca a capacidade de se emocionar com a magnitude da vida!
Texto Revisado font> em>
Avaliação: 5 | Votos: 14
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |