Ensinamentos do Srimad Bhagavatam: XV
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 9/30/2007 11:23:01 AM
O Srimad Bhagavatam é um comentário sobre o Vedanta-Sutras elaborado pelo sábio Sukadeva Gosvami aproximadamente 5000 AC. Nas explanações feitas por Sukadeva ele transmite também os ensinamentos de vários transcendentalistas. Neste artigo evidenciamos os conhecimentos dos sábios (as) vedantas Amsuman; Maharaja Pariksit; Vasudeva e Kansa para que possamos ampliar o nosso nível de consciência.
Amsuman
Ninguém é capaz de compreender a totalidade da Suprema Consciência que está além de toda meditação e especulação, no entanto sabemos que o Supremo está no interior de toda alma, cobertas pelo corpo material.
A alma corporificada não consegue ver a onipotência do Supremo porque está coberta pela energia da ilusão. A alma corporificada somente consegue ver o que está dentro do universo tridimensional que é governado pela bondade, paixão e ignorância. As almas corporificadas estão confundidas pela influência da luxúria, da cobiça, da inveja, da ilusão e estão unicamente interessadas no falso conforto doméstico deste mundo material. Apegados ao lar, esposa e filhos, a alma corporificada vaga perpetuamente neste mundo material.
Para que possamos libertar do cativeiro material temos que nos libertar de todos os desejos luxuriosos que são a causa básica da intransponibilidade do cativeiro do mundo material. Apenas os sábios que estão livres do universo tridimensional são capazes de pensar no Supremo.
Maharaja Pariksit
A pessoa luxuriosa não consegue satisfazer sua mente, nem mesmo que tenha o bastante de tudo neste mundo. Nada pode satisfazê-lo. Assim como a ação de fornecer manteiga ao fogo não diminui o fogo, mas ao contrário, deixa-o cada vez mais forte, do mesmo modo, tentar parar os desejos luxuriosos através do gozo contínuo os desejos jamais serão apagados.
Aqueles que são demasiadamente apegados ao gozo material têm muita dificuldade de abandonar o gozo dos sentidos. Mesmo quando se torna inválida devido à velhice, a pessoa não consegue abandonar esses desejos de buscar o gozo dos sentidos. Portanto, aquele que de fato deseja a felicidade deve abandonar esses desejos que não foram satisfeitos, pois eles são a causa de todas as tribulações. As relações manifestadas como sociedade, amizade e amor são criações da ilusão da alma corporificada.
A alma sabe que a felicidade material, boa ou má, nesta ou na próxima vida, neste planeta ou nos planetas celestiais, é temporária e inútil, e que a pessoa inteligente não deve desfrutar dessas coisas, ou nem mesmo pensar nelas. Sabe que a felicidade material é a verdadeira causa de alguém persistir na existência material e de esquecer-se de sua própria posição constitucional.
Vasudeva
Quem nasce com certeza morrerá, pois a morte nasce com o corpo. Alguém pode morrer hoje ou daqui a centenas de anos, mas para toda alma corporificada a morte do corpo é certa. Quando o corpo se reduz a pó e volta a decompor-se em cinco elementos – terra, água, fogo, ar e éter -, o proprietário do corpo que é a alma, de acordo com suas atividades fruitivas, automaticamente recebe outro corpo formado de elementos materiais. Assim como alguém que anda pela estrada firma um pé no chão e depois levanta o outro, ou assim como uma lagarta numa planta transfere-se de uma a outra folha e abandona a anterior, a alma condicionada aceita outro corpo e então abandona o antigo.
Na hora da morte, de acordo com o pensamento, sentimento e desejo da mente, que está envolvida em atividades materiais, recebe-se um corpo específico. O corpo desenvolve-se de acordo com as atividades da mente. As mudanças de corpo devem-se à instabilidade da mente, pois de outro modo, a alma poderia permanecer em seu corpo de luz original. As atividades da alma corporificada na vida anterior ocasionam na vida seguinte as suas conseqüências.
Kansa
Neste mundo, podemos ver que os potes, bonecos e outros produtos feitos de barro aparecem, quebram-se e então desaparecem, misturando-se com a terra. Igualmente, os corpos de todas as almas condicionadas são aniquilados, mas a alma nunca é aniquilada. Aquele que não entende a posição constitucional do corpo e da alma torna-se demasiadamente apegado ao conceito de vida corpórea.
Devido ao apego ao corpo e a seus produtos, a alma corporificada sente-se afetada pelo convívio com sua família, sociedade e nação, dos quais ela não deseja separar-se. Enquanto o apego continuar a alma terá inúmeros corpos materiais em sucessivos nascimentos. A alma corporificada vivendo no conceito de vida corpórea fica nas trevas, sem auto-realização.
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