Ensinamentos do Srimad Bhagavatam: XVI
Atualizado dia 10/13/2007 12:24:32 PM em Autoconhecimentopor Marcos Spagnuolo Souza
Narayana Rsi
O Supremo é a base última de toda a existência. O Supremo é distinto das manifestações materiais grosseiras e sutis, sendo a realidade subjacente a todas elas. O Supremo permanece inalterado enquanto todas as coisas criadas são geradas Dele e acabam dissolvidas Nele. As almas de inteligência imaculada, que estão cem por cento livres de apegos materiais, compreendem que o Supremo é a realidade permanente entre todas as impermanentes formas de vida.
Dentre os seguidores dos métodos estabelecidos por grandes sábios, aqueles com visão menos refinada adoram o Supremo como presente na região do abdome, enquanto outros adoram-No como presente no coração. Outros adoram no topo da cabeça onde podem percebê-Lo diretamente. Outros conseguem atravessar o topo da cabeça rumo ao destino supremo alcançando aquele lugar do qual jamais voltará a cair neste mundo, na boca da morte.
A alma individual, embora habite os corpos materiais que criou para si mesmo por meio de seu carma, de fato não é coberta nem pela matéria sutil nem pela matéria grosseira. A alma é parte integrante do Supremo e possuidora de todas as potências eternas. Tendo determinado que a alma é parte integrante do Supremo os sábios eruditos ficam imbuídos de fé e adoram o Supremo que é a única causa da liberação.
Almas afortunadas obtêm alívio da fadiga da vida material mergulhando no vasto oceano de néctar que é o conhecimento das várias manifestações do Supremo no mundo material para ensinar a insondável ciência da alma. Essas almas raras, indiferentes mesmo à liberação, renunciam à felicidade do lar e da família para viverem em associação com devotos da Suprema Personalidade que são como cisnes deleitando o Supremo. Pelo simples fato de pensar no Supremo a alma condicionada pode conseguir a liberação.
Almas condicionadas que deixam de deleitarem-se com o Supremo cometem suicídio espiritual ao adorarem a ilusão. As almas condicionadas que persistem por sucesso no irreal continuam a vagar por este terribilíssimo mundo, assumindo vários corpos degradados.
Todos neste mundo nasceram há pouco tempo e logo morrerão e no curto espaço de tempo supostas autoridades declaram que a matéria é a origem da existência, que a alma é mortal e que pode ser destruída, que as transações materiais constituem a realidade. Todas as pessoas que defendem essas idéias materialistas baseiam em idéias equivocadas que escondem a verdade. O conceito de que a alma é produto dos modos da natureza não passa de mero resultado da ignorância.
Os modos da natureza governam o mundo material e não o mundo transcendental ou espiritual. Os modos da natureza embora pareçam reais, não passam de uma superimposição dos conceitos da mente sobre a realidade absoluta e qualquer conhecimento que se obtenha por meios materiais é imperfeito.
O Universo material não existia antes de sua criação e não existirá mais depois de sua aniquilação. Assim sendo, o Universo material é uma manifestação passageira e aqueles que fundamentam seus conhecimentos nesta manifestação finita são pessoas menos inteligentes.
A manifestação material é ilusória em decorrência de sua impermanência e a impermanência do mundo material incita a alma corporificada a abraçá-la fazendo com que a alma seja envolvida e assuma formas compostas das qualidades materiais. Subsequentemente a alma corporificada perde todas as suas qualidades eternas e passa a sujeitar-se à impermanência do mundo finito.
A alma corporificada vêm a existir somente quando a alma combina com a matéria, assim como bolhas se formam quando a água se encontra com o ar. A mente nasce da ligação da alma com a matéria sendo comparada com um cavalo impetuoso que mesmo regulando os sentidos e a respiração não é possível controlá-la. A alma corporificada que neste mundo material tenta domar a mente descontrolada, mas abandonando o Supremo, depara com centenas de obstáculos no cultivo de várias práticas penosas. É comparada com um mercador num barco no oceano que não contrata um timoneiro. A alma corporificada que não consegue apreciar a verdade Suprema continua atrás dos prazeres da vida.
O Supremo se revela como Superalma no interior de cada alma para aquela corporificada que se refugia no Supremo que é a personificação de todo prazer transcendental. A alma corporificada que não consegue se desvencilhar dos vestígios materiais, embora a Superalma esteja presente em seu interior, é como se fosse uma jóia usada no pescoço de um homem que esqueceu totalmente que ela está ali.
O castigo para a alma corporificada que não volta ao Supremo é o constante nascimento e morte nos corpos materiais e a impossibilidade de alcançar o reino eterno. A morte nunca afasta da alma corporificada que não possui consciência do Supremo.
Texto revisado por Cris
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