Equilíbrio vital: uma necessidade (e um anseio) para uma pessoa altamente sensível 2
Atualizado dia 6/6/2018 5:33:01 PM em Autoajudapor Rosalira dos Santos
Na primeira parte deste artigo eu falei sobre o que entendo por equilíbrio vital e lembrei que se trata de algo dinâmico. Falei também sobre a importância e o desafio que significa para as PAS encontrar este ponto de equilíbrio. De fato, trabalhar para atingir o equilíbrio vital não é exatamente fácil. É um trabalho na plena acepção do termo e requer vontade, constância e algum esforço, até que os novos comportamentos se tornem hábitos.
E embora seja um pouco mais difícil para nós, pelas razões que falamos no artigo anterior (e outras mais), é ainda mais necessário para nós também. Pronto(a) para começar?
O que fazer e por onde começar?
Prefiro responder a esta questão da mesma maneira que abordo o trabalho junto aos meus clientes de coaching: comece pelo corpo, ele é o seu melhor guia. Aprenda a ouvir e respeitar as necessidades do seu corpo, ao invés de constantemente forçá-lo a ir além dos seus limites em nome de um modelo ideal (de produtividade, resistência, ou, seja lá do que for). Ouça o seu corpo e organize-se para atender as suas necessidades. Depois preste atenção à sua mente e suas emoções e perceba como elas impactam na sua saúde e no seu bem-estar. Como a neurociência tem apontado, somos um complexo corpo-mente.Dessa maneira, suas emoções e pensamentos se traduzem em estímulos que desencadeiam respostas específicas no seu sistema nervoso. Como explica a dra. Candace Pert:“Moléculas de emoção percorrem todos os sistemas do nosso corpo e este sistema de comunicação é uma demonstração da inteligência do corpo-mente, uma inteligência inteligente o suficiente para buscar o bem-estar e que pode, potencialmente, nos manter saudáveis ??e livres de doenças…”. (Moléculas da Emoção, Scribner, Nova Iorque, 1997. p. 19).Assim, eu gostaria de lhe apresentar algumas sugestões de atividades e comportamentos que podem ajudar na busca desse precioso equilíbrio.
- Cuide da sua alimentação: Escolha uma dieta anti-inflamatória, composta principalmente por frutas e vegetais, peixes gordurosos, carnes magras e óleos saudáveis. Prefira alimentos quentes, úmidos e nutritivos. Alimentos frios e secos, funcionam como um estímulo violento que agride o seu sistema digestivo. Uma alimentação saudável e nutritiva pode fazer uma grande diferença no seu bem-estar físico e emocional, uma vez que a alimentação se encontra intimamente relacionada com o aumento ou decréscimo de determinados hormônios que influenciam os nossos estados de ânimo (como, por exemplo, o cortisol relacionado ao estresse).
- Inclua o exercício físico na sua rotina: O exercício constitui outra das ferramentas indispensáveis para a gestão do traço da alta sensibilidade. O movimento ajuda a reduzir a tensão acumulada no corpo, através da liberação de endorfinas – neurotransmissores cerebrais que transmitem sinais elétricos para o sistema nervoso – que produzem uma sensação positiva de bem-estar. As endorfinas são diminuídas pelo estresse e impulsionadas pela atividade física.
- Faça do sono uma prioridade: Pessoas altamente sensíveis tendem a caminhar em um estado de hipervigilância. Dormir o suficiente acalma nossos sentidos hiperalertas e ajuda-nos a processar a quantidade enorme de estímulos absorvida ao longo do dia. A quantidade e a qualidade do seu sono podem fazer a diferença entre ser ou não ser capaz de lidar com as circunstâncias estressoras do dia-a-dia. Sem sono adequado todo pequeno estressor parece (e é) dez vezes pior.
- Aprenda a relaxar sua mente: Um hobby jardinagem ou algum tipo de trabalho manual são atividades que nos ajudam a desconectar do mundo exterior com seu excesso de estímulos. Atividades artísticas como pintar, escrever ou tocar um instrumento, constituem um verdadeiro bálsamo para a alma (e uma necessidade para as PAS), ajudando-nos a nos reconectarmos com nosso eu interior. Não precisa ser uma “obra de arte”. É o processo de autoexpressão que importa.
- Pratique algum tipo de meditação: Esvaziar a mente é uma necessidade vital para a maioria das PAS. O motivo é claro: com um mundo interior tão rico aliado à capacidade de absorver tantas informações, nossa mente vive num estado constante de atividade. Existem muitas práticas de meditação disponíveis, envolvendo ou não uma religião específica. Cabe à cada pessoa encontrar àquela que melhor se adapta à sua personalidade e estilo de vida. Minha recomendação é que você procure praticar algum tipo de meditação de consciência pura, que não envolva nenhum tipo de atividade física, concentração ou esforço.
- Conheça o poder da aceitação: A aceitação e autoaceitação são chaves poderosas para encontrarmos nosso equilíbrio vital. Na verdade, sem a aceitação nenhuma das práticas anteriores nos levará a este ponto. Nós PAS temos uma forte tendência ao perfeccionismo e ao criticismo. Seja em relação a nós mesmos, seja em relação aos demais, podemos desenvolver uma perspectiva que nos leva a viver em um eterno estado de insatisfação e frustração. Desenvolvemos expectativas irrealistas e vivemos infelizes porque elas não se concretizam. Agindo assim criamos uma resistência que se manifesta na forma de raiva, sensação de impotência, desvalor, mágoa, inconformismo, vitimismo e outras emoções que nos levam para bem longe do desejado equilíbrio. A aceitação nos libera desse circuito, permitindo-nos direcionar nossa energia para criar as mudanças que desejamos. Aceitar não é conformar-se. Aceitar é reconhecer a imperfeição (da vida, das pessoas, dos relacionamentos, etc.) e perceber nosso poder de escolha diante de cada situação que a vida nos apresenta. É resgatar nosso poder pessoal, decidindo como agir ao invés de sair distribuindo culpas. A assunção da nossa responsabilidade e a escolha consciente de como agir é o que estabelece a diferença entre a aceitação e a passividade.
Conhecer a si mesmo: um passo essencial
Estas são apenas algumas das práticas que você pode implementar na sua caminhada rumo ao equilíbrio vital. É claro que a gestão do traço da alta sensibilidade implica em muito mais do que incorporar estas (ou outras) atividades à sua rotina, mas elas podem significar um ótimo começo de trabalho.Por outro lado, nunca é demais recordar que além de ser uma PAS você tem um conjunto de características e uma estória de vida que lhe tornam uma pessoa única, diferente de todas as demais, sejam elas PAS ou não. Isso significa que cabe a você encontrar o caminho até o seu ponto de equilíbrio, de uma maneira pessoal e individualizada. Assim, sendo eu lhe convido a refletir sobre o quanto a sua maneira de viver está contribuindo (ou não) para o seu equilíbrio vital e sobre quais atividades, pessoas, relações, etc., tendem a aproximá-lo(a) ou a afastá-lo(a) dele.
Por fim, eu gostaria de lhe dizer algo que considero importante: Tenho enfatizado ao longo desse artigo que o equilíbrio é algo dinâmico – uma espécie de dança que estabelecemos conosco mesmos e com as circunstâncias de nossa vida. Neste movimento, o mais importante é nos mantermos, o máximo de tempo possível, em nosso próprio centro. Não podemos determinar os acontecimentos da vida e sempre poderão acontecer coisas inesperadas e até mesmo dolorosas, capazes de nos desconectar e nos levar para longe do nosso ponto de equilíbrio. O objetivo, porém, é nos tornamos capazes de nos reconectarmos com nosso centro e retornar a este lugar de autoconsciência, a partir do qual nos sentimos em paz sendo, exatamente, quem nós somos. Desejo-lhe sucesso neste aprendizado.
Muito obrigada por me acompanhar.
Beijos e bênçãos,
Rosalira dos Santos
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Life Coach, especializada em Pessoas Altamente Sensíveis (PAS). Criadora do "Programa Ame sua Sensibilidade". Apaixonada por mitologia, religiões antigas, gatos, florais e fotografia. Mas, acima de tudo uma PAS, como você. Para saber mais sobre a alta sensibilidade, visite meu site: www.amesuasensibilidade.com.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoajuda clicando aqui. |