ESPIRITUALIDADE FEMININA

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Autor Rose Romero

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 8/23/2004 12:27:12 PM



Nossa luz é a própria essência ou o próprio poder de quem somos. É ela que faz nosso coração bater e canta nossas músicas e chora nossas lágrimas. É ela que pensa nossos pensamentos e faz crescer nossas células e movimenta nossos pés. É a nossa consciência, nossa essência; é cada pedacinho do nosso ser. É toda vida, toda molécula e todo sonho que temos.
É muito importante e especial entrar em meditação e sentir pelo menos uma porção diminuta da grandiosidade que realmente somos. Meditando, orando, cantando louvores, dançando de forma sagrada... não chamamos e sentimos o elo perdido de luz. Apenas escolhemos viver a luz, pois ela está e sempre esteve lá ou aqui dentro de nós. Somos nós!
Digo isto porque alguns de nós acredita que sua luz, ou seu ser superior, está flutuando lá bem acima de sua cabeça e que vocês simplesmente devem de algum modo, puxá-lo para baixo para saudar vocês ou então que devem, de alguma forma, subir até lá em cima. Na verdade, não existe lá em cima ou aqui em baixo, há somente "Agora”, e está dentro de nós. A luz que somos é muito mais do que a densidade na qual (no que sabemos dela) o corpo físico existe.
Para alcançar sua luz, sua essência, não é preciso seguir uma “prática específica”. Todos têm disponíveis vários tipos de meditações extremamente úteis para essa finalidade, cânticos, mantras, afirmações e visualizações muito valiosas na prática. Contudo, o mais importante é sua intenção, pois sua alma sabe o que querem dizer. A alma, sua luz, sabe o que vocês estão pedindo. A exteriorização ou objetivação do pedido ou intenção é importante para nós, pois muitas vezes não sabemos claramente o que queremos, nem como e quando queremos. Muito menos que com essa forte intenção e comunicação com a alma podemos manifestá-lo.
Daí a necessidade de se restaurar o conceito de espiritualidade.
O espiritual é um sentido de união com a base do nosso Ser, um sentido de continuidade. A espiritualidade é o objetivo que a religião deseja.
As religiões possuem palavras para se descreverem, mas a espiritualidade não tem nada que faça isso com justiça, pois é uma experiência profunda de pertencer na qual o medo, o julgamento, culpa, dúvida e separatividade desaparecem, assim como a escuridão some ao nascer do sol.
As religiões possuem formas, preceitos, rituais... que podem às vezes nos levar a este doce lugar de Encontro com a Totalidade, mas são somente o veículo que nos leva até lá. Nós é que temos que saltar no nosso destino ao reconhecê-lo, enquanto o veículo continua sua peregrinação.
Já há alguns séculos, as mulheres, ajudadas pela educação familiar e cultural, apegam-se ao veículo – a religião - e esquecem seu destino original – a espiritualidade. Aliás, tendem a temê-la, pois esta proximidade tão fácil e natural para a mulher facilita a transparência de seu poder pessoal, coisa não valorizada pela cultura patriarcal. Dessa forma desde muito tenra idade as mulheres cultivam uma ferida profunda na relação mais essencial que temos além de nossos pais – o nosso relacionamento com Deus.
A dor mais profunda que sofremos como seres humanos é a alienação de Deus. Até que isto seja resolvido, a paz será mera ilusão.
A raiva, muitas vezes contida e inconsciente que muitas mulheres sentem de Deus provem não só do fracasso que as instituições religiosas tiveram em fornecer uma nutrição para o crescimento espiritual, como o patriarcalismo dessas mesmas instituições.
Geralmente as mulheres organizam-se em torno de figuras femininas santas para colocar sua energia devocional ou então o relacionamento com divino se dá com Deus-filho e mais raramente com Deus-pai. Sem um escape, a raiva cresce como numa panela de pressão e pode explodir. Nesse caso a fé corre o risco de ser chamuscada no processo.
É um direito dado por Deus e obrigação das mulheres usar a sua Luz Interior para intuir a vontade de Deus e mudar o mundo para melhor, a começar com o próprio mundo interior.
Mas o que impedia ou impede às mulheres de tomar nas mãos seu poder pessoal? Seu fluir suavemente em sintonia com o divino?
A culpa, a raiva e o julgamento. Essas emoções limitam, paralisam e intoxicam, porque nos retiram do momento presente. São inerentemente isolantes. Como espiritualidade significa ligação, voltar ao tempo presente é um ponto necessário para a viagem mais curta para Deus, que habita dentro dos nossos corações.
Atualmente muitas mulheres estão despertando para a sua ligação natural com o divino e descobrindo que ao se sentirem tão mais próximas de Deus não estão cometendo nenhum erro ou pecado de orgulho ou vaidade. Estão simplesmente sentindo em si a Luz que as alimenta, que as constitue, como Imagem e Semelhança de Deus.
Em círculos e grupos de reflexão sobre a Espiritualidade Feminina em que atuo como facilitadora, é fascinante perceber e ser testemunha do desabrochar da fé, da auto confiança e segurança que a conexão com o Divino traz de volta à mulher contemporânea.
Poucas mulheres hoje sabem que em 1848 a americana Elizabeth Cady Stanton planejou juntamente com mais cinco amigas uma convenção sobre os direitos das mulheres, depois de ter acompanhado seu marido em Londres na primeira Convenção Mundial Anti-escravidão. Dessa convenção saiu a Declaração dos Sentimentos cujo ponto central era a oposição à doutrina comumente estabelecida de que as mulheres eram inferiores no julgamento moral, se comparadas aos homens, e, portanto deviam ser mantidas fora de todas as posições decisivas.
Sabemos que depois de mais de um século de conscientização feminina muita coisa mudou no sistema de valores inconsciente da mulher, mas não o suficiente ainda para que o feminino desempenhe o seu papel essencial no equilíbrio e no retorno da Paz.
A conquista da espiritualidade, da religação com o divino, é um trabalho diário que deve ser considerado como prioritário no desenvolvimento e crescimento de qualquer ser humano, quiçá das mulheres, as quais foram privadas desta conexão direta por um conceito de menos valia, separatividade e culpa.

Rose Lane Romero da Rosa
Psicóloga Junguiana, pesquisadora de Teologia Feminina.
Contato: tel-(21)92997015/22656688, e-mail: [email protected]



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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Rose Romero   
Psicóloga Junguiana, Teóloga e Facilitadora das Oficinas ArteVida de Meditação do Projeto Labirinto
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