ESQUECIMENTO DO PASSADO
Atualizado dia 19/01/2008 12:23:50 em Autoconhecimentopor Luiz Miiller
Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, em "O Livro dos Espíritos", questão 392, indaga sobre esse assunto dos Espíritos de Luz o seguinte:
Por que o Espírito encarnado perde a lembrança do seu passado?
Resposta: "O homem não pode nem deve saber tudo. Deus assim o quer, em sua sabedoria. Sem o véu que lhe encobre certas coisas, o homem ficaria ofuscado como aquele que passa sem transição da obscuridade para a luz. Pelo esquecimento do passado ele é mais senhor de si".
Essa resposta dos Espíritos de Luz nos levam a refletir sobre as expressões "NÃO PODE" e "NÃO DEVE". Parece, à primeira vista, uma idéia de proibição. Mas, não é.
Temos, sim, dois aspectos importantes sendo revelados pela Espiritualidade Superior.
A questão técnica, por isso "não pode", e a questão moral, por isso "não deve".
ASPECTO TÉCNICO: As nossas lembranças se encontram vinculadas, necessariamente, ao que costumamos chamar de "memória". As nossas memórias estão ligadas ao nosso consciente. O nosso consciente é como se fosse um disquete: nele está gravada a história da nossa existência atual que começou a ser escrita já no ventre materno. Esses registros ocorrem por frequências vibratórias. Para que possamos nos lembrar de fatos, situações, pessoas, etc, é preciso que sintonizemos naquele momento a mesma frequência vibratória em que foi gravado o que estamos tentando lembrar, o que nem sempre conseguimos. Gosto do seguinte exemplo: Estamos assistindo uma palestra. Gostamos daquele assunto. Estamos compenetrados, atentos... Nossa vibração está em alta. Essa palestra está sendo gravada em nosso disquete naquela fraquência vibratória. Muito bem! Termina a palestra. Vamos embora... Via de regra o assunto passa a ser outro... Novela, cinema, problemas... etc. Será que estamos conseguindo manter a nossa vibração no diapasão da palestra? Encontramos alguém, queremos falar da palestra, mas nossa vibração está muito diferente de quando estávamos assistindo a palestra. Aí respondemos: "Sabe, eu não sei os detalhes, mas posso garantir que foi uma excelente palestra." É assim que ocorre com a nossa memória.
A criança recebe um disquete zerado e vai imprimindo nele tudo o que vem do mundo em que agora se encontra, formando assim a sua zona consciente. Continuamos a gravar a nossa história que após o desencarne (morte) será incorporada à nossa individulidade, integrando o nosso acervo cultural, intelectual e moral. O Espírito já viveu, ao longo do seu processo evolutivo, muitas existências corporais (reencarnações) e também na vida espiritual. Tudo se encontra devidamente registrado em seu corpo espiritual (perispírito), porém, em camadas vibratórias diferentes. Esses registros aconteceram em situações e momentos diferentes, em planos vibratórios diferentes. Todo esse histórico do espírito se encontra gravado e cifrado. É preciso acessar esses registros e, ainda, saber "decifrar" o que se encontra codificado, cifrado, coisa dificílima de acontecer, pois não temos, em nossa dimensão, parâmetros para tal interpretação. Nossa capacidade perceptiva está centrada nos cinco sentidos e assim mesmo ainda não aprendemos a interpretar, acertadamente, todas as sensações que nos chegam por esses sensores.
Pelo exposto podemos facilmente inferir que o "não pode" se trata de uma dificuldade material, física e que guarda relação com o nosso planeta Terra que é de "expiação e prova" e que assim procedendo Deus está a nos proporcionar oportunidades valiosas para a nossa redenção espiritual, como vamos ver no aspecto moral.
ASPECTO MORAL: Quanto ao "não deve", como já foi dito, se refere ao aspecto moral. Temos desenvolvido ao longo de nossas existências, sentimentos que se ligam ao amor, à paz, à harmonia, etc. Mas, infelizmente, já cometemos muitos desatinos morais em nossas existências pretéritas. Esses desatinos estão ligados a pessoas. Ligamo-nos pelo ódio, pelo rancor, pelo desamor, etc. Os relacionamentos passados se encontram registrados nesses disquetes já mencionados. Se tivéssemos boas coisas para lembrar a questão seria diferente. Então, vejamos.
Caso eu pudesse lembrar do meu passado, as outras pessoas igualmente poderiam; lembrariam dos seus passados, mas também do meu, pricipalmente nos casos em que nos encontramos de alguma forma envolvidos. Em minhas palestras costumo dizer que se essa lembrança fosse possível, talvez até não tivesse público para me ouvir, pois todos saberiam o que possivelmente eu tivesse feito a eles no passado. Faltar-me-ia autoridade moral.
Porém, é na família que mais fortemente aparecem os problemas do passado. Reencarnamos exatamente para resolver questões não resolvidas. Que tipo de relacionamento se daria entre pais e filhos se soubessem desse passado delituoso em que vítima e verdugo estão juntos?
Assim, é possível carregar no colo o adversário do passado. Temos toda uma existência para desenvolver amor, carinho, afetuosidade... Depois, no mundo espiritual, vamos saber quem é quem, mas, então, já temos desenvolvido o amor para com aquela criatura tão amada; amor ao filho, amor à esposa, amor ao esposo, amor aos pais, amor aos irmãos...
O Apóstolo Pedro dizia que "só o amor cobre a multidão de pecados". Então, a Reencarnação é a grande porta que o Espírito encontra para mergulhar numa nova experiência, esquecendo o seu passado, podendo reparar erros, expiando seu passado, reconstruindo sua caminhada evolutiva, diluindo energias nefastas criadas por ele mesmo, se harmonizando com a vida, consigo mesmo, com Deus.
É bom lembrar que reencarnamos também com os nossos amigos, nossos afetos muito queridos. Aliás, se não fosse assim, possivelmente, sozinhos, a possibilidade de êxito seria menor.
Oremos a Deus, o criador de todas as coisas, inteligência suprema do universo, agradecendo a bênção da vida e pedindo forças para sairmos exitosos dessa existência.
Que possamos aproveitar todas as oportunidades que a vida nos oferece para nossa redenção espiritual.
Muita Paz!
Texto revisado por Cris
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