Essa tal felicidade
Atualizado dia 2/14/2008 10:04:39 PM em Autoconhecimentopor Bernardino Nilton Nascimento
São tantos os nossos problemas que nos colocamos dentro de um trem bala, enlouquecidos, atrás da felicidade. A solução dos nossos problemas depende da maneira com que cada um consegue lidar com eles. É estranho, mas precisamos deles para podermos amadurecer. O nosso objetivo é solucioná-los, sem danos na alma.
Para sermos verdadeiramente felizes é indispensável abandonarmos o ego e lançarmo-nos de coração ao Todo. Largar de vez o eu solitário e viver mais o "todos nós". Só com uma visão vasta do coletivo é que vamos conseguir descobrir o que é, verdadeiramente, a felicidade.
É humanamente impossível ser feliz sem antes desejar a felicidade do próximo. Temos o dever, em qualquer nível social, de nos entusiasmarmos, sem reservas, por alguma causa social. Temos que buscar no fundo do coração a chama do amor altruísta e nos lançar, sem preconceito, no servir.
Estar em estado de felicidade não depende de morar em um castelo ou em um barraco. A felicidade não depende da situação em que a pessoa esteja, não depende de nenhuma circunstância. Um empresário bem sucedido pode estar amargurado e chorando, enquanto o operário pode estar cantando de alegria na sua pequena casa. Um milionário pode estar sufocado por preocupações ansiosas de negócios, enquanto o operário contempla risonho e tranquilo o seu trabalho. O contrário também pode acontecer.
Para encontrarmos essa tal felicidade precisamos alargar os olhos da alma pelos vastos campos humanitários da caridade universal sem nada pretender, a não ser ter uma visão do paraíso para todos. Primeiramente, temos que ver o semelhante neste paraíso, e depois entrar e desfrutar da felicidade que elevará o espírito, satisfazendo os desejos amorosos do coração.
A constituição universal exige que todo homem, para ser feliz, gire em torno da felicidade do próximo. Ela se baseou na frase de Jesus: “ame a Deus acima de todas as coisas e ao seu próximo como a si mesmo”. Isso afirma que a sua felicidade se encontra em: “se você é feliz, eu sou feliz”.
Podemos assegurar que procurar a felicidade para si sem incluir o próximo, irá se tornar uma procura vã, que gira em torno de si mesmo, sem nada encontrar. Girar, sim, mas em torno do próximo, em torno do todo. O verdadeiro amor altruísta é se doar sem pretenções de receber alguma coisa. Se esperar retribuição, mesmo que fosse em forma de gratidão e reconhecimento, seria egoísmo. O verdadeiro amor altruísta não espera nada por seus benefícios, nem mesmo gratidão, “embora o beneficiado tenha a obrigação moral de ser grato”.
Portanto, na Constituição Universal, elaborada pelo criador, é inevitável que o homem desinteressadamente bom seja enriquecido pelo Universo, e não pelo homem! A distribuição do amor beneficia uma relação material que vem afetar o espírito. Mas o enriquecimento, ao ser altruísta, vem do Universo, afetando primeiro o espírito e em seguida a matéria.
Não perca tempo correndo desesperado atrás da felicidade, pois enquanto você corre para agarrá-la ela foge de você. Aquiete seu coração e foque seu olhar na compaixão, na caridade, na gratidão e na felicidade do próximo. Se assim o fizer, mesmo parado, a felicidade que vem de cima cairá sobre você.
BNN
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