Essência Espiritual
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Autor Guilhermina Batista Cruz
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/17/2005 11:37:55 PM
Estava pensando noutro dia como a espiritualidade se faz presente em nossa vida e deixa-nos sutilmente um “recado” sobre determinados problemas que necessitam ser discutidos para uma melhor compreensão das verdades eternas. Digo isso porque, ultimamente, o tema sofrimento sempre me vinha à mente quando tentava abordar algum assunto.
Um dia, estava tentando escrever sobre algo e minha mente captou uma mensagem que dizia respeito ao sofrimento e que nada tinha a ver com o tema sobre o qual iria tratar; entendi com isso o recado que a espiritualidade quis deixar: estão alertando a respeito das dores, sobre seu significado em nossas vidas e que precisamos lidar com elas amparados na visão espiritual, pois já está na hora de abrirmos os olhos e o coração para as verdades eternas e aprendermos a valorizar a nossa verdadeira essência.
O mundo está passando e passará por transformações e nós não podemos ficar parados, à espera de sermos impulsionados em nossa marcha evolutiva apenas pelas dores. Precisamos entender o verdadeiro significado delas em nossa vida, pois, os espíritos nos dizem que muitas pessoas que estão vivenciando toda sorte de infortúnios encontram-se no final de suas expiações e que passarão para um estágio de vibrações mais harmoniosas, sendo necessário, então, fortalecer-se com a fé, a resignação e a paciência.
Eles insistem que precisamos sair de nosso estreito ponto de vista material acerca das dores pelas quais estamos passando e que abarquemos com a vista a estrada já percorrida, pois descobriremos, no final dela, que todos os infortúnios tornar-se-ão, no final da jornada, apenas pontos pequenos em nossa marcha evolutiva.
Para muitas pessoas o sofrimento torna-se difícil porque não conseguem perceber o verdadeiro significado de nossa existência, porque nascemos, vivemos e morremos e, assim, não valorizam nossa essência espiritual. Os vícios e a violência crescentes, assim como o desrespeito e a falta de valores morais, tornam a convivência humana difícil e provocam o desequilíbrio entre as leis que nos regem e o modo como as pessoas as encaram.
O que se torna claro é que os sofrimentos resultam, principalmente, da incompreensão de nossa verdadeira essência, do fato de sermos seres espirituais em evolução e de que necessitamos ainda, aperfeiçoar-nos em todos os campos de nossa existência. Apesar de já termos feito um progresso considerável a nível de evolução, ainda falta-nos o entendimento do que aqui viemos fazer realmente. Nossos sentimentos negativos como o orgulho, egoísmo, indiferença e acomodação, criam empecilhos para percebermos a nossa verdadeira essência e que estamos aqui aprendendo sempre.
A visão materialista faz com que as pessoas fiquem presas ao aqui e agora, aos sofrimentos de uma vida onde reina aquele que conseguir tirar maior proveito dela em valores efêmeros, que lhes proporcionem o respeito e lhes dêem o reconhecimento social, mas, cujos valores morais não atingem sua consciência espiritual, o seu ser real.
Percebermos nossa essência espiritual é importante para que possamos “alavancar“ nosso despertar interior, fortalecendo-nos contra as tribulações da vida. Quando tomarmos conhecimento de nós mesmos, de nossas imperfeições, a jungir-nos a dores e sofrimentos muitas vezes por nós mesmos perpetrados, começamos a despertar de nossa cegueira espiritual e a compreender os sofrimentos como etapas de aperfeiçoamento de nosso ser verdadeiro.
Ao buscarmos as razões de nossos problemas nos deparamos com o fato de que o acaso não existe, ou seja, que se estamos passando por problemas mil e por toda sorte de contratempos, com certeza, eles nos estão educando para a vida. Que Deus, Pai de amor e misericórdia, não castiga, pune ou faz sofrer seus filhos, e sim, coloca-os com infinito amor em educandários, onde aprenderão, por seus próprios esforços, o conhecimento indispensável ao seu despertar interior o que os levará à luz infinita do amor divino.
Baseado nas leis imutáveis que presidem o universo o ser humano caminha, construindo para si um futuro de alegria ou emaranhando-se no cipoal das dores, sempre usando seu livre arbítrio para sair do sofrimento e da ignorância quando assim o desejar. Pela Lei de Causa e Efeito, sabemos que o que semearmos logo mais colheremos, ou seja, conforme plantarmos nossas ações, colheremos os resultados delas; se boas, ganhando os louros da plantação e se más, colhendo os frutos conseqüentes de nossa imprevidência.
Construímos, por nosso livre arbítrio, através de ações, palavras e pensamentos, a liberdade da luz e amor ou o cativeiro das dores e sofrimentos. Construiremos a calma ou a aflição, a luz que clareará nosso caminho ou a sombra que fará que nos percamos na estrada.
Quem se revolta e reclama de sua dor não percebe que o causador de seu sofrimento é ele próprio, pois, quando empenhar-se em adquirir o conhecimento que liberta, entenderá que o inocente não paga pelo pecador, embora possa parecer que na vida material isso sempre aconteça e que seus sofrimentos são resultado do uso indevido da liberdade a ele concedida para construção de sua escalada evolutiva.
Acostumadas à lei do menor esforço as pessoas buscam, ao redor de si mesmas, os meios para livrarem-se de seus infortúnios e recusam-se a um conhecimento maior do que estão vivenciando e dos esforços que isso significará para sua libertação. Tornam-se eternos sofredores por não aceitarem visualizar outras alternativas para que os sofrimentos minorem, senão aquelas que podem trazer-lhe um alívio rápido, sem que para isso precisem esforçar-se na compreensão de uma verdade maior a dizer-lhe que poderão sair desses estados desde que lutem para tal e que desapeguem-se de coisas que poderão prende-los indefinidamente aos estados de dor e angústia.
Quando estivermos passando por dores e tristezas, lembremo-nos que elas nos trazem a oportunidade de crescimento e de evolução e de que precisamos inteirarmo-nos de seu verdadeiro significado, que é o de preparar nosso ser espiritual para níveis mais elevados de expressividade.
Estamos numa época em que o prazer é valorizado descontroladamente, em que existe dificuldade de aceitar-se o que não faz parte desse mundo de ilusão. Com a visão "fechada” o problema do sofrimento ganha uma força descomunal naquele que se entrega sem reservas, naquele que não busca uma alternativa para enfrentá-lo ou uma ajuda espiritual para encará-lo com mais resignação e temperança.
Nunca devemos nos entregar ao sofrimento desmedido em que ficamos extremamente desalentados, olhando somente para dentro de nós mesmos e interiorizando cada vez mais a angústia que sentimos.Devemos desabafar a aflição que trazemos por dentro, pois isso nos trará um grande alívio.
É importante, nas ocasiões em que nos sentirmos assim, parar e silenciar nosso tumulto exterior para que possamos meditar, interiorizarmo-nos com a finalidade de colocar para fora sentimentos e situações que estão nos incomodando e provocando sofrimentos em nossa vida, assim como: frustrações, raiva, complexos, sentimentos de abandono e mágoa, indecisões e muitos outros.
Texto revisado por Cris
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