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Está chovendo há semanas aqui em Porto Alegre

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Autor Claudette Grazziotin

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 11/21/2009 6:11:11 AM


   

Está chovendo há semanas aqui  em Porto Alegre

 (Bilhete rápido para um amigo querido)



Claudette Grazziotin



Enquanto o vento gelado sacode com força  os galhos das árvores num bailado  frenético, parece que uma luta de longos braços verdes se estendendo  rodopiantes, desencontrados, ora para o alto, ora inclinando-se até o chão, depois recolhendo-se suaves, e a recomeçarem mais uma vez  ao ritmo das lufadas rítmicas e tempestuosas, acontece sem  se  deixarem quebrantar e serem vencidos; da minha janela, eu olho hipnotizada a chuva  tamborilando no asfalto da rua vazia nesta hora e escorrendo derretida  pela minha vidraça.

Chegada de um  tempo distante, perdido dentro de minha alma,  inesperadamente, uma menina brejeira salta, me abraça, me beija, pula pela janela e vai correr feliz, de pés descalços,  contra o curso d´água  das sarjetas .

Em dobraduras imperfeitas sonha um lindo barco e dá vida à folha de jornal que esvoaçava ao vento.

Lança o barquinho na água da chuva que rumoreja nas pedras da sarjeta e gritando, gesticulando corre ao seu lado, acompanhando  sua desesperada luta para vencer a correnteza e não sossobrar. 

 Vejo seus cabelinhos molhados, desalinhados, teimando em lhe cair pelo rosto atrapalhando a visão. Ela os afasta inutilmente com o dorso da mão ansiosa, perseguindo a trajetória do seu barquinho de papel para não perdê-lo de vista. Levanta o rosto entre risos cristalinos, a saborear a água da chuva e dá rápidas lambidas com a língua, deliciando-se com a carícia dos pingos tocando sua face.

 De lá e la me acena e chama com um sorriso maroto,  convidando-me para o alegre festival.

 Sorriso que cai em mim como um pequeno raio de sol; eu lhe devolvo um beijo assoprado da palma da minha mão que ela recolhe feliz nas suas mãozinhas de luz e guarda no seu coração. 

Com um riso iridescente e úmido, se volta mais uma vez para mim e me manda um beijo. Depois,  corre na direção do seu barquinho que vogando desnorteado, rodopia, desequilibrando-se vez por outra nas águas revoltas e desorientado se afasta. Ainda posso vê-la  quase a alcançá-lo.

 Então, os dois desaparecem na esquina da rua, deixando-me com essa saudade úmida de chuvas enroscando-se como alga no meu coração, lembrando um tempo bom de mim...

Um beijo,

                         Claudette 

 


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