Estabelecendo conexões
Atualizado dia 8/9/2006 9:11:59 PM em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
Algumas vezes, porém, conforme o temperamento da pessoa em regressão, temos que ter a percepção necessária e interferirmos no momento adequado para podermos dar continuidade ao processo. No entanto, interferir na fluência do processo regressivo, não significa transferirmos (ou contratransferirmos) as nossas ansiedades para a experiência do paciente, e sim, adotarmos uma técnica cujo resultado fará dinamizar o trabalho no sentido de seu andamento como também no sentido das importantes informações a serem obtidas pelo terapeuta.
A técnica funciona com bons resultados principalmente para as pessoas tímidas, retraídas, como para aquelas cujo senso analítico da razão esteja sempre presente, involuntariamente, retardando o fluir do processo. Cabe também ao terapeuta participativo, principalmente nestes casos, a iniciativa de estimular e criar condições para que a experiência de regressão do paciente não "estacione" por tempo indefinido, porque o importante é a riqueza de detalhes (qualidade de informações) que a revivência poderá vir a contribuir para o processo terapêutico.
"Conexão", como a própria palavra define, significa ligação, união, coerência, nexo. "Estabelecer conexão", em terapia, significa formar vínculo e coerência entre dados, informações, etc. "Interpretar", por sua vez, significa esclarecer o sentido. Portanto, estabelecer conexões entre as fases investigativas da terapia, significará fazer as necessárias e importantíssimas interpretações durante o processo terapêutico.
Valéria enquadrava-se no perfil anteriormente descrito: era tímida e racionalmente analítica. Sofria, periodicamente, de moderadas crises depressivas, além de, desde a infância, ser acompanhada por sentimentos de solidão, culpa e de abandono. Após algumas sessões de psicoterapia, na sua primeira revivência, Valéria acessa a situação intra-uterina, quando experencia intenso sentimento de rejeição ao fazer a leitura dos pensamentos de sua indignada mãe dirigidos a ela: "Não era momento para vires, minha filha! Porque vieste logo agora?" Uma significativa lágrima escorre de seu rosto...
Na seqüência do processo regressivo, a paciente percebe que vive numa aldeia localizada em um distante e solitário vale rodeado de montanhas. É tudo muito rústico e primitivo. Enxerga-se como uma menina loura de olhos azuis que veste uma roupa baseada em pele de animais. Faz muito frio e ela vive ali até ficar mocinha. Porém, num determinado dia, presencia um assalto à sua aldeia que é saqueada e destruída. Ela é raptada por um cavaleiro que foge levando-a consigo. Percebe-se mais adiante no tempo, vivendo com este homem e um menino (seu filho) em uma humilde morada à beira mar. Vivem completamente isolados e alimentam-se da pesca e da caça, até que um dia seu companheiro sai para o mar e não retorna. Algum tempo depois, seu filho é tragado pelas águas do mar. Passa o tempo e ela desencarna velha e solitária, mas a sua passagem para o plano espiritual é repleta de muita luz e sensação de paz.
Valéria passa um determinado tempo no astral, até que é chegado o momento de retornar à vida material. Percebe que "desliza" (sensação de queda) e visualiza uma cela (ou masmorra). Enxerga de cima, uma cena de tortura em que a pessoa que está sendo torturada é ela. Sentada, imobilizada e com um capacete de metal que encobre a sua cabeça, sente que a mesma é pressionada à medida que mãos humanas giram parafusos para que esta pressão aumente. Sente-se leve e acessa novamente o plano espiritual levada por intensa luz. Lá, "sente-se como em casa", tranquila e em paz. A regressão, após um momento de relaxamento nesta sintonia agradável para a paciente, é encaminhada para o seu final.
Comentários:
1) Conforme o que fora anteriormente abordado, as seqüências da regressão foram ativadas por oportunas intervenções do facilitador (terapeuta) no sentido de dinamizar o trabalho e estimular o fluir da experiência;
2)Sentimentos mais intensos da paciente, apontados pela terapia até o momento: solidão, culpa, rejeição-abandono;
3) Temos "em mãos" um significativo conteúdo terapêutico da vida atual e de vidas passadas da paciente para estabelecermos as conexões necessárias e irmos, aos poucos, fazendo as interpretações para que Valéria, também aos poucos, vá elaborando o conteúdo interpretado. A isso, chamamos "processo de conscientização do que eu sou e do que eu devo começar a mudar em mim".
Psicanalista Clínico e Reencarnacionista.
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Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 10
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |