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Estamos diante de inocentes?

Atualizado dia 22/04/2008 20:22:19 em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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"A verdade virá à tona", afirmou Anna Carolina diante das câmeras de TV em meio a um choro compulsivo, onde as suas lágrimas representavam uma única verdade a qual ainda desconhecemos, embora as provas periciais sejam conclusivas no sentido da incriminação da madrasta e do pai de Isabella em um crime que vem comovendo o país.

Na entrevista concedida ao programa "Fantástico" do último domingo, o que se viu foram catarses de arrependimento em relação ao bárbaro crime praticado ou foram catarses de inocentes sentindo-se massacrados pela pressão da mídia e da opinião pública?

Estamos, neste momento, diante de um quadro de características surrealistas, em que de um lado a ciência, através de um laudo pericial conclusivo, incrimina o casal, e de outro lado, o desempenho catártico do casal diante das câmeras, deixa para muitos uma pontinha de dúvida em relação à comprovação científico-pericial do caso Isabella.

Outro dado surrealista observado é o fato de vários vizinhos terem deposto na polícia que o casal brigava com freqüência e que no dia do crime teria ocorrido uma forte discussão entre ambos, fato peremptoriamente negado pelo casal que afirma em contrapartida, ter um ótimo nível de relacionamento familiar, o que implica na contradição de tais depoimentos.

No entanto, sem a intenção de desconsiderar a conclusão da perícia policial que sempre é imprescindível na elucidação dos fatos desta natureza, o que mais chamou-me atenção do histórico de vida da madrasta de Isabella foi o seu problemático relacionamento com um pai de índole agressiva, do qual, conforme declarações de uma fonte ligada à família, ela teria sofrido maus tratos na infância.

Este viés psicológico da questão torna-se elemento importante se projetarmos para a possível cena do crime, o aspecto transferencial dos traumas infantis sob forma de surto psicótico desencadeador do bárbaro crime, ou seja, reproduzir com Isabella, de uma forma impulsiva, transtornada, patológica e violenta, uma traumática vivência que seu psiquismo registrara da conturbada relação que tivera com o pai na infância. Experiência que com certeza deixou marcas profundas em seu inconsciente.

Mas afinal, estamos diante de inocentes ou de psicopatas tentando mascarar a verdade?

Creio que se estivermos diante de atores representando papéis de inocentes, temos à frente um quadro de diagnóstico de psicopatia em que os "bastidores" desta dupla patologia revelam uma realidade dimensional de obsessão espiritual por subjugação completa, à medida que encontramos na cena do crime, conforme avaliação pericial, requintes de crueldade praticados contra Isabella.

Se o casal for inocente das acusações, estaremos presenciando uma situação inédita na história criminal deste país e talvez do mundo. Se nesse sentido, a verdade sobressair como disse Anna Carolina, entre lágrimas, a referência pericial daqui pra frente ficará seriamente comprometida para a elucidação de futuros casos do gênero homicídio.

E se o casal for inocente, mesmo que a condenação seja baseada em provas irrefutáveis para a justiça, estaremos diante de uma situação comparável - guardadas as devidas proporções - às palavras de Cristo quando no momento derradeiro de sua crucificação, imortalizou numa súplica a sua compaixão pela imperfeição humana, dizendo: "Perdoai-os Pai, eles não sabem o que fazem".

Portanto, enquanto aguardamos que a luz da verdade sobressaia para iluminar e fazer justiça no caso Isabella, lembremos outras palavras de Jesus quando movido pelo sentimento de compaixão, disse à multidão ensandecida por justiça pelas próprias mãos: "Quem está puro entre vós atire a primeira pedra"... e nenhuma pedra foi arremessada contra a mulher flagrada em adultério.

O sentimento de compaixão talvez seja o sentimento mais difícil de cultivarmos na vida real. No entanto, Jesus Cristo e Buda, os grandes mestres espirituais, ensinaram-nos que devemos nutrir sentimentos de compaixão até mesmo pela mais temível das criaturas em débito com as Leis Naturais que orientam a existência do espírito na condição humana.

Todos nós, de uma forma ou de outra, nos encontramos comprometidos com o próprio passado, por isso a razão de compreendermos a reação e as palavras de Cristo ao ver a multidão disposta a apredejar a mulher adúltera.

No Caso Isabella, mais cedo ou mais tarde, conforme os critérios de amor e justiça fundamentados nas Leis Divinas inseridas na nossa consciência, prevalecerá a verdade. Se não for agora através de uma forma assumida perante a justiça dos homens, será mais tarde perante o tribunal da consciência de quem praticou tal crime. E nesse momento crucial como disse e repetiu a madrasta de Isabella, "a verdade virá à tona".

Psicanalista Clínico e Interdimensional.

Texto revisado por: Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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