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EXPERIÊNCIA NO PERÍODO INTRA-UTERINO

Atualizado dia 8/7/2006 5:20:34 PM em Autoconhecimento
por Milton Menezes


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Ou LEMBRANÇA INTRA-UTERINA. Acho que a palavra lembrança fica melhor que experiência.

A utilização da técnica regressiva na Terapia de Vida Passada nos coloca, muitas vezes, diante de situações inusitadas e ainda desafiadoras para a ciência tradicional. Um desses fenômenos é a ocorrência de uma experiência regressiva onde, após a indução a um Estado Alterado de Consciência, o cliente começa a relatar uma lembrança de um período em que está no útero materno.

A grande surpresa é a possibilidade da pessoa poder se lembrar desse período e, mais ainda, reconhecer o uso de funções que normalmente são vinculadas pela ciência tradicional ao desenvolvimento do sistema nervoso central. Para a ciência não é possível a lembrança desse período ou a consideração das funções como pensamento, emoção, raciocínio, em função do córtex cerebral, estrutura responsável por parte dessas funções, ainda não estar desenvolvido. Entretanto, o que os terapeutas de vida passada verificam em sua observação é a ocorrência de vivências nesse período onde o cliente além de se lembrar de fatos que depois podem ser confirmados por familiares e médicos, vivencia esses momentos com carga emocional e com avaliações surpreendentes. Essas vivências ocorrem naturalmente durante o processo e costumam revelar situações decisivas para o reequilíbrio e para a superação de muitos problemas enfrentados por essas pessoas.

Um exemplo interessante ocorreu com uma cliente de 57 anos que nos procurou para superar um grave problema de relacionamento com sua mãe. Desde a adolescência ela reconhecia uma forma agressiva de tratar a mãe. Intolerante, irônica, às vezes vingativa diante de qualquer erro que a mãe cometesse, passou a adolescência com esse comportamento atribuindo-o à “fase instável e rebelde” de todo adolescente e, posteriormente, parte da vida adulta. O casamento na juventude, motivado por “um desejo de sair de casa e ter liberdade”, acabou por afastá-la de sua mãe, decisivamente.

A vida, porém, tem caminhos misteriosos e fascinantes. A velhice e a deterioração da saúde fez com que sua mãe voltasse a morar com nossa cliente. Sendo a única filha, de um total de 7 irmãos, que não tinha atribuições profissionais, foi quase forçada pelos irmãos a receber a genitora para os cuidados que a enfermidade exigia. Agora mais madura, com um percurso de autoconhecimento espiritual e de reflexão sobre suas dificuldades, nossa cliente passou a se inquietar com sua reação. Queria tomar conta da mãe, ser mais gentil e amorosa com ela, mas não conseguia. Simplesmente, não conseguia, por mais que se esforçasse. Sentia uma aversão, uma raiva, hoje contida, mas que impedia uma dedicação mais natural. Sentia a diferença de reações entre os demais irmãos com sua mãe. Num primeiro momento nos procurou pensando “que devia ter alguma cosia no passado entre as duas para essa raiva gratuita”.

Definimos como primeiro foco da terapia a própria queixa da dificuldade de relacionamento com a mãe. Para surpresa de nossa cliente, as primeiras regressões trouxeram vivências de vidas passadas onde passara por situações de abandono. Ora sofrendo abandono de pais ou familiares, ora ela própria abandonando filhos ou companheiros.

Na seqüência da terapia acabou por passar por uma vivência que seria decisiva para o seu processo de transformação. Abordando, agora, a temática do medo do abandono, começou a vivência sentindo uma sensação de aperto, um incômodo físico muito grande. Em dado momento, assume a posição fetal naturalmente. Perguntado como parecia o lugar em que estava exclama: “Na barriga da minha mãe! DESSA MÃE DE HOJE!”. E começa um choro intenso.

Começamos a explorar os detalhes dos fatos ocorridos nesse período e como a cliente os tinha vivido emocionalmente. Como tinha reagido a esses acontecimentos? Nosso princípio é de que o psiquismo sempre traz à lembrança aquilo que é importante para a superação do sofrimento em questão. Ela começa a relatar, então, que sua mãe quer fazer um aborto, quer matá-la, eliminá-la. O feto percebe, então, os pensamentos da mãe, suas reações: “Vai ser mais uma boca. O que vai ser de nós? Eu não podia ter deixado essa criança vir. Meu marido vai me matar... Não temos condições de ter essa criança”.

A cliente relata toda a sua percepção com choro intenso e sentindo raiva por não ser desejada, teme ser morta e se sente impotente pois o seu “destino está nas mãos daquela mulher que não a quer”. Ao perceber a situação começávamos a entender de onde vinha parte das dificuldades desse relacionamento conturbado. Mas havia algo desproporcional na reação atual. Comecei, então, a perguntar pelos sentimentos da mãe. Ela muda de foco e começa a perceber que a mãe está com medo, está triste, não tem raiva. Começo a explorar a percepção que aquele feto registrou, mas que poderia ter ficado fora de sua consciência nublada pelo temor e raiva de um novo abandono nessa vida.

Pergunto sobre os motivos do medo, da tristeza. Peço para que ela observe a situação da família que ela está por integrar fisicamente. Ela se dá conta da situação precária da família. Muitos filhos, muita dificuldade financeira, enfermidades de dois filhos pequenos (que depois vieram a falecer antes de nossa cliente “nascer”). Casa pequena, no interior do estado e sem condições básicas de sobrevivência. Nesse momento fiz a pergunta que foi fundamental para uma mudança de rumo em todo o processo: “Será que sua mãe está pensando e sentindo tudo isso porque é VOCÊ que está para nascer ou ela teria essa reação para QUALQUER OUTRA criança que fosse nascer nessas condições?” O resultado foi impactante. Ela começou a chorar mais ainda, mas era um choro diferente. Percebe que sua mãe estava lamentando as condições duras e difíceis que mais um filho traria.

Nossa cliente, nesse momento, pode resignificar toda a sua história de vida com essa mãe naquele momento. Mais do que entender, ela sente que não era pessoal a reação de sua mãe, mas percebe que de fato se sentiu ameaçada, preterida, abandonada. Com as vivências anteriores lembradas naquele momento pelo terapeuta, compreende que repete um temor de longa data: o abandono.

Para terminar faço-a repassar todo o processo agora sob a nova perspectiva dos atores dessa história real. Ela entende agora, de forma empática, as possíveis razões de sua mãe. Mesmo tendo sofrido com essas reações ela pode dar um novo sentido ao acontecimento.

Era preciso ainda atingir uma última etapa no processo terapêutico. Essa etapa pode ser vivida pela cliente quando afirmei: “Com essa nova visão de tudo que aconteceu... perceba que sua mãe, apesar de todas as dificuldades, temores, dúvidas... não impediu que você viesse ao mundo. Isso foi um gesto de amor!”

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Milton Menezes   
Milton Menezes - Presidente do Instituto Vita Continua. www.vitacontinua.com.br Presidente do 3º Congresso Mundial de Terapia Regressiva no Brasil.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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