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Experiência Vivida.

Atualizado dia 6/22/2006 3:18:19 PM em Autoconhecimento
por Ilton Alexandre de Lemos


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De início, quero pedir desculpas aos amigos por ser iniciante no Clube e não ter a prática.

Se permitido, quero comentar um caso verídico que aconteceu comigo no ano de 81 e que nunca tive a aportunidade de comentar. Desempregado em Uberlândia, MG, aceitei um emprego de Chefe de Departamento Pessoal em uma firma de reflorestamento no Município de Januária, MG.

Lá chegando fui apresentado ao pessoal administrativo e, de cara, simpatizei com o Engenheiro Nelson Freire que tinha a fama de perseguidor e era pessoa odiada na empresa, conforme denuncia de pessoas que haviam trabalhado lá. Era jovem, moreno, alto e de poucas palavras; me afinei com ele de tal maneira que trocávamos roupa um com o outro, ele visitava meu cômodo e não viajava sem me comunicar.

A fazenda de 52.000 hectares tinha dois responsáveis: ele, pela parte operacional e eu, pela parte burocrática e comercial. A direção da empresa, em Belo Horizonte e Rio de Janeiro, vivia satisfeita com a fazenda de Januária, pois os dois dirigentes se gostavam muito, coisa que agradava os dirigentes já que ninguém aguentava mais que um mês e já pedia as contas; não se afinavam com o Nelson e, por ser ele muito antigo, a firma não o demitia.

No dia 2 de novembro chegou sua namorada, de Belo Horizonte, e no dia de finados, aas 14hs, ele me falou: "Alexandre, vou a Januária deixar minha noiva na rodoviária." A fazenda distava 136 km da cidade. Respondi: "Nelson, vê se chega antes das 5 da manhã porque não vou poder, sozinho, despachar os 150 trabalhadores em 8 caminhões para irem para o setor de trabalho." "Fica sossegado que até as 3 da manhã estarei aqui."

Às 22 hs fechei o escritorio e fui para meu aposento. Às 3 e 15 da manhã acordei com uma buzina de carro em frente à minha casa. Abri a porta e a uns 50 metros, na estrada, estava a C10 branca em que Nelson andava, a luz da cabine acesa e ele, no volante, falou: "Acorda, isto é hora de tá dormindo?" "Mas rapaz, você é parada mesmo! Já chegou?" "Claro..."

Às 5 hs me levantei, acordei o Seu Zé Preto, chefe da mecânica, e abri a cozinha para as mulheres prepararem o café. Seu Zé perguntou pelo Nelson e eu disse: "Já chegou!" Ele se espantou: "Já?" Às 7 hs, como o Nelson ainda não havia chegado no acampamento, mandei Seu Zé acorda-lo em seu cômodo. Seu Zé voltou dizendo que o Nelson não estava lá. "Como assim, se ele falou comigo de madrugada?" "Não sei... só sei que lá ele não está."

Às 8 da manhã, preocupado, mandei Seu Zé para a estrada, numa outra C10, ver se encontrava André. O carro poderia ter tido uma pane a 30 Km da fazenda. Seu Zé avistou, estacionada à beira da estrada, a C10 do Nelson, de vidros fechados e embaçados. Conseguiu vislumbrar mais de uma pessoa. Chamou: "Nelson! Nelson!" Ninguém respondeu. Seu Zé, então, foi à delegacia de Januária e chegando no local, a polícia quebrou os vidros e lá estava o Nelson morto, mais uma moça e seu namorado que também trabalhavam na fazenda.

Foi apurado que na volta de Januária, Zé Brasil e a namorada, que vinham para a fazenda, pediram carona ao Nelson. Fazia frio e o ar quente estava ligado. Nelson parou para tirar um cochilo e, desligando o motor, o ar quente que funcionava com carvão, continuou a funcionar deixando o gás entrar na cabine, sufocando os três. Morreram dormindo.

Fiquei fora de mim! Na época, a TV tentou registrar o fato no que foi impedida pela direção da empresa. Fiquei aéreo, um pouco desequilibrado por vários dias, sem saber o que pensar. Ao me recuperar solicitei demissão com a promessa de não divulgar o fato. Voltei para minha terra natal e somente hoje estou relatando.

A partir daquela data norteei minha vida e, hoje, creio cegamente que existe uma outra vida além desta. Quando o Nelson morreu, usava uma camisa minha que havia emprestado e, como ele era muito responsável, veio me dizer, às 03:15 da manhã, que havia chegado.

Que Deus o proteja, meu mais verdadeiro amigo! Um dia, Nelson, você vai me pagar caro por ter aparecido já morto. Eu chego lá!

Texto revisado por Cris

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