FITOTERAPIA DA VOVÓ
Atualizado dia 10/11/2008 11:14:02 AM em Autoconhecimentopor Ramy Shanaytá
No seu livro mental, as avós guardavam
um compêndio de receitas.
Saudosos tempos aqueles em que nossas avós iam buscar na sabedoria da natureza o equilíbrio para a nossa saúde física e mental e exercitavam de forma prática o que já haviam aprendido de seus ancestrais; assim, através da sabedoria oral passada para as novas gerações, a humanidade sustentava os conhecimentos da medicina popular da floresta. Quantas avós iam colher em seu jardim folhas para fazer um chá e tratar uma dor de barriga de um neto. Por trás dessa simples ação existe um gigantesco universo de sabedoria, amor e cultivo à vida. Essa sabedoria quase adormecida nos tempos atuais, principalmente nas grandes cidades, é de essencial benefício para todos nós e resgatá-la é conservar o patrimônio intelectual da humanidade.
No seu livro mental as avós guardavam todo seu gigantesco e maravilhoso compêndio de receitas das plantas medicinais como, por exemplo: para tratar a prisão de ventre e gastrite crônica ensinavam a comer mamão (carica papaya) em jejum, durante quarenta dias; qualquer outro alimento só poderia ser ingerido três horas depois. Ensinavam também que mastigar umas vinte sementes do mamão elimina vermes como amebas e giárdias.
Para cada situação do dia-a-dia sempre tinham uma “receitinha”. Para os cortes nos dedos iam até uma bananeira (Musa paradisíaca L.), puxavam sua casca e o líquido que saía da entrecasca pingavam no ferimento. Além de parar de sangrar, a cicatrização é bem rápida. Para a dor de cabeça faziam um chá: cortavam um limão (Citrus x limon) descascado e colocavam para ferver na água junto com um dente de alho (Allium sativum) e mel de abelha; produziam compressas de um punhado de folhas de picão-roxo com vinagre na testa.
O pó da batata-de-purga (Operculina macrocarpa – L.) também era utilizado para auxiliar casos de “intestino preso” e o guaraná (Paullinia cupana - Kunth), para desintoxicar o sangue, fortalecer o coração, além de tratar diarréia e asma.
As vovós lá da Amazônia utilizam plantas como a carapanaúba (Aspidosperma oblongum – A. D.C) no tratamento de desequilíbrios menstruais, febre e fígado e o óleo de copaíba (Copaifera Langsdorffii - Desf.), junto com a andiroba (Carapa guianensis - Aubl.), como repelentes naturais de mosquitos e para cicatrização de feridas. E vamos lembrar do chá de erva cidreira (Melissa officinalis) para tratar o nervosismo, a ansiedade, a insônia causada pelo medo que as crianças têm em dormir à noite e até para as palpitações do coração; e o famoso poejo (Mentha pulegium) para as dores de barriga nos netos e também para as mulheres com problemas menstruais.
Em meu livro “A NATUREZA ENSINA... a conexão com a luz da cura”, Editora KVT, faço o resgate desses conhecimentos milenares que as amadas vovós tanto ensinaram para nós, seus netos queridos.
Texto de Ramy Shanaytá
Escritor, conferencista, co-fundador do Instituto KVT, KVT Desenvolvimento da Consciência Empresarial, co-fundador da Editora KVT, co-fundador da Instituição Filantrópica e Cultural Ará Tembayê Tayê e ancião da milenar tradição Tubakwaassu. Professor e pesquisador de plantas medicinais, seus estudos e pesquisas abordam os vegetais nativos do Brasil para a valorização das riquezas da biodiversidade da floresta Amazônica, mata atlântica e cerrado, com especialização em ervas indígenas. Realiza workshop e cursos sobre plantas medicinais.
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Site: https://www.kvt.org.br
Blog: https://a-natureza-ensina.blogspot.com/
e-mail: [email protected] e [email protected]
Texto revisado por Cris
Ramy Shanaytá é co-fundador do Instituto KVT (fundado em 1995) e da Instituição Filantrópica e Cultural Templo Ará Tembayê Tayê da tradição Tubakwaassu, Editora KVT e KVT – Desenvolvimento da consciência empresarial, Escritor, conferencista, professor e pesquisador de plantas medicinais. Outro site: http://www.kvt.org.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |