Flechadas e alfinetadas!



Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/30/2012 5:48:12 PM
Flechadas e alfinetadas!
Tenho ouvido muitas queixas de pessoas que, em seus relacionamentos mais íntimos, têm se sentido agredidas por comentários irônicos e reações hostis, que normalmente promovem o desdém. Desdenhar é desprezar, menosprezar, dar pouco valor. E então, uma dessas pessoas me perguntou: "Por que alguém que diz amar você, gostar de você, age assim"?
Várias são as causas. Vejamos o exemplo do marido que ironiza o trabalho de sua esposa, em alguns casos porque ele não acredita na capacidade dela. Em outros porque, na verdade, ele não quer que ela faça aquilo e apesar de já ter-se manifestado contra, ela não aceitou parar, por isso ele passa a agir assim. Há os que não tiveram coragem de dizer e se vingam fazendo pouco da companheira, diminuindo-a no intuito de desestimulá-la, muitas vezes nem percebendo que a está expondo ao ridículo frente às outras pessoas e lhe magoando muito. O não querer pode ser também por vários motivos: Ciúmes; medo de ser deixado de lado ou mesmo de que ela venha a se interessar por outras pessoas ou situações; medo de ser superado profissionalmente por ela. Também entra aqui o "devolver" alguma desfeita que ocasionalmente um ou outro tenha feito.
A altivez, o orgulho, a prepotência. A pessoa sabe ser boa no que faz e então acha que todos os demais não chegarão "aos seus pés". Só o que vem dela é que é bom, está certo e deve ser praticado. Ela se acha a melhor. Isso ocorre muito com os "donos da verdade", com grande incidência nos ambientes de trabalho.
Uma outra razão é o conhecido "despeito", inveja. Há até um ditado popular que diz "quem desdenha quer comprar". Aqui, as pessoas que sofrem essa situação têm uma grande dificuldade de identificar o que está gerando no outro esta reação, pois é difícil para elas acreditar que entre pessoas tão próximas afetivamente possa existir tal sentimento. Vocês sabem o que se contrapõe à inveja? É a admiração. Quando alguém diz "eu lhe invejo positivamente", está, de fato, dizendo: "Eu lhe admiro". E a partir daí ela tem condições de dizer se também quer aquilo para si ou não. Se sim, sai à luta pela conquista. A inveja é o querer sem esforço.
Muito da existência da inveja está nas pessoas não darem valor ao que possuem, mas só ao que é dos outros ou à maneira de ser deles. Há anos atrás, presenciei a mudança de um casal amigo de um sobrado recém construído, maravilhoso, para um apartamento, bonito, mas sem o conforto e espaço do sobrado, porque dois outros casais amigos seus, que moravam nesse prédio de apartamentos teciam fortes críticas à moradia, enaltecendo as vantagens do apartamento cada vez que iam visitá-los no sobrado. Após alguns meses no novo endereço, perceberam que haviam deixado a casa dos seus sonhos. Mas aí já era tarde, pois o sobrado havia sido vendido para a aquisição da nova morada. Hoje eles moram em uma casa térrea, própria, mas bem aquém do sobrado.
Através das flechadas e alfinetadas, consegue-se fazer com que as pessoas se afastem de seus ideais, de seus sonhos, de seus objetivos. E isso só é possível porque em vez de cada um ver o que é bom para si e respeitar isso, fica se comparando e dando ouvidos aos que os cercam, deixando de escutar sua voz interior. Quando isso ocorre, os "berros interiores" se fazem presentes através da inquietação, do aperto no peito, da ansiedade que existe, mesmo que se esteja agindo, "teoricamente", da forma que se pensa ser a mais correta.
Em todos os tipos de flechadas e alfinetadas, estamos gerando uma condição de grande mal-estar, até mesmo de humilhação para os que sofrem tais ações.
Tem tudo a ver com auto-estima. Quem se auto-estima e está centrado em si mesmo não precisa da aprovação alheia para se sentir valorizado. Então cuide-se, que flechadas e alfinetadas errarão o alvo.









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