GARIMPEIROS DA LUZ
Autor Christina Nunes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 4/9/2006 11:43:57 AM
Embora entendendo e respeitando as razões de quem assim se posiciona, não compartilhamos da visão de alguns confrades, na sua alegação de que o excesso de obreiros no terreno da literatura de conteúdo espírita empobrece ou invalida o valor da divulgação da Doutrina, em si.
É certo que se defenda, valorosamente, os pilares indefectíveis das verdades contidas nos ensinamentos da Codificação, sustentando-se o zelo incansável em não desvirtuar, com a obscuridade de interpretações mal orientadas, aquilo que, de si, é genuíno e inalterável. Também é compreensível e conveniente que se mantenha, no meio espírita, a prudência, na defesa do purismo da comunicação das realidades do mundo espiritual ao conhecimento de estudiosos ou novatos, ao "recusar-se dez verdades antes de se admitir uma só falsidade" na transmissão do conhecimento da vida extra-corpórea; entretanto, dadas as características singulares dos tempos que a humanidade atravessa, com uma bagagem monumental de informações acessíveis a todos os sinceramente interessados no incremento da evolução espiritual planetária, torna-se utópico emparedar-se o serviço da divulgação espírita, afunilando o seu mérito apenas àqueles consagrados pelo reconhecimento dos confrades e das autoridades de entidades sérias ligadas ao movimento, e rejeitando-se, arbitrariamente, e com risco de se incorrer em indesejável preconceito dogmático, a realidade palpável de novos e valorosos colaboradores bem dispostos que, em razão de estudo idôneo, sinceridade e preparo, se propõe a injetar um sangue novo que - em boa hora - robustece a disseminação da luz em mentes e consciências sedentas de um atalho rumo à leveza de uma existência mais grata, em meio à turbulência sofrida das vivências humanas da hora que passa.
Afinal, o próprio Espiritismo não se afirma pétreo e detentor da verdade última. O Kardecismo é de base Cristã, e devemos recordar, neste sentido, o que o próprio Mestre da Galiléia advertiu há dois mil anos, ao avisar que muito ainda não poderia, naquele tempo, ser dito - mas que um dia viria o Consolador, e tantas coisas mais seriam reveladas. Em ocasião certa, quando o espírito humano se visse preparado interiormente para compreender, e alcançar um pouco mais das coisas de Deus.
Como no garimpo à cata de pedras preciosas, há muito "cascalho" tomado a conta de coisa genuína e verídica na seara atual dos divulgadores da Luz, muita vez de maneira mesmo bem intencionada. O remédio para este contratempo, contudo, será sempre a humildade no se admitir a imperfeição eventual dos instrumentos de que se vale a Espiritualidade assistente e diretora do trabalho de esclarecimento, neste terreno melindroso do conhecimento humano. Contudo, há que se tomar o devido cuidado em não se descartar, completa e definitivamente como cascalho, o que talvez se trate de "pedra semi-preciosa" na seara Espírita.
Em tal labor, tenhamos em mente que somos garimpeiros da luz em prol da aceleração da evolução espiritual, em tempos críticos de provas na face material do orbe. No emaranhado intenso e confuso do bombardeio de informações veiculadas à mão cheia, num sem número de vertentes espiritualistas e esotéricas do entendimento individual, procuremos não desdenhar a lâmpada de menor capacidade, ou de perfil diversificado, na transmissão desta luz; lembremos que muito conhecimento novo e útil pode estar sendo difundido pela Espiritualidade por intermédio destes novos colaboradores de boa vontade, visando um nível mais amplo no entendimento de facetas maiores da existência para estes novos tempos; e mais ainda que, em meio às trevas da desilusão e do desencanto profundo do sofrimento humano, talvez seja a singeleza da chama da vela que, vez por outra, soerguerá e orientará alguém na retomada do rumo correto para a felicidade e para a realização do espírito, e não o farol ofuscante, próprio para nortear a trajetória dos que já se sustentam com segurança no percurso em alto-mar.
Com amor,
Caio Fábio Quinto,
pela psicografia de Lucilla
Elysium
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Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
