GOTAS DE RAZÃO - Parte 4
Autor Helenilton Luiz C. de Sales (Lé de Sales)
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/19/2006 9:07:19 AM
Outro aterrorizante segmento no mercado são os bancos, que recebem subvenções governamentais com freqüência e exploram com taxas excessivas seus clientes, que quando vinculado ao Estado tem que receber através de um dos bancos existentes. Estes registram lucros exorbitantes. Não raro bancos privados são beneficiados em suas operações financeiras, a partir do vazamento de informações do banco central, o que lhes proporciona grande lucro financeiro. Em detrimento da grande massa da população que vive com salários achatados e utilizando o crédito bancário com juros muito altos. Empresários inescrupulosos realizam lavagem de dinheiro de fontes ilícitas, em paraísos fiscais, ocorrendo uma conseqüente evasão de divisas, burlando o fisco e diluindo as riquezas nacionais. Incentivado por políticas fiscais multinacionais instalam-se e dilapidam nossas riquezas exploram nossas gentes e levam o lucro consigo. Não retornando esse dinheiro ao mercado nacional, mas compondo outros mercados internacionais. Colonos do imperialismo, que se apossaram de nossas consciências e delas são donos, explorando-nos intimamente até a morte.
O mercado de capitais traduz legitimamente o que é o capitalismo selvagem, oportunista, impiedoso e elitista. No Brasil o poeta cazuza já tinha constatado essa realidade “... nossos destinos foram traçados na maternidade...” uma alusão à estratificação social, da qual poucos ou nenhum são capazes de vencerem uma vez pobres na maternidade possivelmente eternamente pobres serão. Ricos na maternidade, herdeiros naturais do capital e de seus benefícios, simplesmente inadmissível enquanto realidade e repugnante enquanto verdade.
Aqui não ocupam as nossas terras, não levam o nosso ouro e o nosso pau Brasil, aqui levam nosso sentir, nosso pensar, nosso requerer, em fim nossas vidas. Que repletas da ideologia dos dominadores sucumbe no eterno afirmar das cabeças, dizendo: Sim Senhor, Sim Senhor. Homens, mulheres e crianças renegados à condição de colonizados, sem cultura própria, sem soberania. Apenas números, números..., como nos campos de concentração de Hitler, nada mais que números.
Refletindo o maior pegado social possível, a perpetuação das desigualdades sociais, seria demais comparar a estratégia política dos ricos com o legado de Hither ?
Hitler acreditava na superioridade da raça ariana sobre as demais, traduzindo essa convicção no extermínio de milhares de Judeus, confinados nos campos de concentração. Foram condenados à morte nas câmaras de gás, pois vejamos o que ocorre hoje, uma classe domina os meios de produção através dos quais explora e subjuga as demais classes, acreditam em uma superioridade segundo os quais os pobres são pessoas desqualificadas, preguiçosos, sem inteligência etc.
Então constatamos que a mesma visão do maníaco ditador que arbitrariamente retirou a vida de milhares de pessoas, é assumida por nossa classe burguesa, que aliada aos governos mata e explora milhares de vidas inocentes. Podemos então comparar nosso mercado de capitais às câmaras de gás, usadas no passado, agora assumiu outro formato o de mercado. Já que analogamente têm o mesmo poder destruidor que exercerá no passado, matando de fome muitos dos 50 milhões de Brasileiros que passam fome.
No lugar dos campos de concentração, a barbárie moderna optou por proporcioná-los uma visão mais privilegiada, então criaram as favelas. Graças ao êxoto rural, a busca do camponês por uma vida melhor nas cidades, as favelas proliferaram exorbitantemente, pois as administrações públicas foram ineficazes, não criando políticas públicas para o atendimento e acolhimento dessas pessoas asseverando os problemas sociais nas cidades, e uma vez abandonados pelo estado, pelo município e pela união, estavam ali presentes todos os fatores necessários à eclosão da criminalidade, assumindo proporções alarmantes. Distantes da tão sonhada justiça social, a classe pobre arca com o ônus do capitalismo, lançada à própria sorte, em um universo que aglomera todos os indicadores de que esta situação lastimável se perpetuará, por mais 2000 anos, infelizmente.
A CAIXA PRETA
O poder Judiciário Brasileiro apresenta uma estrutura material sucateada, sendo que na maioria das comarcas os sistemas são manuais, não havendo informatização. Em suas conjunturas um grave problema de ordem operacional assola o mesmo, a morosidade de suas decisões, já que a demanda é infinitamente maior não sendo a respectiva suprida.
Numa tentativa de aproximar o judiciário da População adotaram o procedimento sumaríssimo da lei 9099, dando alguma celeridade as decisões, no entanto, assim como nos demais ritos não foi suficiente para sanar o grave problema da não prestação jurisdicional, a tempo e modos desejados pela população. Frustrados frente a não prestação de serviços de maneira adequada pelo Estado, o cidadão se vê totalmente desamparado. Impedido pela própria lei de tentar sanar o problema a sua maneira no efetivo exercício arbitrário das próprias razões, se vê compelido a aguardar a atuação do judiciário, que muitas vezes se prolonga pelos anos, não sendo proferida decisão acerca da lide.
Não obstante a abnegada atuação de alguns membros do Judiciário, que atuam seriamente no exercício de suas profissões. A realidade desnuda, sérios comprometimentos de integrantes do judiciário em fraudes de toda natureza, desde vendas de sentenças a nepotismo. O que compromete sobre medida a credibilidade do respectivo poder junto à opinião pública, já que deveria sê-lo o fiel protetor da dignidade e transparência no exercício da função pública. E jamais se render a corrupções de toda a ordem. O cidadão completamente incrédulo acerca da atuação dos políticos, espera no Judiciário o acolhimento de suas pretensões de direito, mas o que invariavelmente vem ocorrendo é uma ineficaz prestação jurisdicional, muitas vezes tendenciosa e motivada por aspectos externos, como propina, interesses pessoais, econômicos e políticos. Lastimável esta constatação, mas verdadeira. Quando na realidade o Judiciário deveria ser um celeiro de justiça e equidade.
Envoltos nesses dois aspectos apresentados, se vê o judiciário atolado em papeis e mais papeis que não ganham valor real, efetivação no cotidiano, apenas se resumem a um amontoado de anseios de justiça, honorários advocatícios e mais nada.
O símbolo que deveria representar a Justiça no Brasil está distante de sua realidade última, uma mulher com os olhos vendados, na mão esquerda uma balança e na mão direita uma espada, se traduz em realidade em uma mulher de olhos abertos e gananciosos, dinheiro na mão esquerda e cartão de crédito na direita.
O que se constata na prática é uma Justiça condenando, pretos, pobres e prostitutas, e absolvendo brancos, ricos e poderosos. Nosso sistema penitenciário é prova cabal dessa realidade, visite um e veja quantos afortunados estão ali, Provavelmente nenhum. O maior crime que se comete impunemente no Brasil, chama-se crime do colarinho branco. Esses criminosos são vistos com mais freqüência em colunas sociais, e na TV.
Portanto a cor que vista além das togas dos magistrados, também é o negro, uma época das trevas na modernidade.
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