GOTAS DE RAZÃO - Parte 5
Autor Helenilton Luiz C. de Sales (Lé de Sales)
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/19/2006 9:09:02 AM
UMA EDUCAÇÃO ELITISTA
No Brasil o sistema educacional é voltado para a formação das elites, sem qualquer compromisso social na formação do cidadão comum. Um tratado realizado nos anos noventa entre Brasil e E.U.A., a partir da ONU, firmaram acordo trançando metas na formação técnica do Brasileiro, com o objetivo de criar um mercado favorável a implementação de empresas Americanas no território Brasileiro, na oportunidade E.U.|A., investiu vultosa quantia em dólares no projeto.
Ocorre que passados dez anos, nenhuma das metas planejadas foram alcançadas, e o dinheiro sumiu... Evidentemente que preparar o mercado para exploração do capital internacional especialmente o Americano não se constitui o ideal mais adequado ao planejamento da educação Nacional, ocorre que frente o caos educacional que vivemos seria dentre nenhuma outra medida adotada, certamente o mais esperado e desejado. Todavia se mostrou infrutíferas tal iniciativa, visto que sua operacionalidade não alçou os índices desejados pela ONU, certamente por total incompetência do governo Brasileiro.
Ademais o Brasil vive graves problemas, além de salários baixos dos professores, uma programação didática que não atende o mercado, profissionais desqualificados para o exercício da profissão pedagógica .Uma evasão escolar de altos índices.Os salários recebidos pelos profissionais de educação, são insuficientes para proporcioná-lo uma atualização contínua de seus conhecimentos, sendo que o suficiente apenas para atender suas necessidades básicas.
Com isso nos deparamos com professores desinformados, desatualizados, obsoletos, portanto incompetentes em suas práticas educacionais. Com uma programação voltada para o exame de vestibular, o mercado frustra-se ao deparar com estudantes que não atendem as exigências de suas empresas. Já o vestibular, na prática, torna-se privilégios de poucos, as estimativas são de que 10% da população conseguem terminar a formação de nível superior. Frente a uma escola, que também não atende as expectativas dos estudantes, a evasão escolar assume índices alarmantes, e assegura ao Brasil o título de um País de analfabetos.
Não se iluda pensando que isso é apenas mais um dos problemas Brasileiros, isso é um problema crucial, para se entender os desmandos no Brasil. È exatamente a partir de uma população analfabeta, que a alienação política atua, portanto não é por acaso que a questão educacional é abandonada no Brasil. As classes dominantes desejam esse caos na educação, pois é a partir dele que se perpetua o poder e suas seqüelas. É um problema de ordem política, e jamais será sanado, enquanto houver interesses escusos de dominação a gerir essas práticas.
Enquanto isso, aqueles que têm acesso a melhores escolas via de conseqüência chegam a escolas federais, representam quase sempre os filhos dos burgueses que puderam pagar boas escolas. Ou aqueles que podem pagar escolas privadas de nível superior, para garantir a egemonica perpetuação do poder através monopólio do conhecimento.
Já os que chegam ao ensino superior garantem a oportunidade de uma educação de qualidade, mas não garantida sua inserção no mercado de trabalho. O que dependerá de fatores outros.
Desta forma haverá de estar garantida as divisões de classes, sendo que uma vez pertencente à base da pirâmide social, ou seja, à classe pobre, estará fadado a permanecer nessa visto que não são proporcionadas condições educacionais para que esse indivíduo acenda socialmente. Garantindo a estratificação social e em decorrência a total impossibilidade de circulação do poder. Evidentemente que aos que tiveram a oportunidade de estudarem ocuparam cargos e funções com melhores salários e com poderes de decisão, ocorre que oriundos da classe rica da sociedade, continuaram beneficiando os integrantes de sua classe, em detrimento das demais.
Assim dispostos os elementos educacionais, a partir dos quais, seria possível uma eventual escalada na pirâmide social, fica totalmente inviabilizada a difícil tarefa. Com isso estão garantidos os meios de produção nas mãos de uma minoria da população, assegurando as desigualdades sociais em detrimento da grande maioria da população Brasileira.
UMA ESCOLA DO CRIME
O Estado na tentativa de realizar a consecução de seus fins, abarrotam seus estabelecimentos prisionais, de seres humanos que cometeram crimes, criaram uma lesão ou ameaça de lesão a um bem jurídico tutelado pelo Direito Penal. Ocorre que esses lugares não oferecem a mínima condição de salubridade, locais úmidos, pequenos, sem ventilação, amontoam 30, 40 homens por cela em condições de libertinagem completa. Troca de favores sexuais, espancamentos, atentados violentos ao pudor, ameaças de morte, homicídios, são práticas rotineiras no habitat prisional. Distantes de uma moral social que norteie suas condutas, é instituído um líder dentro de cada cela, que passa a exercer o poder de mando no local, determinado o certo e o errado.
Como o Estado não coloca esses homens, separados conforme a gravidade do crime que cometeu, é comum que presos que praticaram crime de menor gravidade convivam com criminosos contumazes e perigosos. Passam esses a estabelecer um vínculo de admiração e amizade com esses elementos, que estimulam, incentivam e ensinam aos que praticaram crimes menos graves, que tendem a delinqüirem novamente, desta vez em crimes mais vantajosos e portanto de maior gravidade.
Por isso esses estabelecimentos são considerados escolas do crime, pois não raras às vezes, que entra um cidadão que errou esporadicamente e sai um profissional do crime. Em total desacordo com a LEP, (lei de execuções penais), que vislumbra a recuperação do detento e sua re-socialização em suas comunidades. A LEP, estabeleci todas as condições necessárias ao efetivo cumprimento da pena, metros quadrados por detento, assistência médica e odontológica, visitas íntimas, alimentação de qualidade, etc. No entanto, poucas ou nenhuma dessas condições são cumpridas na realidade.
Essa condição de descaso por parte do Estado, desperta uma revolta crescente nos detentos, dos quais muitos que ali estão já cumpriram suas penas e deveriam estar nas ruas, como preleciona a lei, todavia, a morosidade da máquina Estatal, os impede de sair da prisão. Ademais a guarda desses detentos que legalmente deveriam ser da Justiça, ficam a cargo na grande maioria da Polícia Civil, que tem que disponibilizar efetivo para a função indevida, profissionais em desvio de função que assumem o risco de responderem ou pagarem com a própria vida, por uma eventual fuga de preso.
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