Gratidão - parte 2
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Autor Theresa Spyra
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 27/10/2008 11:57:59
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(leia todo o texto clicando aqui)
Eu tive a oportunidade de fazer uma bela viagem para a
minha terra, a Alemanha, e ainda participar de um seminário na Suíça, que há um
tempo era um sonho meu. E eu me presenteei com este sonho. Este foi o primeiro
presente. Me autorizei! E isto não era fácil para um pão-duro de carterinha.
Mas afinal queria mudar os conceitos e crenças que me deixou tão limitada. Sim,
eu sei que se pode viver com pouco... Mas para que, se também se pode viver com
o que me traz uma satisfação maior? Para quebrar estes conceitos, fiz a minha
viagem, e neste momento senti pela primeira vez gratidão. Eu tinha me dado um
presente, e eu disse sim para este presente, plenamente. Sem reclamar dos
gastos ou preços. Era um presente de mim para mim. E eu estava pronta para
recebê-lo. Quando percebi que eu recebi o presente que eu mesma tinha dado para
mim, me senti preenchida de gratidão. Isto não tem nada ver com o que a
propaganda hoje em dia está divulgando: você merece! Você vale muito! E a gente
sai correndo para comprar uma nova cor de cabelo, uma casa própria ou o último
modelo do celular. O interessante foi que a gratidão não surgiu porque eu tinha
me dado um presente: surgiu porque eu tinha recebido o presente. Por isto não
adiante quando compramos coisas para nós mesmos, enquanto não estamos prontos
para recebê-los como presente. Depois desta compreensão profunda (para mim
era), comecei a analisar o que mais eu tinha recebido.
- Lembrei do meu marido que ficou em casa para cuidar dos
negócios e dos nossos filhos. Sabia que as crianças estavam em boas mãos, e não
precisava me preocupar nem por um segundo. Sem mencionar, que ele me incentivou
para realmente fazer esta viagem.
- Os meus filhos que passaram saudade, e mesmo assim nunca
me cobraram porque eu não estava com eles. O tempo todo desejaram que eu
aproveitasse ao máximo a minha viagem.
- Minha sogra que inesperadamente deu um dinheiro para a
viagem. Percebi o carinho enorme que ela tinha por mim e isto era uma forma
dela comunicar isto para mim. Não era o dinheiro... era o gesto.
- O seminário que aconteceu num hotel lindo num lugar
incrivelmente deslumbrante da Suíça. Pude ver como a Suíça é bonita e ter uma
estadia cheia de conforto e verdadeira simpatia. Se você pensa em fazer férias
na Suíça eu recomendo o Hotel Hornberg, com
certeza!
Poderia fazer uma longa lista de coisas que provocaram
gratidão em mim durante a minha viagem e também depois de voltar para o Brasil.
Sim, embarcar no avião que me levaria de volta para São Paulo provocou uma
grande emoção em mim. Poder
voltar para um país, uma cidade que me acolheu e chegou a ser o meu novo lar.
Neste momento percebi como o Brasil faz parte de mim, e que importância ele tem
na minha vida. Neste momento eu “me toquei” que eu era sortuda, porque tinha
duas pátrias. Eu era parte das duas, Alemanha e Brasil.
Assim eu percebi que eu tinha muita gratidão, e nem
precisava dizer “obrigada” para nada e ninguém. Me senti preenchida de gratidão
quando tomei conhecimento de que eu estava recebendo uma parte das coisas que o
mundo me oferece a cada instante.
Vivi quase toda minha vida em regalia, na Alemanha, e
nunca tive a sensação de gratidão, tudo estava sempre ao alcance, e costumávamos
reclamar quando algo faltava ou não era conforme a nossa vontade. Viver em
abundância não tem nada a ver com gratidão, muito ao contrário. Hoje gratidão
para mim é receber o que a vida está me oferecendo neste momento. Acordar um o
barulho da chuva, o carinho da minha filha, em outro momento a insatisfação
dela, sentir o calor do sol no meu corpo, jogar um jogo com a família, parar
por um momento para me auto-observar e perceber que estou bem onde estou,
satisfeita comigo, com a minha vida e com meu trabalho e com tudo que eu me
coloquei a realizar. Posso ir com calma, sem correr, curtindo a paisagem e tudo
que vier.
Além da gratidão, encontrei algo mais na minha pátria-mãe,
a Alemanha: as minhas próprias raízes. Era a constelação sistêmica familiar
aplicada e vivenciada. Para mim uma constatação de como é importante estar em
paz com a própria origem, os familiares e a história deles.
Theresa Spyra é economista, coach,
facilitadora de constelação sistêmica
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Theresa Spyra é alemã, trainer e terapeuta com especialização em constelação sistêmica familiar, organizacional e estrutural. Estudou com a também alemã Mimansa Erika Farny, pioneira na introdução do método sistêmico de Bert Hellinger no Brasil, e aprofundou-se nos sistemas estruturais e organizacionais, com estudos no Brasil, Alemanha e Suíça E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |