Há limite?
Atualizado dia 4/30/2006 10:16:12 PM em Autoconhecimentopor Luciano Américo
Onde está situado o centro e o governo do universo? Que distância existe do pontinho obscuro que é este mundo girante ao centro e origem de tudo? Entre uma infinidade de universos quiçá movimentando-se ao redor de algum elemento extra-sideral formando um sistema de inconcebível tamanho, pode-se imaginar um centro? Se seguirmos com esse raciocínio (ou arrebatamento?) poderemos ter uma continuação de sistemas assim, num continuum interminável, em que não há solução de continuidade, portanto, sem previsão de fim ou ponto final, limite.
Nossa concepção de tamanho, largura, comprimento, altura, profundidade ou distância, não tem qualquer sentido quando estamos em meio ao infinito dos mundos que vibram e reverberam a vibração provinda da Vida, emanada do Amor, procedente da Justiça, originada da Mente Criativa Infinita.
Não existe um centro no sentido literal, como concebemos na pobreza da nossa expressão racional humana. Não se pode ter um governo central como fisicamente figuramos, onde a seqüência de universos sem fim se perde justamente no infinito. Pensando assim, só podemos conceber Deus como a Presença Eterna em cada átomo que vibra em harmonia com este e todos os outros universos.
A limitada visão e inteligência incipiente humanas percebem comumente o universo
físico de três dimensões que nos aprisionam no que podemos chamar de primórdio de consciência, que é certamente em que nos encontramos neste momento. Nada sabemos, apenas conjeturamos ou vislumbramos dimensões que escapam aos sentidos mais desenvolvidos que podemos ter no atual estágio. Assim como podemos ter infinitos universos, podemos estar envolvidos por dimensões sem fim. Para onde ainda pode nos levar a eterna evolução?
Qual o sentido de se estudar ou pôr a mente a viajar com semelhante idéia? Apenas nos colocarmos em condição de ter uma ínfima noção de quanto precisamos crescer consciencialmente para sair da impressionante mediocridade mental em que insistimos em permanecer, desejando perenizar as sensações e fantasias terrenas. Mesmo o plano espiritual ligado à Terra precisa ampliar a aura consciencial e desprender-se da força gravitacional que a mantém em ilusão.
Deus – ou a designação que se der – é o centro de tudo. Não o centro estático nem fixo de um eixo. É o centro espiritual presente e atuante em tudo e tudo dirigindo, evoluindo, transformando, dando vida continuamente. Não está sentado num trono governando à distância. Seu Amor, Vida e Presença pulsa em cada partícula de matéria densa ou sutil, em cada coração que vibra de vida e participa do Seu espetáculo.
Não podemos compreendê-Lo nem saber porque vivemos. Mas, quem pode dizer que não há motivo para viver? Quem somos para compreender o significado mais profundo da vida? Este segredo está guardado com quem é o possuidor e doador ininterrupto da Vida. Cabe-nos viver com a máxima alegria intimamente presente em tudo, viver em consonância com essa alegria imanente em todo lugar e em tudo o que existe. Essa alegria e sensação e busca de felicidade é eco da alegria suprema provinda do Criador.
Preocupações e desejo de manter as ilusões terrenas impedem-nos de seguir adiante no caminho sem fim rumo ao coração supremo de todos os universos.
Podemos sair desse “mundinho” (consciencial) que acreditamos tanto ser a realidade em tudo?
Sim, podemos. Começando por encetar a viagem mais difícil mas fascinante para dentro do nosso próprio universo. Interagir com o exterior tendo o comando de nossas emoções e olhando-nos no grande espelho da vida que nada mais é do que o resultado do que vivemos e alimentamos no coração e na mente.
Viver é amar; amar é mais que tudo, viver.
Texto revisado por Cris
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