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HEROÍSMO

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Autor Christina Nunes

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 11/26/2005 8:25:04 PM


Sempre fui apaixonada por filmes épicos, e ainda agora acabo de rever "Alexandre", versão recente do cinema, com meu filho de treze anos. Nunca soube bem a razão deste atrativo irresistível exercido no meu espírito por estes filmes e só há algum tempo atrás, talvez, tenha compreendido.

Em parte, certamente, há a razão evolutiva. Um indício curto e certo das paisagens onde outrora estagiamos na materialidade é justamente esta empatia aparentemente despropositada: esta identificação fulminante com determinados períodos da História e com países e povos com os quais, em hora nenhuma, estabelecemos qualquer tipo de contato - leia-se, durante a vida física atual.

Mas existe também o aspecto do heroísmo; e entendo que este tipo de heroísmo, retratado em filmes como Alexandre ou Ben-Hur, sobre a vida de conquistadores que, vencendo todos os seus dilemas pessoais ou vertendo a última gota de seu suor e sangue em prol de um objetivo maior que favorecesse desde um povo, no sentido mais estrito, até a mentalidade de toda uma civilização - este tipo de heroísmo se alimenta da mesma chama que nos empolga no nosso dia-a-dia, não tão heróico, deste ponto de vista dramático e legendário, naqueles afazeres que, normalmente, em filmes como Alexandre, não aparecem.

Esta chama denomina-se amor: amor por um povo; amor por um ideal comum; amor por um ou por mais seres humanos.

Tomo como exemplo duas noites de "purgação de pecados", no seu sentido mais literal (que, não apenas minhas, certamente foram noites vividas por muitos de vocês que me lêem, de uma ou de outra forma). Duas noites em que, sozinha na madrugada durante os dias de semana, por força das contingências ligadas à vida profissional de meu marido, vi-me às voltas com duas emergências: uma, relacionada à saúde de minha filha menor, depois de um repentino tombo da cama em condições que não tinha como adivinhar, sucumbindo-me em preocupação mórbida que consumiu-me as horas pesadas e vagarosas da noite num insuportável estado de desnorteamento, por não poder me decidir se o perigo maior residia em sair de casa às três horas da manhã, com duas crianças, para um pronto-socorro, ou em esperar o amanhecer e confiar na intuição e nas respostas às minhas preces, que me segredavam que minha filha se achava bem - confirmação esta que veio, surpreendente, como socorro maravilhoso enviado pela Espiritualidade à mãe aflita, compensando-me fabulosamente pela madrugada insone e validando-me não apenas a fé e o meu zelo, mas também o amor extremado da mãe. Marcou-se aquela data, por tudo isso, de maneira inesquecível, para todo o resto da minha vida. Mas não posso ater-me, aqui, aos pormenores deste acontecido que se revelariam extensos e mereceriam um artigo à parte.

O outro episódio foi durante uma segunda madrugada de meio de semana, quando novamente vi-me sozinha em casa com meus filhos. Um remédio para bronquite asmática ingerido, talvez, de modo imprudente antes de me deitar, sem ter-me alimentado de forma conveniente, provocou-me repentino choque que, com a progressão das horas da madrugada, inundou-me o corpo com um suor frio e um mal estar geral, e tão fulminante, que era de molde a emprestar-me o temor de que, talvez, aqueles momentos fossem os meus últimos.

Quando pude tomar alguma atitude - a única que me foi viável - arrastei-me até o telefone e, discando para minha mãe, permaneci algumas longas horas da madrugada, as que faltavam para o alvorecer, queda num sofá. Presa ao telefone dividia com ela a aflição indescritível, tirando forças de alguma fonte desconhecida, e repetindo a mim mesma por todos os segundos que, próximos dali, estavam meus filhos adormecidos - que não podia me permitir desfalecer - ao mesmo tempo em que não ousei autorizar minha mãe, por outro lado, a sair de casa como queria para enfrentar os perigos da madrugada e me socorrer. Com as primeiras claridades do dia veio ela com o primeiro socorro - o preparo de um café forte - após o que, finalmente, acompanhou-me ao médico.

Existem, efetivamente, nas nossas vidas, estes momentos anônimos de "heroísmo", quando em favor dos filhos - ou de quem quer que seja a quem amamos - em situações extremas, limítrofes, retiramos forças de alguma origem desconhecida e vencemos a nós mesmos, em primeiro lugar, e às nossas maiores fraquezas, em prol dos nossos afeiçoados, ou de quem pretendemos ajudar, superando, afinal, como por milagre, obstáculos aparentemente insolúveis, maiores ou menores, com que as circunstâncias adversas nos defrontam.

É bem esta mesma chama que refulge em todas as épocas com maior ou menor intensidade: seja no furor devastador que representaram para a nossa civilização as conquistas legendárias de um Alexandre Magno; seja na abnegação heróica dos batalhões de bombeiros que, por amor do cumprimento do dever, morreram às dezenas na tentativa desesperada de salvar vidas na catástrofe da queda do World Trade Center, há quatro anos, ou no esforço sobre-humano das mães, pais ou quaisquer seres humanos que, em vencendo a si mesmos e às suas fraquezas e vacilações, asseguram o bem estar de filhos ou dos seus semelhantes; é fato assegurado que em qualquer tempo existirão homens e mulheres conhecidos ou anônimos - porém idênticos em importância - que agirão compelidos pela nobreza d’alma, pela honra, ou por este amor que, invicto em seus corações, os dignificam, eternamente, como heróis em seres humanos.

Aos velhos e novos heróis.

Com amor,

Lucilla
"Elysium"
https://www.elysium.com.br

Lucilla é autora do romance psicografado "O PRETORIANO" lançado pela editora MUNDO MAIOR (www.mundomaior.com.br). Leitura fácil e envolvente, de autoria espiritual de Caio Fabio Quinto, o conteúdo trata de uma das vidas passadas vividas pela médium e pelo seu mentor na Roma de Júlio César, de cujos exércitos Caio foi um dos generais, narrando lances de convivência no cotidiano dos personagens, ricos de ensinamentos ilustrativos da Codificação Espírita de Kardec, das leis de causa e efeito e do aprendizado espiritual que a todos nós envolve no decorrer do nosso trajeto evolutivo durante as reencarnações terrenas. Os direitos autorais estão revertidos às obras assistenciais da FUNDAÇÃO ANDRÉ LUIZ no amparo aos deficientes e crianças carentes.
Aos interessados, maiores informações para compra no site da editora (https://www.mundomaior.com.br), ou no da FUNDAÇÃO ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ (https://www.feal.com.br). Também à venda nas grandes livrarias.

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Christina Nunes   
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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