Humilhação: dê um fim a este jogo!
Atualizado dia 24/02/2015 12:41:05 em Autoconhecimentopor Alex Possato
Mas a criança humilhada não desaparece tão fácil. Deixamos de confiar nas pessoas que vivem conosco. E como emoção é energia de atração, acabo atraindo situações de humilhação na minha vida. A humilhação que está dentro de mim não aceitará ser esquecida! Me humilham na escola. Me humilham na faculdade. Os namorados e namoradas me humilham, me usam… e eu deixo… pois no íntimo, gravei que sou uma pessoa humilhada. Minha mulher me trai com meu melhor amigo. Meu marido sai para beber e eu tenho que carregá-lo… Meu filho comete atos que me envergonham, me humilham… O queridinho do chefe é promovido, no meu lugar. Às vezes, aceito o papel de amante, só para me humilhar ao saber que não mereço um relacionamento sério. E o pior: acho que estou abafando!
E eu crio uma raiva, um ódio tremendo. Igual àquele que eu tinha quando criança, porém, tão pequeno era, que não poderia reagir contra papai ou mamãe… E pouco a pouco, vou invertendo o jogo… quando posso, humilho também. Manipulo as pessoas. Me faço de vítima, somente para controlar. Ou uso da força, da inteligência, para prender as pessoas em minha volta. Finjo que ajudo, e depois puxo o tapete. Dou, mas sempre esperando que o outro se ajoelhe aos meus pés, em reverência, reconhecendo que eu sou melhor que ele. E não satisfeito, chuto a cabeça daquele ser humilhado na minha frente. E pouco depois, fico com remorsos, cheio de culpa… E me entrego a deixar que me humilhem em outras situações… Para pagar meus pecados, creio cegamente… neste jogo que não tem fim.
Mas tem fim
Um dia acordo do pesadelo. Papai já morreu… mamãe também… aquela criança já não é mais criança há décadas. Papai foi criado por um homem estúpido. Mamãe morreu muito cedo. Vovô era alcoólatra. Vovó era humilhada por todos seus 8 irmãos. O destino tirou todo o dinheiro da família, humilhando todo mundo… Bisavó perdeu muitos filhos… sentiu-se incapaz, frágil, defeituosa… A humilhação é parte da minha história. E eu estou repetindo… Preso a algo do passado, que já deveria estar enterrado faz tempo…
Sim, doeu muito… doeu muito o que papai me fez… chorei de vergonha. Doeu muito ser colocado para trás, devido às comparações e julgamentos… Apanhei muito… Me defendi de todos os jeitos que consegui, mas a dor continuou viva. Sinto esta dor agora… Doendo nas entranhas… A cabeça zonza das pancadas energéticas que recebi… Não aguento mais carregar. Esta dor é sua, papai. Esta humilhação é sua, mamãe. Não posso mais me responsabilizar.
Estou fora deste jogo. Digo não! Não! Não! Eu sou livre! Chega de agredir, chega de ser agredido! Reconheço minhas ações e as pessoas que causei dores. E eu digo chega! E reconheço as pessoas que me feriram. Adeus! Me separo de ambas. O agressor está morto. A vítima está morta. Descanse em paz, papai. Descanse em paz, mamãe. Fico somente com a força que adquiri, e com todo este aprendizado. Aprendi a lição, e posso passar para uma nova série. Pós-graduação…
Escolho a paz. Escolho o amor. Escolho a compaixão. Escolho o silêncio.
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Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |