ILUSÃO
Autor Elaine Leal Carvalho
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/24/2019 5:32:23 AM
“Na língua portuguesa, a palavra ilusão segue o segundo sentido do verbo latino. O significado de ilusão é o engano dos sentidos, tendo resultado na interpretação errada de um fato ou mesmo de alguma espécie de sensação.
Iludir é esconder a face verdadeira e substituí-la por uma falsa. Pode ser também chamada de ilusão um devaneio, um sonho, um produto da imaginação no qual se acredita e que não seja verdadeiro. A ilusão engana e ofusca a razão para que a realidade não seja percebida. Basicamente, iludir é enganar.”
Fonte – meusdicionarios.com.br
Partindo desta definição da palavra ilusão todos nós já nos deparamos com este estado mental, emocional e espiritual em nossos relacionamentos.
Está ligada com os sentidos ou seja com o sentir.
Comparo a ilusão a um “véu” de textura as vezes bem fininha e as vezes de ,mais grossa que mina a capacidade, de enxergar com nitidez a verdade das situações ou dos acontecimentos.
Nos relacionamentos este “véu” impossibilita que vejamos com clareza as pessoas como realmente elas são.
Amparados por este “véu” vemos somente o que queremos ver ,ou seja, só o que consideramos positivo e que alimenta nosso orgulho e vaidade.
E isso acontece em todos os relacionamentos. Com a família, com os parceiros, com os amigos, colegas de trabalho, com o todo.
Sob o “véu” da ilusão a visão é distorcida pela falta de nitidez da realidade que de modo geral, é considerada fria e feia.
Criamos ilusões de toda natureza.
Nas minhas vivências pessoais e em contato com consultantes percebo que a ilusão muitas vezes, é um modo de se proteger ,do que temos medo de descobrir, medo do que pode causar sofrimento imaginário ou real.
Infelizmente não fomos educados a reconhecer a realidade como autoconhecimento.
Não fomos educados a compreender que o ser humano na sua totalidade, tem tudo dentro de si, o que é considerado bom e o que é considerado mau.
Com isso fazemos a escolha de classificar as pessoas, segundo o critério que satisfaz nossa vaidade.
Por exemplo : dentro de uma relação amorosa no início o “véu” que encobre a realidade mostra, segundo o que queremos, uma pessoa perfeita. Aos poucos os envolvidos vão mostrando como realmente são, ou seja humanos.
A ilusão da perfeição começa a mostrar sua face. O “véu” começa a escorregar da visão e percebe-se que a pessoa não é perfeita.
A esta percepção dá-se o nome de desilusão que na verdade é uma dádiva, pois nos coloca em contato com a realidade da humanidade do outro.
Em diversas letras de músicas nacionais ou estrangeiras temos uma fonte interminável de alimento para a ilusão, que acaba sendo vendida, como algo positivo, como combustível do amor.
Dentro da realidade muitos produtos são oferecidos para a indústria da ilusão.
No mundo real a ilusão é anestésico que impede crescimento pessoal.
O que realmente nos coloca em contato com a realidade, é a desilusão.
Quando não somos correspondidos em nossas ilusões, nas armadilhas que criamos, com vistas a satisfazê-las, nos machucamos justamente por não compreendermos que somos nós que criamos.
No autoconhecimento, aos poucos, percebe-se quão prazerosa é a ilusão. Temos prazer fora da realidade.
Neste momento de prazer, devaneamos.
A ilusão nos leva diretamente ao auto engano. Enganamos a nós mesmos por medo de descobrirmos nossas fragilidades e principalmente nossa humanidade.
Não. Nenhum de nós é perfeito.
Atrás do auto engano há dor. Dor de não sermos perfeitos.
Esta dor pode ser vista e acolhida como parte do ser.
A maior benesse da ilusão, é a desilusão.
Esta sim, nos coloca com os “pés no chão” rumo à compreensão de que somos pessoas em aprendizado para seguir adiante na vida.
Elaine Carvalho – Terapeuta
CRTH 2485
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