IM – POTÊNCIA
Autor Maria Lúcia Pellizzaro Gregori
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 14/05/2008 09:41:40
Estamos envoltos numa atmosfera de busca de uma consciência mais profunda do que essa que, simplesmente aponta um responsável pelos efeitos de nosso comportamento quando estes não satisfazem ao pequeno ego do qual tentamos ser cada vez menos dependentes.
Mesmo que esse grupo pesquisador do poder criativo dentro de si seja ainda a menor parte de uma humanidade inconsciente, que vive apenas olhando sem enxergar, ouvindo sem escutar, pensando sem refletir, ele é forte e sabe que cada pensamento ou atitude possui uma vibração que não se perde, mas se reproduz, juntando-se a um coletivo cada vez maior, interferindo também na cura da consciência universal.
Se quisermos mudar o mundo precisamos primeiro conhecer nosso mundo interno e pessoal, identificar nossos desejos e nossos medos, precisamos saber o que mais nos desafia, mas também o que está pronto para fluir harmoniosamente, que são nossos talentos e nossos dons.
Para que tudo isso aconteça, temos que nos aliar à coragem construtiva que nos deixa ver quem somos, sem que isso seja um ponto de desqualificação e desânimo.
Estar na verdade é o único caminho que permite progresso espiritual. Conseguir se encarar num propósito de evolução, conhecer os pontos de trava no caminho que nos leva ao encontro com nossa verdadeira essência é desbloquear nossa mente, desprendendo-a do que achamos que é nossa segurança, mas que não passa de um meio de atrasar nosso encontro com um estado de paz e confiança.
Enquanto atribuirmos a um destino cruel os acontecimentos obscuros que estão nos atropelando, enquanto responsabilizarmos os momentos de grande satisfação a uma sorte que não está vinculada também a um procedimento anterior que foi nosso, viveremos do lado de fora de uma realidade que nós mesmos construímos.
Ninguém é impotente diante de vida a não ser que desconsidere a ligação que existe entre Causa e Efeito.
Ficamos impotentes quando vivemos às “cegas” e às “surdas” por aí, quando não queremos reconhecer o que precisa ser mudado dentro desse universo pessoal acanhado, um universo espremido dentro dos limites erguidos ao longo da nossa existência.
É importante a identificação de princípios opostos na nossa constituição humana.
Estamos numa trajetória de dualidade mas com a intenção positiva de chegar ao ponto onde possamos atuar em unicidade.
Os procedimentos ativos e passivos, a força do elemento feminino, yin e a força do elemento masculino, yang, quando estão em sintonia harmoniosa constituem o TAO.
Procure se alinhar à sua natureza e descobrirá onde está o princípio que sustenta seu “Caminho”.
Nossa mente já aprendeu, mas nosso “coração” ainda está tentando chegar no “encontro das águas”, no ponto de fusão entre o intelecto e o sentimento, onde possamos atuar com nosso conhecimento de forma natural, desaprendendo o que nos desorienta, deixando espaço para a sabedoria que vem de nossas experiências, onde pensar, sentir e fazer estejam de tal forma entrelaçados, que o que é dual passa a ser um.
O espaço vazio é importante para que flores possam ser colocadas num vaso. Nesse caso, o vazio é que é a utilidade.
Vamos desenvolver uma consciência plena, que seja capaz de fazer do duo, do trio, do quarteto, do quinteto, do sexteto... um momento onde a música seja o fim e não as partes pessoais que a executam, onde os instrumentos e as pessoas embora sejam diferentes, estejam ali para enriquecer aqueles momentos, pois a partitura é uma só.
Um concerto contém várias pautas pertinentes a cada indivíduo, mas é executado por todos ao mesmo tempo. Há momentos de silêncio, há momentos de solos individuais, mas todos ficam conectados com a obra como um todo, unidos num sentimento coletivo único que veio da inspiração de seu criador, o compositor, e que é regido pelo unificador, o maestro.
Vamos usar a Potência que está disponível em nós de forma construtiva, como uma força que vem do mais íntimo do nosso ser. Vamos acelerar nosso processo dentro da verdade à qual pertencemos, vamos identificar o ponto em que estamos, incluindo nossas dificuldades e nossos defeitos mas também nossas virtudes e nossas conquistas.
Vamos potencializar nossa dimensão mais próxima da Luz para que possamos enxergar aquilo que precisa urgentemente ser transformado em nós.
A im-potência é uma dependente da inconsciência, do medo de se conhecer, do orgulho que impede o encontro com o lado atrasado do nosso ser.
O poder vem da verdade e de sua aceitação.
Aceitar o que é real é o primeiro passo de uma longa caminhada que, aos poucos, vai despertando as certezas que estão dentro de nós ainda adormecidas ou protegidas pelos nossos medos.
O poder vem de uma fonte natural e constitui uma força construtiva ou destrutiva, sempre proporcional ao estágio em que se encontra a consciência.
Nesse momento você está criando uma realidade e ela se manifestará a qualquer tempo. O importante é que você se lembre disso no seu encontro com os efeitos dessa criação e se responsabilize pelo que você mesmo criou, caso contrário estará nas garras da im-potência e terá que lidar com ela da forma que ela vier.
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