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Influência das Crenças em Nossas Vidas

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Autor Priscila Gaspar

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 12/12/2005 12:01:47 PM


Vivi, aos seis anos, observava atentamente sua mãe limpar um peixe para ser assado. A mãe abriu a barriga do peixe, retirou as vísceras e, a seguir, cortou a cabeça e a cauda com o facão.
- Mamãe, porque a senhora tirou a cabeça e o rabo do peixe? – perguntou a menina, curiosa.
- Ora, Vivi. A gente tira porque tem que tirar! É assim que se prepara um peixe!
- Mas, mamãe, na casa da Aninha o peixe é assado com cabeça e com rabo! O pai dela até gosta de comer a cabeça do peixe... – retrucou a menina.
- Mas isso é errado! Só devemos comer a melhor parte do peixe. Assim é o certo. Aprendi com sua avó a preparar o peixe dessa forma e é assim que deve ser feito!
Insatisfeita com a resposta, Vivi resolveu perguntar à avó.
- Vovó, porque tem que tirar a cabeça e o rabo do peixe para assar? Minha mãe disse que aprendeu a fazer assim com a senhora.
- É porque assim é o certo. Aprendi dessa forma com minha mãe, ensinei para a sua mãe e quando você for preparar um peixe deverá fazer da mesma forma.
A pequena Vivi nem tentou argumentar e foi falar com a bisavó Maria, que estava bem velhinha, mas muito lúcida:
- Bisa, porque a vovó e a mamãe tiram a cabeça e o rabo do peixe para assar? A vovó disse que aprendeu com a senhora...
- Ah! Vivi, minha querida!... É uma velha história... Quando me casei com seu bisavô, éramos muito jovens e não tínhamos muito dinheiro para comprar os utensílios de casa. Seu avô saía para pescar e quando retornava trazia sempre peixes muito grandes... Nunca cabiam na única assadeira que eu tinha... Então, para poder assá-lo, eu precisava cortar a cabeça e o rabo... Era a única forma de caber numa assadeirazinha assim pequena!


Essa pequena história exemplifica bem a influência das crenças em nossa vida. Uma crença é algo em que acreditamos mesmo que não corresponda à verdade. A maioria das pessoas absorve as crenças passivamente durante a infância de forma a nunca questioná-las. Quais são as crenças que foram passadas para você e que podem até estar atrapalhando a sua vida?

Algumas crenças comuns relacionam-se ao trabalho e à forma de ganhar dinheiro: muitas famílias têm seu patrimônio originado de um único ancestral, geralmente visto como um grande trabalhador, um lutador incansável, ou seja, um verdadeiro herói familiar. Instala-se a crença de que somente lutadores que se sacrificaram como ele ganham dinheiro e outras como, por exemplo “é muito difícil subir na vida” ou de que “Você não tem direito de usufruir desses bens porque não lutou por eles”. É comum, na clínica, pacientes que se sentem culpados por terem dinheiro sem terem sofrido tanto como seus pais ou avós.

Ainda com relação ao dinheiro, a crença de que “quanto mais caro um produto, melhor ele é” é uma das mais difundidas. É certo que, dentro de determinados parâmetros, um produto melhor tem um custo mais elevado. No entanto, basta observar e pesquisar para encontrarmos produtos e serviços de excelente qualidade sem preços extorsivos. Por outro lado, prestadores de serviço muitas vezes elevam seus valores para serem mais respeitados, como se ao cobrar caro garantissem melhor qualidade.

Existem muitas crenças ligadas à sexualidade como, por exemplo, a de que “órgãos sexuais são sujos ou impuros” ou ainda que “sexo é pecado”. Frutos de uma educação mais tradicional e repressora, estão perdendo terreno para as crenças mais liberais. Estas, ao exaltar demasiadamente a sexualidade, fazem com que as pessoas que não sejam extremamente ativas sexualmente sintam-se anormais. Assim, é muito freqüente atendermos pessoas que se queixam de não sentirem tanto desejo o quanto a mídia apregoa quando, na verdade estão dentro de um padrão de normalidade (apenas foram convencidas de que ”o certo” seria sentirem desejo sexual intenso o tempo todo!).

Também é recente a crença de que para ser amado(a) é necessário ser belo(a) levando a crer que os menos favorecidos fisicamente não têm direito ao amor. Dentro de uma espécie de ditadura da beleza, até dificuldades profissionais são, muitas vezes, derivadas da insegurança sentida por quem se acha fora dos padrões impostos.

Além dos exemplos acima, existem as crenças particulares da dinâmica familiar. Por exemplo, ao comparar os filhos muitas vezes os pais colocam rótulos, criando expectativas que tendem a se concretizar. “Fulano é mais bonzinho do que sicrano”; “Este é inteligente, o outro nunca foi bem na escola” e assim por diante. Ciente de que as comparações são inevitáveis, é necessário cuidar para, no papel de pais, evitar incutir nos filhos crenças que podem se tornar uma sentença para toda a vida. Há o exemplo verídico de uma família com dois filhos; para a mãe, o mais velho fazia tudo certinho desde pequeno enquanto o mais novo fazia tudo errado, sempre. Não é preciso dizer que, com o passar dos anos o primeiro que se julgava “perfeito” tornou-se muito orgulhoso, enquanto o segundo, arrastava o título de fracassado.

É importante salientar que as crianças são particularmente vulneráveis às frases dos adultos. Por vezes, um simples comentário repetido durante anos pode ser introjetado, tornando-se uma “verdade absoluta”. Por exemplo, frases como ”você não faz nada direito, mesmo!” podem ser entendidas pela criança como uma sentença a respeito de sua inadequação e incapacidade, trazendo muitas dificuldades em sua vida futura.

E quanto a você? Quais são as crenças que regem sua vida? Com certeza muitas delas tiveram validade num determinado período. E hoje? Vale a pena mantê-las? Analise e questione. Crenças podem ser mudadas! Mas antes, é preciso reconhecê-las.


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Priscila Gaspar   
Priscila Gaspar é Psicanalista, Terapeuta de Regressão e Terapeuta de Casais, com especialização em Sexualidade Humana. Atende em psicoterapia individual e de casal.Contato: [email protected]
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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