Integridade, um caminho a ser aprendido
Autor Celso A. Cavalheiro
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/19/2015 4:26:37 PM
Todos nós perseguimos objetivos. Queremos crescer em diferentes áreas; econômica, cultural, social, por exemplo. A maioria, no entanto, mal consegue sobreviver neste mundo capitalista, onde a ambição e a ganância desenfreadas determinam e justificam atitudes como a de cada um por si e todos contra todos. Embora possam existir muitas formas para alcançar nossos objetivos, no final, tudo se resume a apenas duas possibilidades: ou agimos com honestidade e integridade, ou nos tornamos corruptos, trapaceiros. Mas, o que nos faz seguir um ou outro caminho?
A primeira e mais importante razão para a desonestidade é que as pessoas acreditam que nunca serão pegas ou denunciadas. A ambição desenfreada, a megalomania e a tendência à psicopatia compõe, também, esse quadro. Outra, é que as pessoas se sentem amparadas pela possibilidade de negar, isentar-se de responsabilidade, culpar os outros e ainda justificar suas atitudes revertendo a indignação alheia em piedade, com justificativas como questão de sobrevivência, doenças familiares etc.
Outras pessoas, contudo, aprendem que seus objetivos devem ser plantados em bases sólidas. Devem ser o resultado de seu próprio trabalho. Dependentes diretamente de seu conhecimento e de sua capacidade de se manter comprometidas e focadas. E devem estar ancorados, em última instância, na integridade e na dignidade. Pressupostos que acreditam conduzir ao um futuro seguro e saudável, a uma vida digna sem sobressaltos e derrocadas.
Porém, por mais surpreendente que possa parecer, a verdadeira razão por trás de ambas as atitudes é a mesma: tanto um quanto o outro são comportamentos adquiridos, internalizados ao longo da vida. Algumas pessoas aprendem, desde cedo, que ser desonesto “não dá nada”. Que podem sempre se safar. Com isso, vão ficando mais ambiciosos e, de repente, perdem o controle. Começam a criar oportunidades para fraudar toda vez que querem atingir um objetivo. Pronto – fraudar/trapacear se torna uma regra. Uma norma implícita em qualquer negociação.
Para alguns indivíduos seguir os passos da família e ter orgulho em dizer que conseguiram seus objetivos com decência e dignidade. Que apesar das dificuldades chegaram a seus destinos sem ter lesado ninguém, nem usado de meios escusos para se promoverem. Tiveram força moral e espiritual, paciência e equilíbrio, inteligência para compreender que viver é ter sempre novas metas a alcançar, e que toda caminhada segura e longa depende de quão eficiente somos ao dar os primeiros passos. Para estes, a norma implícita na negociação com a vida é: “devagar e sempre”. Estas pessoas só pisam em terreno seguro. Não falseiam a integridade
Se é certo que a predisposição à fraude e à corrupção, bem como a tendência ao exercício da integridade e dignidade, são valores comportamentais adquiridos da família e do grupo social onde se está inserido; também é correto entender, que só o último garante o sucesso e a qualidade de vida tão ansiados por todos - pois este se posiciona além das questões meramente econômicas de cunho imediatista, fundamentando-se, solidamente, no desenvolvimento macro das competências humanas. As outras formas levam, a médio e longo prazo, a frustração e a menos valia, a decepção e ao fracasso psicológico.
O antigo adágio, “diga-me com quem andas e te direi quem és”, se fundamenta nessa ideia de que ao longo de nossas vidas influenciamos e somos influenciados por aqueles que nos rodeiam. Por isso, por vivermos em uma sociedade com acentuada tendência ao individualismo, cabe aos cidadãos íntegros, inteligentes, de boa formação moral e ética, o papel de influenciar positivamente seu meio, no intuito de cunhar uma sociedade mais equânime, onde os sonhos plurais sobrepujem objetivos egocentristas. Onde a pressa e a inconsequência cedam lugar ao amor e ao respeito pelo outro - e o medo e a insegurança abram alas à liberdade de poder desejar e alcançar sonhos licitamente.
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